A imagem é de um campo aberto, coberto por um céu lotado de estrelas, um céu muito azul. Existe um tanque redondo e uma tábua de lavar roupa ondulada, uma tábua antiga e você está lavando roupas. Não é você adulto, é você menino, lavando a roupa nesse deserto, nessa cisterna, onde tem uma prancha de lavar roupa e você lavando esta roupa.
No seu lado esquerdo está a representação da morte, com uma túnica negra, com uma foice nas costas e ele puxa você e diz:
Vamos!
Você está com muito medo, você está branco, pálido, tremendo, lavando a roupa, olhando para esta figura de uma forma que ela está lhe assustando demais e você vai resmungando: Não vou, não vou, ninguém me tira daqui, daqui não saio, não vou e fica lá jogando esta roupa numa bacia, pegando outra e continuando a lavar.
Esta representação da morte, do seu lado esquerdo, lhe chama várias vezes e você diz várias vezes que não vai, não vai, não vai, então ela recua, ela sai, caminha e senta embaixo duma espécie de grande jabuticabeira ou laranjeira e numa pedra quadrada, ela senta, levanta o manto preto, mostrando a meia, o sapato, a canela muito branca, espeta a foice no chão e fica olhando para você, pacientemente, esperando você, que está muito agitado, muito rápido atrás das roupas, preocupado em limpar essas roupas, lavar com muito sabão e você lava, lava, lava, lava e passa na água várias vezes, torce e joga na bacia de alumínio, onde estão as roupas limpas.
Você vira e com o dedo em riste, diz: Eu não vou, você pode esperar ai, mas eu não vou, eu não vou!
E esta morte desiste. Ela levanta, pega lá a foice dela e vai andando, saindo, saindo pelo lado esquerdo, velhinha, cansada, esperou muito e não consegui nada, e vai se embora.
E no que ela desaparece no infinito, a árvore embaixo da qual ela estava sentada, se enche de laranjas, laranjas miúdas, tipo mexeriquinhas, e fica algo assim, de um florescimento, de uma abundância, de uma quantidade enorme dessas laranjinhas. Embaixo da árvore, a pedra sobre a qual ela sentava fica branca, parecendo com um banco de praça e você fica exultante.
Esta criança fica na maior alegria, porque venceu um símbolo bastante pesado, forte, negativo, de destruição e você pula de um lado para o outro com as suas roupas todas lavadas, limpas e estende todas essas roupas no varal com prendedores, onde o sol bate e as roupas estão voando nesse vento que faz ai neste campo.
Esta criança está muito contente, com uma produtividade florescente. É como se o perigo, a morte, a desgraça, seja o que esse símbolo significa para você, tivesse ido embora, tivesse desaparecido, deixando neste campo um cheiro de roupa lavada, de sabão, de mexericas, de prosperidade, de sol, de alegria, uma coisa muito bonita, fantástica!
A Morte se afasta.
É como um alcoólatra; e você sabe disso muito bem como fica bem quando pára de beber, mas quando começa a beber de novo, ela vem.
Por isso é aquela velha história: Vigiai e Orai! Não deixe ela voltar!
Esse foi o seu combate. Um combate doce. Não um combate que você no qual tenha apresentado armas. Só vontade. Você disse para ela: Eu não vou; eu não vou mesmo e no que ela se retira você teve o grande florescimento.
A gente pode ver que essa grande árvore sólida é você. Provavelmente teve tronco, teve raízes, teve folhas; a sua árvore não é uma árvore pela metade, é uma árvore sólida, ela floresce e ai começa o seu grande momento, o seu renascimento e começa o trabalho que eu considero o mais bonito da mente que é: A Limpeza do Caos!
Ela, a mente, vai visitar os locais do caos e vai então resolvê-los e para limpar ela usa as mesmas coisas que nós usamos na nossa casa: aspirador de pó, vassoura, balde, porque a nossa mente fotografa tudo que fazemos.
Enfim, venci a morte!
por Jaime Benedetti
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Sobre o autor
Jaime Benedetti é uma pessoa comum como você e esta foi a maneira
que ele encontrou de falar a todo mundo
daquilo que considera muito importante. A Vida! Visite meu Site Email: [email protected] Visite o Site do Autor