Observe bem a carta que tiramos hoje e que se chama Voltando-se para dentro. Uma mulher repousa serenamente sobre suas pernas e assiste com um sorriso tranqüilo às cenas que sua mente e as mentes ao seu redor criam, emanam, bisbilhotam, informam, procurando penetrar no seu mundo interior e particular.
O autor descreve a figura desta carta dizendo que este ser apenas constata estes pensamentos sem julgá-los, tampouco identificando-se com eles. Limita-se a observá-los como se fossem o tráfego de uma estrada ou as ondulações das águas de um lago.
Mas, o mais fantástico do texto do autor é esta parte que vou compartilhar literalmente com você: “Voltar-se para dentro simplesmente significa que você tem estado perseguindo um desejo atrás do outro, que esteve correndo cada vez mais, para chegar repetidas vezes à frustração; que cada desejo traz infelicidade, que não existe nenhum preenchimento por meio dos desejos; que você nunca chegará a lugar nenhum, que o contentamento é impossível. Percebendo a verdade de que correr atrás de desejos não leva a lugar nenhum, você acaba parando. Não que você faça algum esforço para parar. Se você fizer algum esforço para parar, de uma maneira sutil você ainda estará correndo atrás de alguma coisa novamente. Você ainda está desejando - talvez, agora, seja a ausência de desejo o seu desejo.
Se estiver fazendo algum esforço para Voltar-se Para Dentro, você ainda estará saindo de si mesmo. Qualquer esforço só poderá levá-lo para fora, em direção ao exterior.
Todas as viagens são viagens para fora - não há viagem para dentro. Como você pode viajar dentro de si mesmo? Você já está ali, não faz sentido ir. Quando o deslocar-se cessa, a viagem desaparece; mas quando não há mais nenhum desejo obscurecendo a sua mente, você está dentro. A isso chama voltar-se para dentro. Mas não se trata absolutamente de um deslocamento, trata-se simplesmente de não sair para fora”.
Quando uma pessoa tira esta carta na leitura do Tarô Zen de Osho significa que esta pessoa “deve desenvolver a capacidade de manter certo distanciamento da mente, porque isso é uma grande benção. De fato, esse é o grande objetivo da meditação - não ficar entoando algum mantra nem repetindo uma afirmação, mas ficar simplesmente observando, como se a mente pertencesse a alguma outra pessoa. A essa altura, você está pronto para ter este distanciamento, e assistir à exibição sem se envolver no drama.
Permita-se a liberdade singela de voltar-se para dentro sempre que puder, e a aptidão para a meditação crescerá e se aprofundará em você”.
Resumindo, o que esta carta propõe é que você se torne seu próprio observador.
Como exercício para esta carta proponho que a partir deste momento observe suas ações como se estivesse num teatro, sentado na platéia, assistindo a você mesmo representando seu papel. Observe seus gestos, o tom da sua voz, as palavras que diz, as imagens que constrói enquanto interage num relacionamento. Mas observe calmamente, sem julgar, condenar ou acusar. Com o mesmo olhar que esta mulher evidencia nesta carta. Nada abala sua calma. Ela apenas assiste, sem participar.
Claro que fazer isso requer um treino incessante e contínuo. Mas vale muito a pena!
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Izabel Telles é terapeuta holística e sensitiva formada pelo American Institute for Mental Imagery de Nova Iorque. Tem três livros publicados: "O outro lado da alma", pela Axis Mundi, "Feche os olhos e veja" e "O livro das transformações" pela Editora Agora. Visite meu Instagram. Email: Visite o Site do Autor