A carta que escolhemos para hoje é a que foi batizada pelo Osho de Orientação, no seu livro O tarô Zen (Editora Cultrix).
Se você acessou esta coluna somente hoje aconselho que entre no meu site (que está logo abaixo) e leia desde a primeira parte para se informar sobre a nossa proposta de trabalho.
Se você não sabe quem é o Osho (que foi descrito pelo Sunday Times, de Londres, como um dos “mil criadores do século XX”), vou transcrever uma pequena fala dele se autodefinindo: ... “por ter estado com muitos mestres, jamais fui um discípulo. Eu era um peregrino a vaguear por muitas vidas, a entrecruzar-me com diferentes tradições, conviver com diversos grupos, escolas, métodos, mas jamais pertenci a alguém.... você não poderá aprender seguindo uma única via. É outro o meu modo de ser. Tenho sido uma abelha indo de uma flor à outra, a recolher diferentes perfumes. Por isso, estou à vontade com o Zen, à vontade com Jesus, à vontade com Patanjali, ou com os diversos caminhos, às vezes, diametralmente opostos. No entanto, no meu modo de ver, existe uma harmonia oculta”...
E é sobre esta harmonia oculta que a carta de hoje vai falar.
Olhando bem para a ilustração, você já fica com uma primeira idéia do que esta lâmina quer transmitir: um anjo multicolorido voa pelo espaço ilimitado levando consigo a figura de uma mulher: não encontro expressão mais linda para definir o nosso mestre interior do que esta representação.
Mas, se notar bem vai ver que a figura feminina está com o rosto virado para esta figura angelical. O que isso quer dizer? Quer significar que muitas vezes damos às costas ao nosso bem mais precioso: nossa proteção, nosso guia interno, nosso mestre, nossa intuição: aquela voz que vem do coração e que fala primeiro que nosso cérebro.
E por que fazemos isso? Porque fomos viciados em acreditar apenas naquilo que vemos com nossos olhos, ou apalpamos com nossas mãos ou pés. Os estímulos do mundo externo são, para nós, muito mais reais do que a nossa sabedoria interna. Por isso nos tornamos discípulos de alguém, fanáticos de uma religião ou caminho, apegados a pessoas que nos rodeiam, achando que são eles os nossos guias. Vã esperança! O nosso guia não está fora de nós. Está dentro de cada ser.
Quando escrevi meu segundo livro Feche os Olhos e Veja (Editora Ágora) tinha isso em mente. E nas propostas que lá faço para a prática de exercícios com imagens mentais o meu objetivo também foi levar o leitor a conhecer suas imagens, e travar com elas um diálogo regenerador.
Literalmente é isso que a carta diz. Acompanhe: “A verdade do seu próprio ser mais profundo está tentando mostrar-lhe o caminho a seguir neste exato momento e, quando esta carta aparece, significa que você pode confiar na orientação interior que lhe está sendo dada. Esta orientação vem por meio de sussurros, e algumas vezes podemos hesitar, sem saber se compreendemos corretamente. As indicações, porém, são claras: seguindo seu guia interior você se sentirá mais pleno, mais integrado, como se estivesse se movimentando a partir do centro do seu próprio ser. Se você a acompanhar, essa célula de luz o conduzirá exatamente onde você precisa ir”.
No entanto, nem sempre é fácil ouvir esta voz interior. Para isso é preciso calma, sossego, paz. Se você sente que um exercício com imagens mentais poderá ajudá-lo a encontrar seu guia interno, tente este. Faça por 7 dias sempre ao acordar e, se sentir que resultou, repita por mais 14 dias, completando um ciclo de 21 dias. Ou continue fazendo sempre que sentir necessário. Se estiver fazendo outro exercício não misture. Espere que o outro acabe para começar este.
Exercício para encontrar seu mestre interior. Sentado, olhos fechados, pés firmes no chão, mãos apoiadas nas pernas com as palmas viradas para dentro, respire calmamente três vezes e leve sua atenção para a sua intenção (que está no título do exercício) e veja, sinta, ouça, perceba ou imagine que entra dentro do seu coração pelo orifício do seu corpo que achar melhor. Examine bem o ambiente do seu coração. Se estiver apertado alargue o espaço. Se estiver escuro ilumine com luz cor de rosa. Se as paredes forem opacas substitua por cristais translúcidos. Caminhe então para o centro do seu coração chamando pelo seu mestre. Conte lentamente e mentalmente até 6 e veja ou imagine que vê uma porta que se abre e por ela entra o seu mestre . Vá ao encontro dele. Abrace-o e seja abraçado por ele. Ouça o conselho que ele tem para lhe dar. Então marque um encontro com ele para revê-lo todos os dias. E sentindo que encontrou seu mestre, despeça-se dele, saia do seu coração pelo mesmo caminho que usou para entrar dentro dele e sentindo-se pleno, leve, alegre e firmemente sentado na cadeira, respire e abra os olhos.
Qual foi o conselho que ele lhe deu? Escreva o conselho num caderno que reservou só para isso.
Izabel Telles é terapeuta holística e sensitiva formada pelo American Institute for Mental Imagery de Nova Iorque. Tem três livros publicados: "O outro lado da alma", pela Axis Mundi, "Feche os olhos e veja" e "O livro das transformações" pela Editora Agora. Visite meu Instagram. Email: Visite o Site do Autor