Recentemente, por puro acaso, assisti uma situação que me fez pensar ainda mais como é importante não nos afastarmos da nossa verdadeira natureza.
Uma pessoa tentava a todo custo agradar outras e, para isso, fazia tudo que pensava que as outras gostariam, tentava controlar tudo ao redor e agia de forma nada natural tentando se adaptar a uma suposta forma que, para ela, seria a forma que as outras gostavam.
Foi tão gritante como ela saia dela mesma... para tentar ser quem não era, pensando que daquela forma agradaria a outros... que me dei conta de quantas e quantas vezes fazemos isso, consciente ou inconscientemente... e em como isso nos afasta cada vez mais da felicidade
Que ilusão a gente acreditar que pode agradar quem quer que seja sendo diferente do que somos... e mais ilusão ainda, acreditar que podemos ser felizes assim.
Claro que aquela pessoa buscava aceitação... reconhecimento... de forma totalmente equivocada, mas... quem pode julgar o outro que está no seu caminho fazendo o melhor que pode...
Mas isso me fez voltar para mim e pensar em algumas coisas
Quando tentamos agir diferente de quem somos para agradar quem quer que seja, quase sempre nos enganamos e perdemos um tempo enorme, ou toda uma vida... nos adaptando para sermos amados, aceitos, reconhecidos... Se mudamos e negamos nossa natureza, é possível que não vamos agradar ninguém e, podemos no máximo, atrair pessoas que também fingem que estão gostando da nossa forma de não ser.
Fiquei pensando porque nos perdemos tanto de nos mesmo e da simplicidade... Porque complicamos o que poderia ser tão natural e simples...
Colocaram tantas regras e etiquetas e tantos "tem que" ser assim... e assado... que nos esquecemos completamente de quem somos. Nos formataram para tantos papeis, que nos esquecemos da nossa verdadeira natureza... E deu no deu...
Mas sempre é hora de sacudirmos todos os acréscimos... de tirarmos as máscaras, e de ter coragem de revelar toda a nossa simplicidade...
Aceitar que somos humanos e que faz parte rir e chorar... expressar nossas emoções e sentimentos com naturalidade.
Passei quase dois meses com meu netinho... e desse contato abençoado pude aprender muitas coisa...
As crianças não se preocupam em nos agradar, até que ensinemos a elas falsos modos de ser para agradar ao outro.
As crianças vivem no presente... até que ensinemos a elas como se prender ao passado e ao futuro em busca de controle e segurança.
As crianças se revelam como são... até que ensinemos a elas que, para estar nesse mundo "civilizado" precisamos nos adequar a comportamentos e regras, mesmo que isso nos custe o afastamento da nossa essencia...
As crianças não tem medo de revelar suas emoções até que ensinemos a elas que isso pode ser arriscado...
Ensinamos as crianças a ser diferentes de quem são... para depois de adultos, quem sabe um dia... chegarem a conclusão que precisam desaprender tudo que impede a sua expressão mais pura.
Criamos um mundo de ilusão e tentamos nos adaptar a ele a todo custo... e isso nos custa o bem mais precioso...
Fiquei pensando que, ao invés de ensinar tantas coisas as crianças, deveríamos aprender muitas coisas com elas... Só observando.
Acabei de escrever esse texto e pouco tempo depois uma amiga me liga contando um sonho que teve comigo...
Numa parte do sonho estávamos em uma casa muito antiga e tinha um camafeu com uma pintura linda de uma Madona. Quando ela abre a janela percebe que fizeram por cima da pintura original da Madona, a de uma Madre severa.
Em uma parte do sonho ela me vê tentando conversar com algumas Madres severas que também moravam ali, e eu fazia isso do meu jeito natural de ser... E elas não me escutavam e me deixaram falando sozinha... e minha amiga pensa que eu vou ter que mudar meu jeito de ser e reaprender, para me adaptar aquele lugar que é diferente.
Quem sabe no sonho, ela acessou memórias de algumas das vezes que mudamos nosso modo de ser para nos adaptar... Mas fiquei feliz com a sincronicidade... e limpei essas memórias com Ho'oponopono...