Acabo de completar 45 anos. Um brasileiro, anarcocapitalista e... ateu. Bom, ateu-agnóstico, né...
Então, encontro-me em mais uma encruzilhada da vida. Pai de família, com uma situação financeira estável, mas desencaixado do mercado de trabalho e da sociedade em geral; vejo-me imerso em um mar de frustração e cansaço. Noites mal dormidas, pesadelos recorrentes e um peso físico que reflete minha carga emocional...
Em meio a esse turbilhão de emoções, sou confrontado com uma passagem bíblica que ressoa profundamente comigo: "Quanto maior a sabedoria maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto". (Eclesiastes 1:18), como se já não bastasse a outra "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". João 8:32..
Essas palavras antigas, embora provenientes de uma fonte religiosa, parecem capturar a essência da minha jornada pessoal. Desde cedo, busquei conhecimento e sabedoria, mergulhando em estudos e reflexões sobre a natureza da vida, da sociedade e do mundo ao meu redor. No entanto, quanto mais aprendia, mais percebia o quão pouco sabia e o quão vasto e complexo é o universo.
A sabedoria adquirida ao longo dos anos trouxe consigo um fardo pesado: o sofrimento. Conhecer a verdade muitas vezes significa confrontar a feiura do mundo, as injustiças, as desigualdades e as limitações humanas. O conhecimento profundo traz consigo o desgosto de ver a ignorância e a crueldade prevalecerem, de testemunhar o fracasso da humanidade em alcançar seu potencial pleno.
Em minha jornada pessoal, tenho visto e experimentado, com grande pesar, minha desconexão com a sociedade e mercado de trabalho, refletido em insônias frequentes. No entanto, apesar do sofrimento que acompanha o conhecimento, encontro conforto na própria busca pela verdade e na esperança de que, ao confrontar as sombras, possamos encontrar uma luz que nos guie adiante.
Como um anarcocapitalista e ateu, descubro significado não na promessa de uma vida após a morte ou na intervenção divina, mas sim na capacidade humana de buscar a justiça, a liberdade e o progresso nesta vida. Enquanto enfrento meus próprios demônios internos, alcanço força na compreensão de que o conhecimento e a sabedoria são armas poderosas contra a ignorância e a opressão.
Apesar da minha postura como um indivíduo que não segue uma crença específica, durante os últimos 24 anos da minha vida, como sócio fundador do STUM, dediquei-me à ajudar milhares de profissionais e pessoas comuns a compartilhar informações e experiências pessoais de espiritualidade com todas as pessoas que acessaram o Site. Acredito firmemente que, independente das crenças religiosas ou filosóficas de cada um, o autoconhecimento e a busca espiritual são fundamentais para o crescimento pessoal e o bem-estar emocional.
Embora essa trajetória pessoal possa ter sido marcada por desafios e sofrimento, encontrei fundamento e propósito na oportunidade de ajudar os outros em sua própria busca por sentido e plenitude. Espero que, ao compartilhar minha experiência e conhecimento, tenha contribuído de alguma forma para o bem-estar e o crescimento daqueles que cruzaram meu caminho.
Em última análise, independente das crenças individuais, minha jornada continua a ser uma busca universal pela verdade e pela compreensão do nosso lugar no tempo e espaço. Que possamos todos continuar essa travessia com coragem, compaixão e determinação, buscando sempre a sabedoria que reside dentro de cada um de nós.