Acordei bem cedo e minha mente já começou a me lembrar de quem sou... ou de quem estou fazendo de conta que sou porque sei que... entre ser... e “Ser”... ainda existe uma longa estrada a ser percorrida.
Mas parece que de manhã bem cedinho... este Ser chega algumas vezes bem pertinho da gente... em um tempo pequeno e precioso que se encontra no intervalo entre o abrir os olhos e o instante em que a mente começa a nos recordar quem estamos sendo...
Se conseguirmos ficar bem quietos e silenciosos... pode ser que a mente pense que ainda estamos dormindo e nos dê um espaço maior para que a gente explore esse “Ser”, ainda imaculado dos muitos conceitos de quem somos que adquirimos ao longo da vida...
Adquirimos e... acreditamos neles.
E é aí que os milagres podem acontecer... e novas possibilidades se tecem nos fios que trazem as memórias criativas da Luz...
Acessar esses espaços preciosos de silêncio, de um vazio que é... extremamente criativo, pode fazer uma grande diferença na nossa forma de caminhar a partir de então.
Vamos ter certeza que tudo que está ao nosso redor é só uma pequena parte de alguma coisa muito maior... e com isso vamos deixar de ficar tão apegados às coisas que o tempo todo tentam tirar o nosso poder... como por exemplo essa extensa lista daquilo que ‘somos’ e que ‘temos’ que fazer... porque somos.... que a nossa mente faz questão de nos lembrar a cada manhã....
Já pensou que maravilha se a gente tivesse, de vez em quando, uma amnésia que nos fizesse esquecer, por um tempo mínimo que fosse, de todo esse peso inútil que carregamos pela a vida afora, fardo constituído pela memória de tudo que “aprendemos” e acreditamos que somos...
Mesmo as coisas boas e dignas de serem guardadas e lembradas já são passado, e muitas vezes também bloqueiam a criatividade, a que por direito divino devemos manifestar.... Imagina então, aqueles padrões antiqüíssimos que fazemos questão de continuar carregando e que estão sempre nos puxando para trás.
Que bom se a cada dia a gente pudesse nascer de novo... imaculados de conceitos e preconceitos e, como uma Terra pura e fértil, pudéssemos receber as sementes do novo...
Melhor ainda se... fossemos capazes de esperar com paciência essas sementes germinarem e crescerem sendo fieis à sua natureza....
Que tivéssemos a sabedoria de entender que não existe nada que podemos ensinar de bom a essas novas sementes... nada além do que elas já são...
Publicado por Rubia A. Dantés
em Espiritualidade
