Toda e qualquer mitologia, de todas as civilizações, pretende explicar o desenvolvimento do ser humano e da natureza, bem como a inter-relação entre os mesmos.
Os Mitos, porém, nos apresentam o ser humano e seu desenvolvimento de forma analógica, ou seja, não lógica - ou dentro da racionalidade objetiva compreendida pela consciência humana. Ao entrarmos em contato com os Mitos, portanto, precisamos nos libertar da objetividade e mergulhar na subjetividade de seu universo.
Na Mitologia Grega, através de sua história e de cada um de seus Mitos, podemos compreender o desenvolvimento da consciência do ser humano, encontrando modelos per se, ou seja, protótipos únicos em si, que Jung chamou de Arquétipos.
Não são os deuses e deusas da mitologia que devemos reverenciar como se estivessem dentro de nós ou em algum lugar, pedindo suas bênçãos, pois eles são apenas representações das qualidades e das características humanas. Deuses e deusas servem como referência e compreensão mais ampliada do ser humano.
Portanto, o estudo dos Mitos nos leva a uma maior compreensão das características morais, emocionais e espirituais do ser humano – e seus respectivos desenvolvimentos – pois cada Mito representa determinadas qualidades humanas, num leque que vai desde a polaridade positiva até o outro extremo, a negativa; assim como, de forma genérica, podem expressar-se em cada um de nós.
Apresento então alguns Mitos Gregos como exemplo. Podemos perceber que eles são, cada um deles, representações simbólicas da natureza e, por analogia, apresentam qualidades humanas positivas e negativas; demonstrando, desta forma, simbolicamente, a inter-relação entre o ser humano e a natureza.
URANO - Céu estrelado: Intuição / Intransigência
CRONO - Deus do Tempo: Auto-responsabilidade / Rigidez
ZEUS - Deus dos Deuses: Poder Masculino / Poder Ditatorial
HERA - Esposa de Zeus: Poder e Compromisso / Arrogância
DEMÉTER - Mãe de Core / Perséfone: Nutrição / Depressão
CORE / PERSEFONE - Filha de Demeter / Rainha do Submundo: Poder Interior / Passividade
PLUTÃO - Senhor do Submundo: Poder Interior / Manipulação
HÉSTIA - Fogo Sagrado: Centro Religioso / Sacrifício do Ego
NETUNO - Deus dos Mares: Inspiração / Ilusão
ARES - Deus da Guerra: Coragem / Temeridade
APOLO - Deus da Luz e da Cura: Harmonia / Vaidade
HERMES - Deus da Comunicação: Discernimento / Ignorância
AFRODITE - Deusa do Amor e do Prazer: Prazer / Descomedimento
Este artigo faz parte da palestra ministrada na AMORC – ORDEM ROSACRUZ, loja São Paulo, realizada dia 06/08/2003.
por Maria Aparecida Diniz Bressani
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Sobre o autor
Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana,
especializada em atendimento individual de jovens e adultos,
em seu consultório em São Paulo.