Todo início de ano fazemos planos para ser um Ano melhor do que o anterior. Temos boa vontade, otimismo, mas nem sempre conseguimos dar passos "para frente", sentimo-nos estagnados, no mesmo lugar. Vários anos se passaram e o que mudou?
"Andar para frente" parece fácil e achamos que só depende de nós. Não percebemos o quanto fazemos parte de grupos e compartilhamos e fortalecemos as crenças em determinada dificuldade ou sofrimento. Se eu só ouvi falar em traição, falta, dificuldade, como posso acreditar que existem pessoas que não vivem isso o tempo todo?
Através da Constelação Familiar/Sistêmica percebemos os vínculos ocultos que atuam num determinado grupo. Ficamos espiritualmente conectados atraindo situações que se repetem em nossa vida e na vida daquele grupo. Existem muitos tipos de grupos: grupos dos excluídos, dos traídos, dos doentes, dos discriminados, dos solteiros, dos fanáticos, dos moralistas, dos financeiramente pobres, dos eternos carentes etc..
Como espiritualmente atraí esse grupo? Como sair desses grupos?
Vem a frase: "quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha"? Será que eu atraí pais que não me davam carinho ou eu espiritualmente trago algum trauma com relação ao amor e sou uma pessoa que não permite ser amada por ninguém, pois sempre fracasso?
Meu espírito nasceu em determinada situação, num determinado grupo, com um único objetivo: evoluir.
Evoluir significa que nosso espírito é dinâmico, que pode sim estar parado em alguma situação, mas pode fazer um movimento de transformação.
Como fazer esse movimento?
Por exemplo, se você faz parte de uma família que se recusa a crescer financeiramente, é necessário que esse processo se inicie dentro de você, mas de forma secreta para os outros. Você pode caminhar em direção à outra margem olhando de forma humilde para frente. O resultado é que, depois, com certeza, você se transformará num exemplo para os outros. Você deve ficar firme com você, com o seu propósito, agora consciente. Isso não significa que você é melhor ou pior do que ninguém, significa que você vai em direção à luz de forma simples, com suas pernas, seus passos.
Está na natureza de cada um crescer, aprimorar-se, ter sucesso, criatividade, alegria, saúde e prosperidade. Procure pessoas que estejam nesse movimento, forme sua própria família espiritual, viaje, olhe outras culturas, dê passos seus. Quando andamos com os passos dos outros, nossa vida não cresce, nosso espírito fica empobrecido, sem alegria ou criatividade. Ande com seus passos e se responsabilize por eles. Quando andamos com nossos passos em direção a eternidade percebemos mais, crescemos mais e daí, qualquer época e época e vamos além do tempo, só nos importa o andar.
Aprendendo a Deixar em Paz todos os que Amamos
Feche os olhos e sinta no seu Coração a frase: Deixe as pessoas que você ama em Paz!
Aprender sobre o "Saber" amar é uma das maiores experiências que eu tenho tido através dos trabalhos de Constelação Familiar/Sistêmica/Vidas Passadas.
Queremos sempre salvar o outro, o destino do outro em nome do amor. Queremos nossos filhos em paz do nosso jeito. Nossos pais felizes, do nosso jeito. Esquecemos que cada um tem o jeito deles, no momento deles, com as lições deles. Precisamos olhar para Nós mesmos.
Amor tem outro olhar. Olhar e reverenciar a etapa de dor ou alegria do outro e a nossa com consentimento. Sim!!! A dor é uma etapa a ser transpassada por quem passa. A borboleta só se torna borboleta através de algumas etapas que só podem ser vividas por elas. Quando interferimos no processo com dó da borboleta, a matamos.
Aí vive um grande dilema: o que fazer quando alguém nos pede ajuda? Que movimentos precisamos fazer para nos ajudar. Precisamos saber ajudar no limite do que aquela pessoa pode receber. Precisamos aprender a olhar sem pena, nem dó, com força, esperança e alegria pelas etapas a serem cumpridas e vivenciadas. Quem foge da dor, vive com ela.
Como é difícil deixar as pessoas que a gente ama em paz. Os mortos e os vivos. Eu vi uma cena espiritual uma vez de uma pessoa famosa que morreu cedo e o tormento dos fãs, chorando por dias, meses e anos. Essa pessoa não conseguia ficar em paz. Essas pessoas que choravam, choravam realmente por quem? Talvez por elas mesmas.
Também fui representante de um filho que havia morrido e só ouvia sua mãe chorar o tempo inteiro. Eu, no lugar dessa pessoa, não aguentava mais. Essa mãe chorava por culpa, toda mãe ilusoriamente sente culpa com o filho vivo também.
O trabalho de constelação nos leva a um lugar tão verdadeiro onde o mito não existe, onde as despedidas são normais e passageiras, ilusórias. Onde aprendemos que nossos filhos, empresa, animais de estimação, ideias e tudo o que críamos aqui são experiências vividas por nós e é só isso que vamos levar ou é... TUDO isso que vamos levar.
Olhar a vida a partir do nosso Centro Espiritual nos dissocia de tudo que queremos manipular, do nosso jeito. O presente está aí e sempre estará.
Como os animais "pegam" problemas do Sistema Familiar
Novamente estive na Alemanha com o Filósofo e criador da Constelação Familiar, Bert Hellinger. Uma das coisas mais importantes que o Bert Hellinger fez e faz é nos ensinar um método de colocar a filosofia, a verdade e a espiritualidade em prática. Considero-o o único filósofo que fez isso.
Através dessa técnica em grupo ou individual, enxergarmos Tudo o que é possível vermos, para a harmonia e evolução da nossa consciência. Creio que buscar consciência é o objetivo maior da nossa existência.
Atuo como Facilitadora e fico impressionada em ver isso na minha própria experiência também.
Vou contar uma história pessoal. Tenho um cachorrinho de 16 anos que estava tendo tosses noturnas constantes e que dava a impressão de que ele iria morrer. Minha mãe, sabendo disso, associou os sintomas do cachorrinho ao problema cardíaco do pai dela, meu avô, que faleceu muito jovem com problemas cardíacos. Quando ela me falou isso, pensei: meu cachorrinho está me mostrando algo ou "pegando" coisas do meu sistema familiar. Levei-o ao veterinário e ela me disse que realmente ele estava com um problema cardíaco gravíssimo, pela idade, e que não havia o que fazer, a não ser tomar os remédios, e aconselhou um especialista. Marquei um veterinário cardiologista, mas, antes, fiz uma constelação com o grupo que ministro curso de formação.
Para montar a constelação, escolhi alguém para ser meu cachorrinho e me coloquei diante dele. Ela, no lugar do cachorro dizia: estou com muito mal-estar, passando muito mal e olhava para baixo. Isso, em constelação familiar, significa olhar para um morto. Coloquei meu avô, que faleceu com esse problema. Quando o representante do meu avô entrou, dizia: estou muito longe disso. Resolvi colocar uma pessoa para ser minha avó, que está viva, tem 93 anos, mas vive dizendo que quer ir embora encontrar meu avô. Meu cachorrinho tem muita ligação com ela. Quando coloquei alguém para representá-la (avó), ela se virou, querendo ir com meu avô e meu cachorrinho olhava para ela. Fiz os movimentos necessários com a frase: Deixe isso com eles, você vai ao seu tempo, por você mesmo. Não por mim, nem pela minha mãe, nem pela minha avó. Você fica fora disso.
A pessoa que estava representando o meu cachorrinho disse que se sentia melhor e aliviada. Enfim, terminei a constelação muito feliz. A partir daquela noite, ele não teve mais crise nenhuma. Dias depois, levei-o ao cardiologista para fazer um eco Doppler. E expliquei que ele tinha crises durante a noite e disse o que a outra veterinária havia dito. Durante o exame, ele ficou quietinho, coisa rara de acontecer. A cardiologista falou: ele não tem nada! Tem um coração com probleminhas normais para a idade dele mas, nada demais!
Fico feliz que até hoje ele nunca mais teve crises e eu nunca mais acordei achando que ele estava morrendo do coração. Minha família vivenciou isso com o meu avô. Foi um trauma que estava atuando ainda na alma da minha família e percebo como esses animaizinhos tão maravilhosos nos mostram ou tentam amenizar nosso sofrimento também.
Estou escrevendo isso com ele no meu colo e espero que, através dessas palavras, muitos outros animais sejam aliviados e libertos de tomar para si, problemas de seus donos.
por Simone Arrojo
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Sobre o autor
Simone Arrojo é apresentadora do programa Virando a Página, na Rádio Mundial, aborda assuntos relacionados a Constelação Familiar e Autoconhecimento.
Trabalha com Grupos todas às terças e quintas-feiras; Atendimentos Individuais com Constelação Familiar; Palestrante e Organizadora de Projetos de Qualidade de Vida e Constelação Sistêmica em Empresas; Dirige Grupos em Viagens a Lugares Sagrados em vários países para trabalhos terapêuticos. Email: [email protected] Visite o Site do Autor