Publicado dia 11/19/2001 6:55:01 PM em Corpo e Mente
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A humanidade, ou melhor, a nossa civilização ocidental, ingressou numa era de tecnicismo extremado, o que de fato propiciou grandes avanços na sua forma de manipular e controlar a natureza. Neste processo, o homem deixou-se deslumbrar demais por este seu dom racional, lógico e analítico. Neste fascínio, tornou-se cego em relação a outras possibilidades de experienciar o mundo como, por exemplo, nos demonstra a história da cultura oriental.
O homem tornou-se cego em relação a seu próprio corpo, à sua própria natureza. O corpo é visto como um objeto fora de si próprio, tratado à distância. Nós nos absorvemos demais com os afazeres mundanos, isto é, com os objetivos exclusivamente materialistas. Nossos interesses se amesquinharam. Se tornaram possessivos. O corpo passou a ser visto como um adorno, no sentido de que o que importa é a aparência, o supérfluo, o que está por cima, por fora, o exterior.
Nesta dicotomia corpo-mente, o homem se desconectou do conhecimento que tem em si. Desconectou-se da inteligência, da consciência que reside nele próprio. Me refiro à inteligência que faz o coração bater, o sangue circular, o ar penetrar em todas as células, o alimento se transformar. Tudo isso ocorre independentemente da sua vontade consciente. Isto prova que uma inteligência maior, superior ao seu nível normal de consciência e de percepção da realidade reside em si mesmo.
É preciso fazer o caminho de volta. Neste retorno, o homem deve reaproximar-se de si mesmo, começando pelo que lhe é mais próximo, palpável e, mais importante, modificável: o seu corpo. Não há outra forma de recuperar o que foi perdido.