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Teoria da escolha e incentivos

Teoria da escolha e incentivos
Publicado dia 02/10/2024 17:05:43 em Autoconhecimento

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"Os indivíduos são maximizadores de satisfação" Jeremy Bentham (1748-1832)

A teoria de que os indivíduos são maximizadores de satisfação fundamenta-se em princípios econômicos, sociais e até biológicos, onde todos os seres, desde uma simples bactéria até o ser humano, respondem a estímulos e incentivos para obter o máximo benefício possível. Essa ideia é central na economia comportamental, onde os seres humanos são vistos como agentes racionais, que ajustam seu comportamento para maximizar sua utilidade ou satisfação a partir dos recursos disponíveis.

A relação entre incentivo e comportamento é uma das mais fundamentais no estudo das decisões humanas. A máxima "Diga-me quais são os incentivos, e eu te direi os resultados" reflete a ideia de que, quando conhecemos os fatores que movem as pessoas a agir, podemos prever seus comportamentos. Incentivos financeiros, como salários ou bônus, levam os indivíduos a buscarem mais produtividade, enquanto incentivos psicológicos, como reconhecimento e satisfação pessoal, podem ser igualmente poderosos em moldar o comportamento.
No nível mais básico, como o caso de bactérias que se movem em direção a uma fonte de alimento, temos um exemplo claro de organismos respondendo a motivações internas para maximizar sua sobrevivência. No contexto humano, essa lógica se estende às nossas escolhas cotidianas: somos movidos por aquilo que percebemos como benéfico e tentamos minimizar as condições desfavoráveis.

Real vs. Percepção

O Valor Marginal do dinheiro é à utilidade ou satisfação que uma pessoa obtém ao receber uma unidade monetária extra, como um real ou um dólar a mais. Esse conceito está diretamente relacionado à lei dos rendimentos marginais decrescentes: à medida que uma pessoa acumula mais dinheiro, o valor ou utilidade adicional de cada nova unidade monetária tende a diminuir.

A Taxa Marginal de Substituição é um conceito que complementa a lógica de maximização da satisfação. Ela mede a quantidade de uma mercadoria que o consumidor está disposto a desistir para obter mais de outra, mantendo o mesmo nível de utilidade ou satisfação.
Por exemplo, se um consumidor valoriza mais uma unidade adicional de lazer do que de trabalho, ele estará disposto a "substituir" horas de trabalho por mais tempo livre, conforme sua curva de indiferença mostra. Mas se o incentivo financeiro (salário) for suficientemente alto, esse consumidor pode estar disposto a trocar lazer por mais trabalho, alterando sua TMS.

Já Utilidade Marginal refere-se à satisfação adicional que uma pessoa obtém ao consumir uma unidade extra de um determinado bem. Por exemplo, a primeira xícara de café em um dia pode gerar um alto nível de satisfação, mas cada xícara subsequente proporcionará uma utilidade menor. No entanto, se o incentivo associado a consumir mais café, como um aumento de energia, for percebido como importante, o consumidor pode continuar a ingerir o produto até que a utilidade marginal atinja um ponto de indiferença ou seja superada por outros incentivos.

Os incentivos e a tomada de decisão

A maneira como os incentivos são organizados pode moldar significativamente o comportamento de uma pessoa. Imagine um ambiente de trabalho onde os funcionários são recompensados com bônus por produtividade. O incentivo financeiro gera um aumento no esforço individual, pois os trabalhadores buscam maximizar sua utilidade ao obter mais renda. Entretanto, quando o incentivo deixa de ser suficientemente atrativo (por exemplo, um bônus muito pequeno ou excessiva carga de trabalho), a utilidade marginal de trabalhar mais pode cair, levando a uma queda no esforço.

Esse princípio pode ser observado em várias esferas da vida. Desde o planejamento financeiro até a gestão do tempo, as pessoas sempre estão tomando decisões com base em incentivos visíveis ou não, sejam financeiros, psicológicos ou emocionais. Os resultados dessas decisões são previsíveis quando entendemos os incentivos em jogo.

Ao ajustar os incentivos, podemos moldar os resultados de maneira previsível, o que torna esse conhecimento essencial para políticas públicas, economia empresarial e, até mesmo, para a compreensão do comportamento humano diário.

por Rodolfo Fonseca

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Sobre o autor
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Rodolfo Fonseca é co-fundador do Site Somos Todos UM
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