O nome RUNA vem do termo Nórdico que significa sussurro, algo secreto, mistério, segredo. Os símbolos rúnicos eram utilizados antes do advento da escrita sendo, depois, associados ao alfabeto celta. Sabe-se que os povos germânicos antes de possuirem uma escrita, costumavam desenhar símbolos em rochas. Essas inscrições chamavam-se Hallristninger e datam de 1.300 anos AC. São 24 sinais representando homens, animais, partes do corpo humano, armas, símbolos solares, de transporte, de tempo, da natureza etc., cujo significado profundo era transmitido secretamente de pai para filho. Esse conjunto de sinais era usado como oráculo, podendo ser gravado somente em substâncias naturais, não manufaturadas, tipo cristais, sementes, couro, osso, madeira, conchas, seixos etc. Para utilização do oráculo, os símbolos eram previamente consagrados com as forças da natureza, os 4 elementos: terra, água, ar e fogo.
A mitologia dos povos da Escandinávia, região hoje correspondente à Suécia, Noruega, Islândia e Dinamarca é repleta de histórias sobre Deuses fantásticos, gigantes, dotados de incríveis poderes. A gênese dos nórdicos é relatada nos poemas Edda Poético do Século IX. Conta a lenda que Odin - PROTETOR DAS RUNAS - um dos maiores Deuses Nórdicos, seu nome significa VENTO ou ESPÍRITO, o protetor dos exércitos, ficou pendurado pelo pé na Yggdrasil (arvore do mundo, que ligava o céu e a terra) passando frio e fome durante 9 dias e 9 noites e ferido por sua lança. Após esse ritual de sacrifício, teria concebido os caracteres rúnicos.
Era ajudado por dois corvos, HUGIN (Espírito e Razão) e MUNIN (Memória e Entendimento) que se posicionavam em seus ombros depois de percorrerem o mundo, durante o dia, na busca de novidades para o Grande Deus.
Tinha um cavalo lendário SLEIPNIR, com 8 patas, se locomovendo rapidamente pelos céus entre a esfera humana e divina. Sua lança GUNGNIR, presente dos anões ferreiros, só se detinha após atingir o alvo.
Sentado em seu trono onde podia avistar o mundo inteiro, ficava em companhia dos mais valorosos guerreiros mortos em campo de batalha, recolhidos no derradeiro minuto pelas “Walkirias” as doze virgens aladas com plumas de cisne. Esse exército espiritual do Bem, se mantinha alerta para entrar em ação contra as forças do mal, por ocasião do Crepúsculo dos Deuses – RAGNAROKK – (apocalipse)
Os antropologistas afirmam que ODIN - O Homem - era um paranormal, possuidor de poderes psíquicos, que fazia contato com o mundo dos espíritos e conseguia detectar doenças e localizar pessoas e objetos à distância. Esse homem, chefe de uma comunidade tribal da Ásia, com conhecimentos xamânicos, teria emigrado para a Escandinávia e lá instalado uma religião primitiva baseada nesse código secreto de mensagens mágicas. Odin-Homem, após sua morte teria sido elevado a condição de divindade local, sendo seus ensinamentos difundidos pelos sacerdotes.
Os Mestres das Runas eram identificados pelo manto que usavam com pedras na bainha e por manterem a cabeça sob um capuz de pele branca. Eram muito respeitados pela comunidade em virtude do trabalho espiritual, jurídico e material que prestavam.
No século I de nossa era, o hábito de consultar Runas já havia se espalhado pela Europa. O jogo de Runas sempre se revestiu de um caráter mágico e sagrado e, usado como oráculo, chama a atenção para as forças ocultas que podem estar agindo. É o consulente, com base nessas informações e fazendo uso de seu livre arbítrio, quem decide o que fazer para que as tendências se concretizem ou não. Deve manter-se receptivo para alavancar o positivo e transmutar o negativo.
“Mestre interior é a serenidade que vem da certeza de que sempre existirá uma passagem que leva, do escuro profundo, para a luz clara do dia, sempre... Sua orientação se dá quando a intuição se faz mais forte do que as dúvidas da razão e diz que essa é a hora e aquela a direção”.