Publicado dia 10/14/2002 11:28:30 AM em Astrologia
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A primeira pergunta que um cético faz a quem trabalha ou acredita em astrologia é: “Como um corpo celeste, tão distante de nós, pode nos influenciar”? É claro que essa pergunta é feita como uma arma contra seu interlocutor.
Planetas e constelações são vistas pela Astrologia Humanista como símbolos. Não podemos nos esquecer que somos todos – planetas, plantas, seres humanos... parte de um todo; e que fazemos parte de uma engrenagem maior que se chama Universo.
Portanto, não é o planeta lá longe que se “mexe” nos causando um determinado efeito. Essa visão nós deixamos para os astrônomos ou céticos que só conseguem ver e entender o Universo e a vida como causa e efeito que, logicamente, conseguem provar objetiva e cientificamente.
A nossa proposta é entender a subjetividade da vida e todas as tramas que estão, claramente, fora do alcance dos nossos olhos e sentidos conscientes e óbvios, mas que percebemos acontecendo em nossa vida, no nosso dia-a-dia.
Quanto a astrologia, acho muito pouco usá-la apenas como instrumento de previsão. É claro que é possível. Mas a astrologia nos oferece muito mais. Ela nos proporciona a possibilidade de se ter um mapa de um território, muitas vezes desconhecido de nós mesmos, que somos nós próprios.
Quem disse que não nascemos com “manual de instruções”? Pois é, o Mapa astral seria como um manual de instruções de nós mesmos.
A importância de um Mapa Astral, mais do que fazer previsões, é ajudar no processo de autoconhecimento. É um poderoso instrumento no auxílio de entender como funcionamos, porquê temos determinadas reações e certas necessidades, por exemplo. Bem como descobrir nossos potenciais latentes e muitas vezes “escondidos” de nós mesmos para, então, poder investir neles.
Quando fazemos um Mapa Astral, a posição dos signos nas casas, os planetas em suas localizações e seus inter-aspectos, representam simbolicamente como o indivíduo, dono deste Mapa Astral, apreende subjetivamente a vida e, conseqüentemente, como ele se expressa e atua.
As casas representam simbolicamente os “departamentos” da vida: seu senso de Identidade, sua auto-estima, seus bens materiais, sua relação com seus irmãos, vizinhos, família, como acontecem os relacionamentos amorosos e assim por diante. São doze “departamentos”. Os signos contidos nas casas dão o “colorido” às mesmas, como se fossem “lentes”. São doze lentes. Por exemplo, um sagitário numa casa daria um colorido mais filosófico ou aventureiro, já com um câncer nesta mesma casa teríamos uma “lente” mais emocional e extremamente sensível, e, às vezes, até chantagista.
Quanto aos planetas, onde estes se encontram localizados no Mapa astral teremos determinadas energias atuando de acordo com sua representatividade. São dez planetas.
Dentro da Astrologia Humanista os planetas têm representação simbólica que é análoga aos arquétipos, tão bem definidos por Jung. Arquétipos, segundo Jung, seriam os modelos típicos do Ser. Por exemplo, a Lua tem a representação da mãe. O modelo arquetípico da mãe é, por exemplo: ser acolhedor, nutridor, amparador, em suma representa as emoções e a forma feminina de lidar com a vida. Dependendo do signo onde está a Lua, o termo acolhedor (citando apenas duas possibilidades) pode significar “ouvir” ou, então, “fazer algo por”. Nas duas situações estará acontecendo o acolhimento, mas de formas diferentes. Então, para se cumprir o arquétipo materno (Lua) é necessário que se esteja atuando com algumas das qualidades do modelo arquetípico.
As possibilidades de atuação do arquétipo materno representado pela Lua são quase que infinitas, pois a Lua se posiciona nos doze signos, nas doze casas, além de fazer aspectos com os outros planetas. Tudo isto multiplicado por dois, pois se podem usar as energias positivas ou negativas da Lua. Por exemplo: a qualidade negativa do amparo é o desamparo ou abandono.
Continuando com o nosso exemplo, a Lua representa a nossa mãe, mas também como reagimos emocionalmente às situações e pessoas. Podemos perceber bem a atuação da energia da Lua na vida da pessoa através dos vários filhos de uma mesma mãe: cada um tem um relacionamento diferente com a mesma mãe; pois, com certeza, cada um desses filhos tem a Lua num signo diferente, numa casa diferente e fazendo aspectos também diferentes com diferentes planetas.
Por fim, aspectos são as relações que os planetas estabelecem entre si, dependendo do grau que os distancia. Os aspectos podem ser harmoniosos ou desarmoniosos. Quando os planetas fazem aspectos harmoniosos entre si, um ajuda a expressão do outro. Quando os aspectos são desarmoniosos, um planeta dificulta a expressão do outro, gerando conflitos emocionais no dono do Mapa Astral.
Astronomicamente, por exemplo, nenhum planeta faz “aspecto” com nenhum outro planeta. Os aspectos, também, têm uma leitura simbólica que significa troca energética harmoniosa ou desarmoniosa entre os planetas.
Ainda tendo a Lua como exemplo: quando a Lua está sob aspecto harmônico num Mapa Astral, há uma tendência maior de se expressar mais os aspectos positivos de sua energia (levando a pessoa a um bem estar emocional), enquanto que se há aspecto desarmônico a “afligindo” serão as energias negativas que predominarão (gerando angústias, depressões, ansiedades, por exemplo).
Eu usei a Lua – aquele luminar que vemos quase todas as noites no céu, às vezes estrelado – e que na astrologia “chamamos” planeta, para você ter uma idéia de que a Astrologia Humanista “olha” para os planetas como símbolos energéticos atuantes.
Portanto, a Astrologia Humanista entende o ser humano como um ser que faz parte da natureza e que participa de troca energética através de um encadeamento invisível (de energia), onde todos afetam todos.
Dentro desta visão todos os elementos – signos, planetas, casas e aspectos – do Mapa Astral, têm uma representação simbólica e uma multiplicidade de significados. E assim é feita sua leitura e interpretação.