Certo dia, quando o menino seguia pelo caminho estranho, uma Luz surgiu...
Então, Ela desceu sobre sua cabeça.
E ele soube que não estava mais perdido naquela senda.
Ah, ele despertou do sono de Maya!
As escamas caíram dos seus olhos e ele passou a ver...
E exclamou, de todo coração: "Raja Om**."
Neste dia, ele deixou de ser menino e se tornou homem feito...
Pois o Amor cingiu sua fronte com o diadema espiritual.
Então, mesmo no mundo, o Alto passou a guiá-lo em sua jornada...
E, por onde ele seguia, uma estrela prânica o acompanhava.
Por isso, os homens de sua época o chamaram de Shankara.
E ele deu ao mundo o Viveka Chuda Mani.
Dizem os espíritos que, anos depois, ele voltou para a Casa das Estrelas.
Sim, ele voou de volta para o Coração Cósmico de Shiva!
Ali, ele realmente estava em casa, nas luzes do Maha-Deva.
(Dedicado às luzes espirituais, anônimas, tranquilas e serenas que me inspiram a escrever sobre a espiritualidade consciente e responsável.)
Wagner Borges - mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
- Notas:
** Raja Om - do sânscrito - raja, real; Om, o Verbo Divino (Shabda ou Pranava), a vibração do Todo em tudo. Ou seja, Raja Om é tudo aquilo que dissolve as ilusões e desperta a consciência (o poder de Shiva chamando para a realidade transcendente).
Obs.: Abaixo, o link da música que eu estava ouvindo enquanto editava estas linhas:
Visiting - dos músicos americanos William Ackerman & Chuck Greenberg.