Verdadeiramente para mim é um desafio explanar um tema aparentemente tão complexo e ao mesmo tempo tão simples. Complexo, porque levou-me a um profundo exame da minha biografia e dos acontecimentos que permearam as circunstâncias de minha existência atual. Tal exame conduziu-me a considerar a possibilidade de que os eventos circundantes não eram isolados, e sim estreitamente relacionados com os seres que povoam o meu universo pessoal e o universo como um todo.
Compreendi que nenhum fato ou fator acontece isoladamente, apenas fruto de minhas ações, mas que acontecimentos na vida diária tem uma origem cósmica determinada por uma Lei, e que essa Lei, é o produto de um PLANO SUPERIOR, talvez ainda incompreensível à mente do homem.
Parafraseando RUDOLF STEINER, uma pulga que examina o pedaço de osso de uma clavícula, vê apenas a formação cálcica, dado o seu tamanho, e jamais poderá enxergar de fato a clavícula à qual pertence aquele osso.
O homem por sua vez, com toda a tecnologia ora disponível, contempla
a Montanha, e alí vê uma parte da Terra, uma parte que é
uma massa constituída de calcário, ferro e outros metais e minerais,
mas não vê a Terra toda.
Com o avanço da tecnologia aeroespacial, os cosmonautas puderam contemplar
aquele Ser que é a Terra, desde um ponto distante no Espaço.
Esta visão encheu-lhes os corações de um grande sentimento
de alegria, e sua expressão foi manifestada assim - "Como a Terra
é Bela!"
Belo também é o sentimento que preenche os corações
dos homens nesta época do Ano, Ou deveria ser.
Todavia, os acontecimentos apregoados pela mídia, em geral, impregnam
nossos seres com outros tipos de sensações, e aquilo que deveria
ser uma fonte de alegria e devoção, é na realidade, uma
fonte de preocupações e temores.
Desde o século 19 o Mundo tem sido enxovalhado pela idéia do materialismo,
e prova disto é o tipo de construção arquitetônica
que prioriza a forma dos Armazéns evoluindo para os Shoppings.
E a ação do homem nesta época do ano, que deveria estar
imbuída do sentimento de recolhimento e devoção, por conta
do verão no hemisfério sul, está na verdade exaltada para
fora, e o que constatamos é um comportamento desatento e nervoso, enquanto
que no hemisfério norte, percebe-se uma desolação deprimente.
Ora, alí está instalado o Inverno.
Lá no Norte a Terra já está endurecida pelo frio, coberta
de cinzas que são provenientes dos vegetais, os quais ficaram dourados
e acobreados no Outono, caíram sobre o solo, e transformaram-se em cinzas,
quer seja pelo ato do homem de queimar as folhas secas (e também o de
poluir o ambiente), quer seja pelo ato da Natureza que com o frio transforma
em cinzas aquilo que se desprende do corpo dos vegetais.
Nesta época do ano, as raízes naturalmente se endurecem, por causa
do baixo calor proveniente do Sol. E se impregnam do Sal que forma a Terra.
Na época anterior, no outono (estamos nos referindo ao Hemisfério
Norte), que sucedeu ao Verão, as Forças circundantes da Natureza,
permearam o Ser Vivente no qual habitamos, de elementos como o Enxofre e o Sulfur.
Já perceberam o odor existente no Ar quando as altas temperaturas do
Verão impedem, pela ausência de ventos, o espargimento das partículas
exaladas pelos humanos, animais e vegetais? É bem desagradável.
E muitas vezes ouvimos a expressão ¾ Mas que cheiro de enxofre!
- E quando ocorrem as tempestades, as quais limpam e purificam o ar, percebemos
o odor da limpeza, conhecido como cheiro de ozônio. É o súlfur,
ou melhor, enxofre transmutado. Quão grande alquimista é a natureza!
Creio que a esta altura, já se percebe que estivemos a contemplar os
elementos; Terra; Ar; Fogo e Água.
Impossível crer na afirmação simplista de que a água
é constituída apenas de hidrogênio e oxigênio. Em
verdade ela contém muitos outros elementos. Se não, porque teríamos
então as Águas Minerais, principalmente em solos como o do Brasil?
E a nossa terra vermelha, permeada de Ferro e Alumínio?
Assim é que o Ar também não é só constituído
de moléculas de oxigênio e nitrogênio.
Lembremo-nos de que o Ar está continuamente recebendo o calor emanado
pelo Sol, e também aquilo que é exalado pela Terra.
É uma Força contínua que atrai para cima o que está
embaixo.
Sabemos, por exemplo, que o alimento ingerido pelo homem, é transmutado
pelo metabolismo, e se traduz em energia e movimento. Se isto acontece com o
homem, também o mesmo sucede com os animais e vegetais, claro que não
de maneira idêntica como no homem.
Contemple-se o ser vivo que é a Terra. Nele também, aquilo que
vem do Sol para o Ar, para a Água, e consequentemente para a Terra, se
transforma.
Se tivéssemos uma visão metafísica ou clarividente, e contemplássemos
o Planeta desde um ponto distante no espaço, observaríamos um
Atanor em cujo Cadinho processa-se a Alquimia.
A Terra seria (e é nesta época do ano) uma gota d'água,
que ao olhar clarividente apresenta-se redonda e como o mercúrio. Seria
portanto, uma gota de mercúrio no Cosmo. Uma gota que quer arredondar-se,
tornar-se lisa.
Quando tocada pela força vivificante do Sol, acolhe este impulso e sua
imagem modifica-se tal como um grande manto azul da cor do céu noturno
e estrelado, que abrigasse um Ser, o qual porta em seu braço a expressão
formal da Força do Sol. Pela força de atração terrestre,
este manto cria dobras e arredonda-se, deixando entrever uma cabeça iluminada
pela radiação das estrelas.
Um grande acontecimento preparado por um Plano Superior, está por desencadear-se,
e, ciclicamente - a cada época do Natal - este acontecimento é
o ADVENTO. Advento que prepara o corpo da Terra para acolher em si o Ser Solar,
o qual, enquanto não receber alimento terrestre, permanece Solar Espiritual.
Para o Advento, acorreram as Forças Atuantes de outros Seres viventes
no Cosmo, aos quais podemos chamar de Seres Espirituais.
Duas destas Forças, assumem para si a responsabilidade de viabilizar
cosmicamente o Advento,
Uma delas é portadora da Alegria, da Comunicabilidade, e é conhecida
como GABRIEL, ou seja, a ALEGRIA DE DEUS. Esta Força ascende no Cosmo
para emanar a Alegria Comunicante daquilo que é considerado um grande
presente para a Humanidade. A Encarnação de um Ser, que por sua
origem Solar, é acolhido pelo Terrestre para se tornar HUMANO.
Pela ingestão da primeira gota do alimento materno, torna-se Humano,
dando início a um processo de ensinamento.
Este Ser Solar Espiritual, agora tornado Humano, vai desenvolver em si as Forças
que o conduzirão para o Grande Evento, característico da evolução
espiritual humana, ou seja, o desenvolvimento da Consciência Crística.
Para tornar possível esta evolução, nesta mesma época
do ano, vai para o Coração Central da Terra, com a incumbência
de manter coesas todas as Forças que colaboram para este suceder cósmico,
Aquela Força que é chamada de URIEL, que quer dizer, A LUZ DE
DEUS, ou O FOGO DE DEUS, ou a LUZ DO CONHECIMENTO/SABEDORIA DE DEUS.
É assim então que se processa a Grande Alquimia.
A Terra que nesta época do Ano contém em si as Forças Lunares,
pelo fato de possuir o Sal sob a crosta, pode então acolher o Solar Espiritual.
Isto porque o Sal permite a penetração do Espiritual, pois onde
há Sal o Espiritual tem espaço livre.
O Grande Corpo líquido, que para nós é água, mas
cosmicamente é Mercúrio, e a tudo quer arredondar, emana as Forças
que entretecerão o Ser de forma a poder conter em si as Forças
Lunares, e acolher aquilo que vem das Estrelas. Ou seja, aquilo que é
consolidante no inverno, sob a cobertura de neve é mercurial, mas mais
para baixo continua salino.
Se fosse só isto, a Terra seria Lunar, mas este não é o
Plano.
Agora a Alquimia está em seu ponto culminante. É o momento em
que a Terra pode acolher em si o Espiritual, pois se fortaleceu no Inverno por
conta da concentração de Sal.
O Sol permeando o Ar, impede a terra de atuar sozinha no vivo-espiritual, pois
faz valer sua atuação em tudo o que brota. Então a Esfera
Mercurial tende a se ampliar, se estender, tornar-se Plana. Mas isto não
pode acontecer, pois só restaria a radiação da Estrelas.
Seria como se a Terra brilhasse para dentro com todas as cores do arco-íris.
Contudo, o Plano Superior, complementa agora sua Obra, a qual é de preparar
o Ser, que pela formação do Sal, do Mercúrio e das Cinzas,
transformou-se no recipiente (GRAAL) que acolhe em si a atuação
Solar e a radiação da Estrelas.
No princípio, enfatizou-se que este tema é imensamente complexo
e ao mesmo tempo profundamente simples.
É óbvio quando falamos da Terra e do Cosmo falamos do Homem, simultaneamente.
Então, pelo exposto, observa-se que a Terra na Época do Inverno
(Hemisfério Norte), tornou-se o Ser que acolhe em si o Espiritual, para
através do alimento, tornar-se Humano. Poderíamos dizer também,
que a época do Natal poder ser a época da Encarnação
das Almas.
É possível que elas não encarnem imediatamente, e sim,
que permaneçam em um sítio especial à espera do momento
certo e do corpo adequado (familiar e individual), mas o Natal é a época
propícia para elas encarnarem.
Temos então, diante de nosso Olhar Espiritual, uma Imaginação
Cósmica e uma Imaginação Terrestre, e podemos afirmar,
também, que temos uma Imagem do Humano e uma Imagem do SOLAR-ESPIRITUAL.
Como poderemos descrever estas Imagens, considerando a limitação
de nossa linguagem física?
Voltando um pouco ao tema dos processos do Sal, do Mercúrio e das Cinzas,
sob a influência Solar e Estelar, vamos então imaginar o Homem
e seus atributos viventes e vivificantes: Na Cabeça temos o Órgão
do Pensar, ao qual aflue a irradiação da estrelas, e também
a atuação solar levando para cima o que tende a ficar enraizado
na Terra, e poder-se-ia ver a representação do Sistema Endócrino;
No peito ou Corpo, onde se localiza o órgão do Sentir, representado
pelo Coração, temos os ritmos da respiração e os
sistemas sangüíneo/venoso; logo abaixo do coração,
onde está o Órgão da Vontade, temos os sistema do Movimento,
e a estrutura óssea.
A Cabeça então transmite algo Celeste em toda sua expressão,
em seu olhar.
O Corpo é o recipiente adequado para acolher em si o Sol.
Nos membros temos o Terrestre-Lunar, o qual sustenta o Espiritual.
Quando a mulher se dispõe a acolher em si a formação de
um novo Ser, ela torna-se Lunar. Impregnada do Sal que dá livre transito
ao Espiritual, a mulher processa a gestação. Na antigüidade,
havia o costume de se depositar aos pés do Pai o recém-nascido,
que por ser Espiritual (ainda sem alimento terrestre), poderia viver ou morrer.
Porém, se tivesse ingerido uma gota do leite materno, esta autoridade
seria anulada. Ou seja, o bebê viveria pois tornara-se pela ingestão
do alimento terrestre, HUMANO. Temos aí um mistério de dualidade,
duas naturezas, a Espiritual e a Humana.
Na Imagem de Maria, como Ser Espiritualmente designado para acolher em si o
SOLAR, temos o desenrolar de um acontecimento sumamente importante no sentido
Cósmico.
Como já dito anteriormente, este suceder cósmico, é a demonstração
de como o Espiritual torna-se Humano, abrigando e desenvolvendo as Forças
que possibilitarão o desabrochar das Forças Crísticas,
as quais propiciarão ao Homem, por sua atuação terrestre,
elaborar em si as Forças que o transmutarão em CRISTO.
Para este suceder cósmico, muitas Forças Espirituais contribuem,
delas destacando-se mais duas, as MICAÉLICAS (aquilo que é igual
a DEUS) e as RAFAÉLICAS (a Cura de DEUS), as quais protagonizam, no terrestre,
as estações do Outono e da Primavera no Hemisfério Norte
(passando-se o contrário no Sul), e cosmicamente a Época Micaélica
e a Época da Páscoa.
Foi preciso ocorrer o Mistério do Gólgota na Páscoa, para
que após 40 dias, o Homem JESUS se tornasse o CRISTO.
Toda esta representação mistérica, é complementada
pelo Advento Pentecostal, (época em que o Povo Judaico, celebra a Outorga
das TÁBUAS DA LEI a MOISES) quando, 50 dias após a Páscoa,
ou seja 10 após a ASCENSÃO do CRISTO, os apóstolos unidos
por um ideal de Amor Incondicional, tinham seus corações aptos
para receber o FOGO DO ESPÍRITO, o ESPÍRITO SANTO, que se repartia
em Línguas de Fogo e penetrava naqueles corações, e se
manifestava (pela cabeça) numa linguagem estranha.
Este Mistério Pentecostal complementa o Mistério do Natal. É
como um círculo que se fecha. Ciclicamente, em cada Época do Ano,
este suceder cósmico se repete no Universo Espiritual e no Humano-Cósmico.
(Poderíamos pensar nos acontecimentos globais em relação
à distância das estrelas, designada por Anos-Luz).
A descida do Espírito Santo, foi o Sinal de que a Consciência Crística,
é um DOM, presenteado à Humanidade, pela Vontade do Pai e pelo
AMOR do FILHO.
O exercício livre desta Consciência, é reconhecido quando
o Fluxo Vital do Homem, que é o ALTRUÍSMO (mercúrio/sangue),
reflete o QUERER. Este querer resulta da Vontade Sábia ¾ O AMOR
¾ que é a conseqüência do Pensar Sadio, ou da Inspiração.
O Homem exercita livremente a sua Vida, a qual só é conscientemente
Crística quando da Ação resulta uma atitude Amorosa e Digna
em relação a tudo que o permeia.
Livremente, o Homem JESUS se entregou ao Madeiro da Cruz.
Esta CRUZ nos leva a contemplar mais um Mistério, o da VIDEIRA. Ou seja,
aquele Madeiro penetrou a Terra, e criou Raízes Profundas para que o
semelhante humano reconhecesse aí a possibilidade de desenvolver a Consciência
Crística e exercitá-la livremente em prol da evolução
sadia da humanidade. Este Mistério é o da Redenção.
Quando desceu à Mansão dos Mortos, pelo concurso das Forças
Rafaelicas, o CRISTO tornou-se FORÇA SANANTE E CURATIVA e fortaleceu
a espiritualização da Terra.
Podemos pensar neste Mistério como o da TRANSUBSTANCIAÇÃO.
Quando ao terceiro dia venceu a Morte e Ressuscitou, foi porque desenvolveu
plenamente o Aparato Humano para ser transmutado em CRISTO. Poderemos contemplar
aí o Mistério da IGUALDADE.
Restam ainda os últimos preparativos para a Ascensão. Com a forma
humana, ELE percorre a região e mostra-se REDIVIVO, para que se saiba
que pode ser feito.
Eis o Mistério da Vontade e da Fraternidade.
Quando Ascensiona, desvela o mistério da LIBERDADE. O mistério
da Fé.
E LIBERDADE é o que só o Exercício da Consciência
Crística pode proporcionar.
Triangulando as Forças do PENSAR, do SENTIR e do QUERER, pode-se pelo
exercício da Religiosidade (prática freqüente que se incorpora
ao Ser a cabo de algum tempo), desenvolver a Visão dos Planos Espirituais,
pois os órgãos da Imaginação, da Inspiração
e da Intuição, terão se formatado pela pratica assídua,
de maneira a permitir o livre exercício da Consciência Crística.
Aí, pelo AMOR, se espiritualizará de fato o Planeta Terra, e uma
Nova Raça o povoará.
Quando afirmei a simplicidade do tema, foi em relação ao exercício
da Atenção, da Observação e da Reflexão,
que são frutos do sadio pensar, do sanante sentir e do saudável
querer. Isto nos libertará das amarras da Personalidade, e nos levará
ao Conhecimento dos Mundos Superiores quando a atuação do CRISTO
poderá ser verdadeiramente compreendida, resultando em Sabedoria. A Sabedoria
é o Germe do Amor.
Um pequeno exemplo disto tudo, e que muita gente já conhece ou ouviu
falar é o advento do REIKI.
Quando o Mestre Mikao Usui, foi instado por seus alunos sobre uma questão
por ele desconhecida, declarou que buscaria a resposta. E o fez. Ao cabo de
muito tempo e longas e penosas jornadas, ainda sem a Resposta, decidiu isolar-se
no topo de uma montanha, onde permaneceu por 21 dias jejuando e meditando.
Completado o ciclo de 21 dias, aconteceu algo extraordinário. O Mistério
do REIKI, expresso em Símbolos, incorporou-se ao Homem e o Homem a Ele.
Dado que cada suceder cósmico, é urdido nas alturas espirituais,
torna-se necessário o concurso das Forças Arcangélicas,
a fim de tornar exeqüível o Plano Superior.
Agora pergunto:
- Quem poderá refutar logicamente a idéia de que naquele momento
extraordinário em que o REIKI se manifestou ao Mestre Usui, não
concorreram para o evento as Forças Gabrielicas e Rafaelicas?
Assim, o Reiki também é um Mistério, o qual só é
sentido se praticado com Amor, Devoção e Alegria, aliás
estas são as sensações naturais para quem pratica e recebe
o Reiki, e sabemos que o resultado é a cura.
Será talvez por isto que esta prática tem se espalhado pelo mundo
com tanta rapidez?
MEDITAÇÃO:
No olho da alma se espelha
A luz-esperança do cosmos;
Sabedoria, devotada ao espírito,
Fala no coração do homem:
O amor eterno do Pai
Manda à terra o Filho
Que ilumina, repleto de graças,
A senda do homem com claridade celeste (Rudolf Steiner).
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