Aquilo que dá no coração...
Está para além da fala e do intelecto.
Quem explica?
Coisas do infinito, além do entendimento.
Coisas do espírito, sem dúvida!
Como um grande amor derretendo a mente...
E fazendo o homem se tornar criança diante do Eterno.
Ah, as palavras desaparecem nas pistas cósmicas...
Enquanto o coração freme nas ondas do samadhi*.
Quem compreende isso?
A música das esferas arrebatando a consciência...
Para além do eu condicionado.
Aquilo que se vê além do olhar comum...
Nas telas do infinito.
Nas trilhas estelares desaparecem as pequenezas...
E só fica o que é raja (real).
Nos mares etéreos só se navega com a bússola do amor...
Para além dos mares encapelados das ilusões.
P.S.: Aquilo que dá no coração...
Os rishis** de antanho já cantavam.
A canção do samadhi permeando o multiverso...
Nas folhas dos Upanishads das estrelas.
(Dedicado a Paramahamsa Ramakrishna.)
- Wagner Borges - escutando com o coração.
- Notas:
* Samadhi - do sânscrito - expansão da consciência; estado de consciência cósmica.
** Rishis - do sânscrito - sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads.
Obs.: Música que eu escutava enquanto editava estas linhas:
Song of Divine - de Saint of Sin (pseud. do músico Peter Ries).