Jamais, em época alguma, um espírito foi enterrado.
O que fica embaixo da terra é só o corpo.
E, mesmo nos casos de grande apego aos despojos, o lance é outro.
O espírito não fica dentro do corpo; o que rola é a ilusão em sua mente.
Pela identificação doentia com o corpo, ele estaciona no cemitério.
Porque não sabe para onde ir. Tem medo de perder o corpo.
E, no entanto, já perdeu. E os seus pensamentos o ligam ao lugar.
Mas sua casa real não é na tumba tal, nunca foi.
Sua casa é o infinito, de onde veio, e para onde vai...
E a bússola é o seu coração, que ele nunca consulta.
Por isso, ele raramente olha para o Céu - e nem pensa no Eterno.
Porque sua consciência já era assim durante a vida carnal.
Nada lhe importava, somente o jogo dos sentidos e as coisas da matéria.
E, mesmo em corpo espiritual, ele age como se fosse com o corpo físico.
Em lugar de voar, ele anda; em vez de olhar para cima, olha para baixo.
E sob o efeito de tal ilusão, ele sequer percebe suas reais condições.
Tampouco capta os bons pensamentos dos espíritos de luz.
E mesmo que os visse, ele não aceitaria suas orientações.
Porque todo espírito apegado é turrão!
E precisa ralar um pouco para se abrir...
Por isso, às vezes, o plano espiritual deixa que ele fique por ali.
Eles sabem que, de alguma maneira, ele enjoará de tal condição.
E quando o vazio de dentro apertar, ele olhará para o Céu.
A sua teimosia cederá diante do infinito e ele finalmente capitulará.
Ah, ele se lembrará das estrelas! E daquela Luz Maior, que é a sua origem.
Então, primeiro, ele escutará o seu coração; e, depois, refletirá.
Até lá, os espíritos de luz velarão silenciosamente por ele.
E quando ele se abrir, mãos de luz o arrebatarão de volta para casa.
Porque o seu lugar não é em tumba alguma; mas, lá em cima, nas estrelas.
Aliás, sempre foi... E sempre será!
P.S.: Abaixo o link da música que eu estava ouvindo enquanto editava estas linhas:
Ice Wind - do músico new age Timoty Wenzel.