Minha amiga, hoje eu vim falar da dor da sua saudade...
E dizer-lhe que no coração verdadeiro há uma Luz Maior.
Essa é a Luz que brilha mais do que bilhões de sóis juntos.
É a essência da alma, onde habita o sopro vital do eterno.
Você se esqueceu disso? Não se lembra mais da sabedoria perene?
Você deixou o seu coração ser envolvido por faixas escuras...
Agora, a dor fez morada no seu templo vital e a saudade também.
Contudo, eu lhe digo: dentro de você, escondida lá no fundo, há uma Luz...
Ela é terna e a tudo compreende. Por favor, reencontre-a. E reconecte-se.
Ainda agora, eu me lembrei dos ensinamentos dos rishis**.
Você ainda se lembra deles? E de como você ficava admirada lendo os Upanishads? O Viveka Chuda Mani do Shankara? O Ramayana e o Bhagavad-Gita?
Você sempre falava de Rama e Krishna e se emocionava só de ouvir os nomes deles. Então, sabendo de sua saudade, eu venho lhe lembrar de tudo isso.
Você sabe, eu não tenho como falar de luto ou de tumbas e nem de fim de algo.
Eu só sei falar de vida em todos os planos e dos espíritos que riem, bem vivos.
Talvez, a sua saudade seja de algo mais... Um Amor e uma Luz.
Sim, eu acho isso. Porque eu conheço bem o seu coração. E sei da Luz Maior...
Eu não sei nada de cemitério, nem de nada disso. Eu sei falar do riso de Krishna.
Eu não tenho nada a ver com tristeza. Eu sei falar de Rama, de honra e de luz.
Prefiro lembrar-lhe de Shankara***, do que compactuar com sua dor e luto.
Ah, minha querida, eu só sei falar dessa Luz no seu coração e reafirmar-lhe isso.
Eu não sou mestre de nada, portanto, eu não posso transformar sua dor. Mas você mesma pode fazer isso. Eu só posso torcer para que tudo melhore...
Se eu disser que sinto a Luz de Krishna sobre mim agora, você acredita?
E que as minhas mãos que escrevem essas linhas estão cheias de Luz por você?
E que o meu coração toca o seu coração, mesmo à distância por obra e graça d´Ele?
É isso: tire o luto e volte a viver. Assuma novamente a Luz que sempre foi sua!
Deite-se hoje pensando em Rama e Krishna. Talvez, você viaje pelas estrelas...
Antes, leia algum trecho dos Upanishads... e se admire novamente com a sabedoria.
Você sabe: espiritualidade não é doutrina ou lugar, é um estado de consciência.
Reencontre isso em você mesma. Olhe para cima e sonhe com a Casa das Estrelas.
Pois, muito além da dor da saudade, há algo mais... Um Amor e uma Luz.
(Agora, eu também vou ler os Upanishads e quem sabe, voar por aí...)
P.S.:
Minha amiga, eu só sei falar dessas coisas do espírito.
Você me conhece há muitos anos e sabe do meu jeito.
Eu não consigo interligar Amor com dor e nem luto com Luz.
Eu só sei interligar Amor e Luz... sem dúvida, algo mais.
Por favor, sonhe com Shankara e a sabedoria perene.
Um abraço, em nome de Krishna e Rama.
- Wagner Borges - seu amigo de sempre, sempre valorizando o que é da Luz.
São Paulo, 26 de julho de 2019.
- Notas:
* Esses escritos serão inseridos no segundo volume do livro "Há Algo Mais... Um Amor, Uma Luz", que estou revisando para publicação em breve.
Obs.: O primeiro volume do livro está disponibilizado para download gratuito nesse link
** Rishis - do sânscrito - sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads. Obs.: Ver o texto "Os Rishis e o Sopro Vital do Eterno", nesse link
*** Shankara - o célebre autor de um dos grandes clássicos do Hinduísmo, o livro "Viveka Chuda Mani" ("A Joia Suprema do Discernimento"); nasceu em Káladi, vilarejo do Malabar Ocidental, no Sul da Índia, por volta de 686 d.C.
Iogue, filósofo e poeta, era um prodígio acadêmico e dotado de rara didática para escrever sobre os temas do espírito. Foi um dos grandes iogues da Índia, e seu nome é evocativo do Deus Shiva, que é reverenciado com o epíteto de Shankara, o "doador de bênçãos".
Obs.: Enquanto eu editava esses escritos, rolava aqui no meu som a música "Heaven´s Window", do músico new age alemão Peter Kater. Então, deixo, na sequência, o seu link no YouTube.