Neste exato momento muito se fala sobre ameaça do Comunismo, golpe, Ditadura Militar, mas pouco se sabe sobre a história. Não porque não haja fontes de informação, mas porque temos a tendência a sermos preguiçosos e a ficar limitados a um só lado da informação. Vejo isso com grande preocupação, pois todos estão cansados de saber que quando você controla a fonte de informação você controla o pensamento de um povo. É assim na China, Coréia do Norte, Cuba e, mais recentemente, Venezuela. Se no Brasil hoje não vivemos uma censura, como nos tempos da Ditadura Militar, o que temos são "currais de informação". Manadas de pessoas que por vontade própria só lêem notícias de um único ponto de vista (sejam elas de Direita ou Esquerda).
Foi pensando nessa polarização idiota que está ocorrendo no Brasil que me veio a idéia de fazer resumos mais detalhados do que foram o Comunismo e a Ditadura Militar.
Começarei com um resumo da história da Revolução Comunista na Rússia. Não está completa (a história mesmo tem muitos meandros) mas servirá para entender um pouco melhor do que você aprenderia na escola (a superficialidade do que encontrei em português chegou a me chocar):
REVOLUÇÃO RUSSA
Estamos nos últimos anos da I guerra mundial. Inglaterra, França e Russia se enfrentaram numa guerra de Impérios. Lenin, no seu exílio em Zurique, acreditava que a Rússia estava sendo usada como uma ferramenta dos imperialistas franceses e britânicos na Primeira Guerra Mundial, e que a sua participação no conflito foi a mando desses (`Esquecendo´ que a Rússia também era um Império e tinha seus próprios interesses.) interesses(*). A Rússia vinha lutando internamente há décadas pra sair de uma economia/política basicamente feudal pra uma industrial, como seus pares. Como não tinha infra-estrutura, aceitou a vinda de estrangeiros para a construção de fábricas e a exploração de matérias-primas.
Em fevereiro de 1917, manifestações populares na Rússia provocadas pelos problemas econômicos na guerra forçou o czar Nicolau II a abdicar. A monarquia foi substituída por uma relação difícil entre o Governo Provisório Russo, composto de figuras parlamentares socialistas e, do outro lado, uma matriz de Sovietes: conselhos operários eleitos diretamente pelos trabalhadores, soldados e camponeses. É importante dizer que os Sovietes (ou Comunas) não foram criados legalmente: Foram originalmente organizações grevistas de trabalhadores que, com o tempo, foram incorporando mais e mais pessoas. Faziam protestos nas ruas contra os problemas na economia e foram ficando cada vez mais revoltados. Foram agregando filósofos, sociólogos e formando um poder informal que não poderia mais ser ignorado. O maior e mais influente era o Soviete de (Capital do Império Russo por mais de 200 anos. Mudou de nome para Leningrado e depois para São Petersburgo.) Petrogrado(*). Como eles eram compostos de trabalhadores, possuíam controle de fato (e não de Direito) sobre estradas de ferro, telégrafos, mantimentos e outras infraestruturas. Isso forçou o Governo Provisório Russo a negociar, e a ceder cada vez mais poder ao Soviete de Petrogrado, no que a princípio foi um governo compartilhado (Havia o executivo e dentro dele o chamado "Ispolkom", ou seja, um comitê executivo formado por membros apontados pelos Sovietes).
Também tínhamos mini-sovietes dentro das fábricas. Com a crise, os proprietários abandonaram suas fábricas, ameaçando com o desemprego milhares de operários. A reação dos operários foi ocupar as fábricas para garantir a continuidade da produção. Para organizar a produção e gerir a administração foram constituídos os comitês de fábricas (ou sovietes de fábrica), formados por delegados eleitos pelos trabalhadores e com mandatos revogáveis a qualquer momento, significando que, se algum dos delegados não cumprisse com as responsabilidades assumidas, poderia ser destituído pelos demais trabalhadores. Dessa forma, os operários, através de seus comitês, exerciam o poder no interior das fábricas. Esse exercício do poder ficou conhecido como controle operário da produção.
Os trabalhadores estavam divididos basicamente em dois partidos: De um lado os Mensheviks (que em russo significa "minoria" mas eram maioria nos sovietes) que eram Marxistas moderados e colaboravam com o modelo capitalista em busca de fazer uma revolução "controlada", dentro das leis, e mais próximas da filosofia de Karl Marx. E do outro lado os Bolsheviks ("maioria" em russo) que acreditavam na luta armada e na revolução direta, sem etapas. Lenin fazia parte dos Bolsheviks, e foi ele que cunhou o lema "Ditadura do Proletariado". Ironicamente todos os dois partidos se chamavam "Partido Russo Social-Democrático dos trabalhadores", embora um deles lutasse abertamente por uma ditadura.
Os Mensheviks eram maioria no Soviete de Petrogrado. Eles estavam divididos entre apoiar ou não a guerra. Já o Bolshevik, contando com a direção de Lenin (já de volta do exílio), ficou decidido a ser contra a guerra (para se focar na revolução interna). Assim, com o desenrolar da guerra e seu agravamento econômico, os Mensheviks foram perdendo cada vez mais espaço dentro do Sovietes para os Bolsheviks.
Em junho de 1917, sentindo que o momento era propício, os Bolsheviks começam uma forte campanha de propaganda, com 100.000 cópias do Pravda impressos ao dia e 350.000 folhetos por mês, onde eles fazem ataques ao governo que eles chamam de " (Derivada da palavra francesa bourgeois, que significava a população que vivia dentro dos muros das fortalezas, no período medieval. Depois passou a designar quem vive nas cidades, e depois a classe média, dentro do contexto político.) burgueses(*)", pedem o fim da guerra e o controle do poder pelos trabalhadores. Em julho de 1917 eles organizam vários protestos pacíficos contra o governo. Em Petrogrado eles levam 500.000 pessoas às ruas, pedindo o fim da guerra e brandindo cartazes com o lema "Paz, Terra e Pão: todo poder aos sovietes", onde "paz" é a saída da Rússia da guerra, "pão" é comida para todos e "terra" a reforma agrária, com o confisco de propriedades privadas para serem distribuídas pelo povo. Isso é visto (obviamente) como uma tentativa de golpe, e o Governo provisório coloca os militares para atirar contra o povo nas ruas. 700 morrem.
O governo fecha os jornais. Vários Bolsheviks são presos, mas graças à influência do Soviete de Petrograd são liberados por meio de fiança ou "bom comportamento". Lênin consegue fugir para a Finlândia.
O ódio ao governo cresce. Greve e protestos acontecem nas principais cidades. E essa tentativa de golpe acaba influenciando positivamente os Bolsheviks nas urnas. Um aumento de 50% nos votos em 3 meses!
(===Abro um parêntese pra alertar os que gostam de história para o paralelo da ascenção do partido dos trabalhadores russos - Bolshevik com o do Partido dos Trabalhadores Alemão - NSDAP. Ambos se beneficiaram de conturbações econômicas e sociais internas pra crescer, num discurso radical de ódio contra os "burgueses" e uma máquina de propaganda azeitada, ambos tentaram um golpe pacífico contras as instituições democráticas que foram contidos à bala e fracassaram, tiveram membros presos e, assustadoramente, conseguiram com isso passar a idéia de heróis do povo e atraíram ainda mais admiradores do que tinham antes! ===)
Assim os Bolsheviks tinham agora a maioria do Soviete de Petrogrado e vários outros. Em setembro de 1917, Leon Trotsky, líder dos Bolsheviks (e que tinha sido preso no golpe frustrado), foi apontado como líder representante dos trabalhadores no Soviete de Petrogrado. Ele iria dirigir a transformação dos Sovietes em um complemento do partido Bolsheviks, (Ou seja, dois meses após tentarem dar um golpe no governo eles planejam um golpe dentro do próprio Soviete, sendo que eles já eram maioria. Isso diz muito sobre a idéia de "democracia" deles.) passando por cima(*) da autoridade do Ispolkom e dos outros partidos e membros dos Sovietes, como os Mensheviks. Os mini-sovietes (o controle operário da produção) também ganharam força, conseguindo adotar a jornada de trabalho de 8 horas em São Petersburgo e realizar um congresso nacional de comitês de fábrica em outubro, aglutinando em sua defesa, além dos trabalhadores do chão de fábrica envolvidos, forças políticas ligadas aos anarquistas e aos bolcheviques. Estes últimos, inclusive, utilizaram como lema para angariar o apoio das massas trabalhadoras a defesa do controle operário da produção como via de transformação da organização da sociedade.
Nesta maravilhosa "democracia" ditatorial Bolshevik (que seria implantada no ano seguinte) estariam impedidos de votar "aqueles que empregam outros para lucrar, aqueles que vivem de recursos não-derivados do seu trabalho direto (como donos de terra, indústria, etc), homens de negócio, agentes, padres e monges de todas as denominações, ex-empregados de polícia (?), membros da dinastia Romanov, lunáticos e criminosos".
Em 12 outubro de 1917 a Alemanha, enfrentando pouca oposição Russa, consegue chegar perto de Petrogrado. Aconselhado por militares, o governo quer se mudar para Moscou, mas o Soviete se nega. A maioria decide por criar uma milícia armada de trabalhadores para defender Petrogrado das ameaças militares E DOMÉSTICAS. Os Mensheviks se opoem, mas o Ispolkom aprova a resolução e cria o "Comitê Revolucionário Militar" (Milrevcom).
(===Em mais uma similaridade, está criada aí a milícia armada do partido dos trabalhadores russos, essencial para a tomada e manutenção do poder, assim como existiu a milícia do partido dos trabalhadores alemães, a SA, e a milícia venezuelana, coordenada pelo Ministério do Poder Popular para as Comunas, que controla os chamados "colectivos" ou "Escuadrones de la Muerte". E por falar na milícia venezuelana, soube que esta semana está aqui no Brasil Elias Jauá Milano, vice-presidente e ministro desse mesmo "Poder Popular para Comunas", ensinando ao MST como agir na "revolução". Em sua mala de viagem, trazida por sua babá, além de uma arma também tinha vários manuais, como um que trata da "derrota permanente do inimigo" e cartilhas mencionando estratégias do Partido Comunista Chinês; uma delas ensina como "marcar e neutralizar o inimigo" e "como enfrentar crises e conflitos reais". =====)
Com a legalização da milícia com o nome pomposo de "militar", eles decidem - sem direito algum - assumir o controle das tropas regulares do exército em Petrogrado. Um comandante se recusa a entregar suas tropas, e é logo acusado de ser "contra-revolucionário". Assim como ocorreria na Alemanha, a milícia acaba dominando o Exército.
Em novembro de 1917 tivemos a votação para a Assembléia Constituinte Russa, que iria suceder o Governo provisório de forma democrática, através dos votos nas urnas. Inicialmente o partido Bolshevik apóia a Assembléia, mas após o resultado....
Dentro dos Sovietes (que eram influentes nas grandes cidades) o poder estava dividido basicamente entre Bolsheviks e Mensheviks, já que eram os partidos os trabalhadores. Mas na Rússia como um todo havia outros partidos, que viriam a compor a Assembléia Constituinte Russa. E o mais popular nas regiões rurais, que constituíam a maioria da população Russa, era o Partido Revolucionário Socialista. Acontece que esse partido (que é visto pelos Bolsheviks como de direita, graças ao alinhamento com o governo provisório) teve a maioria dos votos, devido ao apoio da população rural, elegendo para a Assembléia 370 deputados (os Bolsheviks elegeram 175 e os Mensheviks apenas 16). O que Lenin, esse homem admirado como herói e intelectual, disse do resultado das urnas?
Já de volta do exílio, em seu ensaio "Teses Sobre a Assembleia Constituinte" ele argumenta que a República dos Sovietes "é uma forma mais elevada de democracia que a tradicional república burguesa com a Assembléia Constituinte. Os interesses da revolução de Outubro de 1917 permanecem maiores que os direitos formais da Assembléia Constituinte. Cada tentativa direta ou indireta de reconhecer a Assembléia Constituinte do ponto de vista legal e formal - dentro do contexto ordinário da democracia burguesa e sem olhar a luta de classes e a guerra civil - seria uma traição à causa proletariada e a adoção do ponto de vista burguês".
(===Fantástico, não? Antes das eleições os Bolsheviks apóiam a Assembléia. Ao perceber que não têm mais o MONOPÓLIO do poder (como tinham nos Sovietes) Lenin usa essa baboseira de "burguesia" (uma tática perversa de designar tudo o que você é contra com um apelido, como aliás a esquerda brasileira faz muito bem) pra desviar a atenção do fato de que foi a população RURAL (e não burgueses) que elegeu a maioria dos seus representantes, e diz diretamente que sua revolução tem prioridade sobre os votos do POVO e que os Sovietes têm prioridade sobre a DEMOCRACIA.====)
Então Lenin propõe que sejam feitas novas eleições (???) e que nesse intervalo um governo exclusivamente dos Sovietes seja aceito como provisório (que meigo, não?). A coisa era tão bizarra que nem mesmo a maioria dos membros dos Bolsheviks aceitaram a proposta. Mas durante o mês de dezembro conseguiram convencer a maioria. Enquanto isso o Partido Revolucionário Socialista se racha entre direita e esquerda. A minoria de esquerda se junta em apoio aos Bolsheviks.
Ainda em novembro Lênin decide que o controle operário deve estar ligado à fiscalização das ações e da contabilidade das empresas pelos trabalhadores, e não à produção e administração, ficando estas funções a cargo dos especialistas técnicos, como engenheiros e administradores. Com essa perspectiva, o novo Estado publicou o decreto do controle operário da produção, criando o Conselho do Controle Operário de toda a Rússia, responsável pela gestão das indústrias. Mas a participação dos trabalhadores foi limitada, sendo que os especialistas técnicos ocuparam a maior parte dos postos existentes, passando a tomar a (Ou seja, os Bolsheviks nem tomaram o poder ainda e já limitam o poder dos trabalhadores nas fábricas. Mas o pior ainda vai vir.) maioria das decisões(*).
Para conseguir mais apoio para o golpe de Estado os Bolsheviks escrevem a "Declaração do direito nacional dos povos", onde se comprometem a acabar com a dominação exercida pelo governo russo sobre regiões tais como a Finlândia, a Geórgia e a Armênia. A liberdade desses dois últimos países não durou mais que 4 anos: foram anexados pelo novo império Bolshevik, e sofreram expurgos e execuções nas mãos de Stalin. A Finlândia (que inclusive mandou tropas armadas para apoiar o golpe) foi invadida em 1939, numa decisão que até hoje Vladmir Putin acha justa.
Em 18 de janeiro de 1918 uma multidão se reúne em frente à Assembléia de Petrogrado para protestar contra a tomada de poder dos Bolshevik. Mas não são muitos: alguns soldados e trabalhadores, estudantes de classe-média e profissionais liberais. Numa inversão de papéis, agora são os militares leais aos Bolsheviks que atiram contra a multidão, que se dispersa.
O Bolshevik Ivan Skvortsov-Stepanov, em um discurso aprovado por Lenin, explica a oposição à "democracia burguesa":
"Como vocês podem adotar tal conceito de 'vontade do povo'? Para um Marxista a noção de 'o povo' é inconcebível: o povo não age como uma unidade. Isso é uma mera ficção, e essa ficção é alimentada pelas classes dominantes. Está tudo acabado entre nós. Vocês pertencem a um mundo, com os cadetes do exército e a burguesia, e nós a um outro mundo, com a população rural e os trabalhadores."
(===Qualquer semelhança com o discurso de "nós contra eles" não é mera coincidência. ====)
Em 19 de janeiro de 1918, primeiro dia dos trabalhos da Assembléia eleita, um membro de direita do Partido Revolucionário Socialista é eleito como presidente da Casa por maioria. A proposta do partido Bolshevik de novas eleições é rejeitada por 237 votos a 136. É o sinal para que os Bolsheviks (com apoio dos Anarquistas e a ala esquerda do Partido Revolucionário Socialista) dêem o golpe, reúnam seus soldados e declarem a Assembléia dissolvida. Lenin deixa a Assembléia e instrui seus soldados a não usarem de violência, apenas esperar até que os outros deputados saiam da Assembléia. Os deputados ficaram até às 4 da manhã. No outro dia já não puderam mais entrar. E assim termina a curta história da democracia Russa.
O povo russo, apático, alienado e cansado de uma sucessão de governos pouco populares, não se manifestou em defesa da Democracia. A política era algo distante e complicada demais para mobilizar as zonas rurais.
Março de 1918: Foi adotada uma forma de administração das indústrias em que a direção ficava nas mãos de um único administrador, subordinando os comitês de fábrica a ele. Os administradores eram nomeados pelo Estado e não mais eleitos pelos trabalhadores, retirando, dessa forma, o poder que anteriormente era exercido pelos trabalhadores no interior dessas empresas. Com a nomeação de um administrador único que seria apenas fiscalizado, os trabalhadores deixaram de decidir sobre a gestão da empresa. Com o início da Guerra Civil e a militarização da produção industrial subsequente, o controle operário foi abandonado, extinguindo, dessa forma, os comitês de fábrica.
O que acontece depois? Os antigos aliados dos Bolsheviks, os Anarquistas e os esquerdistas do Partido Revolucionário Socialista, se juntaram a outros partidos políticos na tentativa de depor o governo ditatorial bolchevique, que começa assim a perseguição e a prisão de todos os anti-Bolsheviks, e o início de uma ditadura exclusivamente Bolshevik.
E assim veremos violência, violência e mais violência (como uma sangrenta guerra civil, esmagamento dos que lutavam por eleições livres em Kronstadt, assassinato da família real, um dos maiores genocídios já registrados na humanidade, o Holomodor na Ucrânia, etc. etc). Um imperialismo que não terminou mesmo hoje, décadas após a queda da União Soviética, onde a Rússia continua ameaçando a Ucrânia.
Do meu estudo que, repito, não é dos mais aprofundados mas também não é raso, percebo que, sob o comando direto de Lenin o partido Bolshevik mentiu, manipulou, fez alianças quando era vantajoso, traiu seus aliados, lutou em nome dos trabalhadores e depois tirou o poder dos trabalhadores, lutou em nome dos camponeses mas ignorou seus votos nas urnas, fechou uma Assembléia que antes apoiava, falou em paz mas fez guerra, dividiu o país entre burgueses e trabalhadores e depois apelidou tudo o que não concordava de "burguês". E tudo isso sem nem mencionarmos Stalin, um dos maiores genocidas da história recente, superando até mesmo Hitler, e só atrás de Mao-Tsé-Tung, outro que matou em nome do Comunismo.
Me espanta que hajam pessoas que pensem que estes são heróis. Ou melhor, não me espanto não. A afinidade com um ou outros ídolos vai do caráter de cada um.
Acid é uma pessoa legal e escreve o Blog www.saindodamatrix.com.br "Não sou tão careta quanto pareço. Nem tão culto. Não acredite em nada do que eu escrever. Acredite em você mesmo e no seu coração." Email: Visite o Site do Autor