Todo ser humano busca apenas uma coisa em seu viver: ser feliz!
Cada pessoa, em sua individualidade, tem dentro de si a sua crença pessoal do que é felicidade e passa a vida procurando-a e lutando por ela. Mas a vida é sempre uma incógnita. Está, a todo o momento, nos pregando peças. Às vezes estamos passando por momento tranqüilos, mas nos sentimos confusos, tristes, melancólicos e até mesmo deprimidos. Não entendemos porquê estamos assim se aparentemente está tudo correndo bem.
Ou, às vezes, acontece o contrário: de repente, quando menos esperamos, estamos trilhando caminhos pelos quais não sabemos como viemos parar neles; estamos numa roda-viva, onde tudo parece acontecer o oposto do que esperávamos.
Aí, vêm as perguntas: “Como?”... “Por que?”... “Para quê?”...
E o pior é que nem sempre conseguimos as respostas e sofremos. Sofremos por não encontrar as respostas e por não entender os porquês, conseqüentemente, não aceitamos viver naquela situação que – temos certeza – não escolhemos. Fomos jogados nela! Sentimo-nos infelizes, parece que nossa cabeça não pára de dar voltas... ficamos zonzos. Parece não haver solução. Estamos irremediavelmente perdidos... não temos escolha! Será?!
Normalmente quem está passando por este tipo de angústia pensa que se conhece e acredita ser quem pensa que é, mas na verdade, a própria situação de vida mostra que não é bem assim.
Quando estamos dentro de uma situação como esta, o primeiro passo é parar e se perceber. Perceber a sua cota de responsabilidade sobre a tal situação – esta que está te afligindo – e, aí, entender que, se fomos parar em dada situação podemos também sair. Faz-se necessário rever as escolhas.
Para que possamos fazer uma escolha qualquer é importante ter bem claro o que queremos e para que isto aconteça precisamos olhar para dentro de nós mesmos.
Existem várias maneiras de se ter essa atitude de se olhar para dentro de si mesmo.
A religião é uma delas. Dirigimos nosso olhar e nossos pensamentos para Deus (nosso Deus interior), pedimos para que Ele nos ilumine, que ilumine o nosso caminho, que nos dê o discernimento necessário para se fazer à escolha mais adequada. E aí pedimos: “MEU Deus, me ajude!”
Yoga e meditação também são ótimas alternativas. Aprendemos a nos autocentrar e a nos autoconcentrar.
A psicoterapia é outro caminho. A psicoterapia nos ajuda a compreender o porquê de nossas escolhas. É um poderoso instrumento que pode nos servir de auxílio para nos resgatar; resgatar nosso verdadeiro Eu e colocá-lo em nossa vida, de forma atuante, dando-nos a sensação de autonomia, plenitude e bem estar.
A psicoterapia junguiana leva-nos a entender os significados de nossas escolhas.
Para Jung o ser humano vive em função do significado que ele dá à própria vida e às situações em que vive. Os significados que damos à nossa vida são gerados pelas nossas crenças e leis internas. E, se essas crenças e leis internas foram geradas pela educação, herança cultural ou questionamento pessoal do que consideramos certo ou errado, não importa, pois torna-se então a nossa Verdade e, assim, acreditamos serem nossas essas Verdades. Sempre temos uma boa explicação do “porquê” estamos vivendo o que vivemos!
O processo de psicoterapia junguiana nos ajuda a compreender o que acontece no nosso interior através da observação do próprio comportamento. Com a auto-observação nos damos conta de nossos comportamentos repetitivos, que nos são improdutivos e/ou autodestrutivos – frutos daquelas crenças (Verdades, muitas vezes, absolutas) – nos impedindo de ser felizes. É através da auto-observação (autoconhecimento) que percebemos os vários caminhos percorridos onde erramos e acertamos, revendo, assim, as crenças (ou Verdades) que nos conduziram a estes caminhos que nos trouxeram onde estamos hoje.
Podemos sempre nos modificar e melhorar. Somos seres mutáveis por natureza e vivemos em constante mutação. A vida nos permite crescente desenvolvimento e evolução em todos os níveis, além de um ‘continuum’ em ampliação e expansão de consciência.
Este “continuum” em ampliação e expansão de consciência acontece quer queiramos quer não. A própria vida e as situações em que vivemos se encarregam para que isto aconteça. Faz parte da arte do viver e da nossa evolução enquanto ser humano. Quanto mais nos ajudamos neste processo de evolução, através do autoconhecimento, mais crescemos e evoluímos seguindo o fluxo da vida e, mais, realmente, saberemos o que queremos e qual a melhor escolha a se fazer; porque quando eu sei o que é melhor para mim, eu sei o que quero e escolho o que me é mais adequado e propício.
E, através do autoconhecimento podemos nos aproximar mais de nós mesmos, enquanto ser humano e indivíduo, encontramo-nos, então, com nossa verdadeira essência, conhecemo-nos realmente e nos apercebemos de nossos mais autênticos recursos internos. A partir daí, desenvolvemos uma imagem mais realística de quem somos e então, teremos a verdadeira sensação de autenticidade, plenitude e bem estar, que é efetivamente a sensação de felicidade. Porque não existe maior felicidade do que a autonomia de poder ser Eu mesmo, de verdade.
por Maria Aparecida Diniz Bressani
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Sobre o autor
Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana,
especializada em atendimento individual de jovens e adultos,
em seu consultório em São Paulo.