Acabo de ler o artigo que o Saul Brandalise Jr. escreveu para nós todos e que foi publicado na página principal deste site cujo título fala de um abraço não dado.
Saul conta que estava na Europa fazendo a matrícula de sua filha numa escola quando alguém pede a ele que atenda o telefone.
Do outro lado da linha alguém comunica a ele o falecimento de seu pai.
No artigo, ele nos conta de seu impacto frente a esta morte e do abraço que ficou por dar por que, naquela altura, eles estavam “brigados” por questões “materiais”.
Fiquei muito emocionada ao ler o artigo e compreendi que o Saul estava querendo nos dizer que a vida é cada minuto e que o melhor mesmo é vivermos cada sentimento de forma clara e amorosa. Não dá para ficar guardando ranço ou desafeto no coração. O tempo é implacável e pode nos pegar de surpresa a qualquer momento.
Este artigo tão verdadeiro, real e carregado de sentimentos, me remeteu a muitas clientes minhas que têm - nas suas mentes - rosas murchando nos jardins, corações enrolados em arames farpados, janelas fechadas, barcos afundados, rios brotando dos olhos... e muito mais.
Invariavelmente, estas mulheres que apresentam estas imagens foram deixadas pelos seus homens. Umas sem ao menos uma explicação. Eles saíram e nunca mais voltaram. E quando elas tentaram contatar estes homens, a resposta foi, invariavelmente, um frio e seco “terminou” ou “não estou mais a fim” ou “não consigo mais viver esta relação” e assim por diante. Ficou faltando o abraço da despedida. O abraço que aconchega o coração e transmite calor humano, afeto, perdão e compaixão. O abraço que reafirma a estima e a consideração. O abraço que fortalece o período de luto e dor que virá a seguir à separação.
Quantos jovens saem de casa para a balada ou para o trabalho e não voltam nunca mais. Morrem em acidentes de carros, ou suas vidas são roubadas por uma bala perdida ou uma briga violenta. Quando os pais recebem a notícia, a primeira reação é o desespero de não poder mais falar com aquele garoto ou garota tudo que sempre esteve guardado no coração, coisas como: “filho, eu te amo”, “filha, obrigada por você existir na minha vida”. Expressões de comunicação da energia amorosa que todos sentimos uns pelos outros. Por isso o artigo do Saul calou na minha alma como um alerta profundo sobre como é importante esta comunicação amorosa existir a cada segundo da nossa vida. Sendo expressa e sentida a cada momento.
Mas, às vezes, fica mesmo tarde para o abraço. A pessoa se foi e o contato ficou solto no ar à espera do outro.
Se você se sente assim, creio que exercícios com imagens mentais podem ser a solução para que a mente pare de sentir vazio e dor.
Sempre ao acordar e antes de deitar, sente-se confortavelmente numa cadeira, repouse os braços sobre as pernas com as palmas das mãos viradas para baixo, feche os olhos, respire lentamente três vezes e leve sua atenção para a intenção deste exercício que vai durar apenas alguns segundos. Faça por 21 dias seguidos, no mínimo.
Exercício do Grande Encontro
Veja, sinta, imagine, ou faça de conta que está num jardim muito bem tratado. Sinta o perfume das flores, a brisa do vento fresco no seu rosto, respire este ar leve e puro e imagine que vê do seu lado direito (se for canhoto, do seu lado esquerdo) uma enorme laranjeira carregada de flores brancas. Sinta, imagine ou veja sair de trás desta árvore a pessoa que você precisa abraçar. Corra na direção dela e dê este abraço. Seja também abraçado por ela.
Fale tudo que precisa falar para esta pessoa e sinta que uma chuva de flores brancas da laranjeira cai sobre vocês abençoando em nome do Grande Espírito este encontro eterno. Então, sentido um enorme alívio, respire e abra os olhos.
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Sobre o autor
Izabel Telles é terapeuta holística e sensitiva formada pelo American Institute for Mental Imagery de Nova Iorque. Tem três livros publicados: "O outro lado da alma", pela Axis Mundi, "Feche os olhos e veja" e "O livro das transformações" pela Editora Agora. Visite meu Instagram. Email: Visite o Site do Autor