Meu mundo antigo foi se desfazendo diante do meu olhar atônito... incrédulo... agradecido. Entre eles, é claro... um tempo que foi se preenchendo de transformações, que espero vão transbordar em um novo mundo... em um novo olhar sobre o velho mundo.
Nada é mais igual ao que era antes porque não somos mais os mesmos...
2013 foi assim... morte e renascimento o tempo todo... e algumas mortes de partes tão arraigadas que eu até pensava que eram eu. Mas agora sei que eram apenas máscaras que encobriam meu verdadeiro Ser...
E esse processo, ainda em andamento, passa a ser mais suave quando entendemos o que está acontecendo e cooperamos com as transformações... e a melhor forma de cooperarmos com as transformações é não resistir e desapegar. Quanto mais resistimos e nos apegamos ao antigo modo de ser, mais sofridas ficam essas grandes mudanças pelas quais estamos passando.
Ontem à noite me dei conta de como estou diferente, muito mais simples, sem expectativas... mais neutra... quase não me reconheço e, com um certo estranhamento, percebi como não sou mais a mesma... e muito daquilo que pensava que era não me diz mais nada... é uma sensação que ainda não tive com essa força e por isso assusta um pouco... é natural porque convivi por tanto tempo com quem não era que a simplicidade, às vezes, é muito para quem já foi tão complicado e não sabia...
Mas nesse intervalo entre o antes e o depois, só tenho a certeza que nada sei e que muito do que pensava saber se desmanchou em vazio...
Sei que falta muito, mas, também sei que esse caminho é sem volta e que o que me sustentava não me dá mais apoio porque não era real, pouco a pouco, vou me aceitando sem tantos acréscimos...
Quando as grandes mortes acontecem e nos fazem ver que não somos o que pensávamos ser, as pequenas mortes já não doem tanto e vamos nos desconstruindo pouco a pouco para o que ainda não sabemos... se revelar... e não adianta nos apegarmos a nada e nem tentar segurar as mudanças porque elas estão na ordem do dia... e são para melhor, para o mais real, o mais nítido.
Acostumamo-nos com uma visão embotada da nossa realidade e nos cobrimos com máscaras que nos protegiam de supostos medos e nos enquadravam em supostas formas ideais... mas, no meio disso tudo, quase perdemos o contato com nosso verdadeiro Ser...
Mas, agora, sinto que ele chama bem forte e as transformações me trazem uma esperança antiga de voltar a respirar mais verdade... de voltar a sentir uma atmosfera da qual só vislumbro em nuances ainda pálidas, mas que já me dá uma saudade enorme de Ser...