O cérebro escreve comandado por um sistema amplo e complexo que depende de várias áreas atuando em consonância. Todas essas áreas, unidas, determinam as ideias, a sequência de escrita, o processamento dos pensamentos, a identificação e decodificação de sons, letras e palavras. A linguagem, o pensamento, a memória e a inteligência se consolidam, ativados por meio de conexões neurais.
O simples ato de segurar a caneta e passear pelo papel proporciona uma série de eventos neurológicos que vão além do desenho da letra feia x letra bonita. O grafólogo faz uma leitura do sujeito passeando pelo mundo que o cerca.
O belo, é claro, pode ser identificado com facilidade se tomarmos como base questões como equilíbrio, proporção e harmonia, por exemplo - identificamos a beleza das coisas que nos cercam e, portanto, aplicamos a regra a tudo. É possível que uma letra sem equilíbrio, proporção e harmonia provoque uma sensação de caos no leitor - isso se intensifica ainda mais se a letra for ilegível. Daí que, como seres humanos, entendemos a interpretação, como grafólogos, não criamos a distinção bonito/feio, porque essa leitura simplesmente não existe.
Pois é no mesmo ritmo do bonito/feio que encontramos o bom/ruim - e essa interpretação é muito perigosa e completamente equivocada para a análise grafológica.
Veja as seguintes escritas:
Suzane Von Richthofen:
Pablo Picasso:
Viu só?
Por vezes os eventos neurológicos não estão funcionando de acordo com os padrões, desencadeando sintomas comportamentais ou psicológicos que interferem na vida do sujeito - automaticamente, manifestam-se na escrita. Embora o grafólogo não faça diagnóstico algum, é possível identificar gestos gráficos que se afastam da normalidade e saúde, como alguns tremores e torções.
Assim, legibilidade e movimento contam muito mais do que a aparência - que, como diz a sabedoria popular, engana.
co-autores:
Juliana Pupo. Psicóloga, grafóloga, especialista em linguagem corporal. @jupupo_decode
Marluci Longarez. Psicopedagoga, grafóloga, especialista em linguagem corporal. @Marluci.Longarez
por Paulo Sergio de Camargo
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Sobre o autor
Paulo Sergio de Camargo é Escritor, grafólogo, especialista em Linguagem não verbal e RH, consultor de empresas nacionais e multinacionais. Palestrante internacional. Membro de Honra da "Agrupación Grafoanalistas Consultivos en Espanã" (Barcelona) e da SOBRAG, Sociedade Brasileira de Grafologia. Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Grafologia e da Sociedade Mexicana de Grafologia Científica. Email: [email protected] Visite o Site do Autor