Um dia de muito calor em Copenhagen, onde o termômetro marcava 30 graus, chegamos a uma quermesse na igreja mais antiga da cidade... Tudo muito bonito... a igreja, as árvores o movimento animado das pessoas... Quando olhava distraída os objetos usados, expostos em uma mesa me senti atraída por um anel branco... peguei o anel e vi que era uma máscara branca com enfeites dourados como essas do carnaval de Veneza, muito bem feito em esmalte e metal dourado muito bem trabalhado que pensei ser muito caro...
Perguntei o preço e me assustei porque era muito barato, o equivalente a 10 reais. Comprei o anel.
Já em casa olhando o anel que era muito diferente, lembrei-me que dessa vez o primeiro desenho que fiz foi uma mulher retirando uma máscara... uma máscara bonita e com algumas espirais coloridas...
O que será que essas máscaras estão querendo me dizer?
A máscara branca e dourada do anel... ou colorida como a do desenho, são bonitas mas são máscaras que representam algo que está limitando a sua verdadeira expressão...
Dormi pensando nisso tentando entender que máscara era essa que estava usando e até achando bonita...
No outro dia, pude observar em um evento que fomos, uma pessoa que não conseguia falar não, e depois de muitos sins, alguns onde era muito claro que eram ditos por algum tipo de obrigação, era visível como ela não estava satisfeita.
Pensando sobre o ocorrido e em como deve ser difícil agir assim o tempo todo para agradar todo mundo... o telefone toca me tirando dos pensamentos que já começavam a fazer sentido...
Era minha mãe. Conversa vai... conversa vem e ela me conta um caso de uma pessoa que tinha dito sim para um pedido de alguém por não ter coragem de dizer não, e como isso estava gerando problemas para ela... e, me repete uma coisa que sempre fala "quando você diz sim para o outro, sem querer dizer, está dizendo não para você... " ou algo assim... que ela se lembrava de ter lido uma vez.
Era tudo que eu precisava escutar para que as máscaras me revelassem o que eu precisava saber. Aquelas máscaras bonitas representavam aquela máscara onde somos "bonzinhos demais" e onde, para isso abrimos mão do desejo do nosso coração.
Existem certas máscaras que usamos, que às vezes nem percebemos que estamos usando e, outras vezes até usamos com orgulho, porque elas nos geram um tipo de retorno positivo, elogios etc... mas pode ser que elas se tornem tão pesadas que um dia se mostram como são. Apenas máscaras.
E existem máscaras que são muito difíceis de identificar porque aparentemente não lhe representam... você olha para elas e pensa, eu não sou assim, pelo contrário... Mas será que não é mesmo?
Nem sempre as coisas são tão simples e tão óbvias quando se trata de pessoas... e muitas vezes o que parece que não somos e, até que somos o oposto daquilo, está bem escondido e só se manifesta uma ou outra vez com alguma pessoa específica que tem o poder de despertar em você aquela reação.
Depois de muito Ho'oponopono pude ver claramente onde agia assim, usando a máscara branca e dourada da "boazinha demais" e também que, o que me movia naqueles casos era uma culpa antiga... Mais Ho'oponopono e parece que a culpa foi se diluindo... diluindo até que tive a oportunidade de me ver em uma das situações onde a máscara me fazia reagir... e, quase como milagre, vi-me sendo fiel à minha Alma e não à culpa... e isso me fez mais forte e feliz...
É incrível a liberdade que você sente quando tem a oportunidade de tirar mais uma camada do que não lhe representa e deixar aparecer mais um pouco do seu verdadeiro rosto...