“O destino não está fora, mas dentro de nós mesmos.
Cada homem é senhor do seu destino e de sua razão”.
EMERSON
Já estamos conscientes, com o artigo anterior, de que os medos de cor violeta nos assolam quando nos distanciamos de nós mesmos por nos aprisionarmos aos conceitos e princípios do mundo concreto e relativo.
Quando impomos condições da relatividade mundana às nossas vidas para que nos seja possível sentir e reconhecer, em nós mesmos, algum valor algum dia, nos distanciamos de nossa condição Divina de valores absolutos e transcendentes. Nesse momento, nos impedimos de manter contato com a nossa Essência Vital, a condição interior que somos, onde nada é impossível, onde se cria o necessário, onde o poder se expressa, pois, através d’Ela é que se torna possível o domínio sobre a relatividade do tempo e do espaço.
Para vencer os medos de cor violeta é preciso, principalmente, prevenir-se, proteger-se e impedir a expectativa do reconhecimento de nossos valores chegando de fora, de outros! Quantos erros, quantas falhas cometemos na educação de nossos filhos e quantas falhas de nossos pais existiram em nossa educação. Na maior parte dos casos, mesmo sem intenção qualquer. Entretanto, estragos acabam existindo e nos transformam em seres essencialmente inseguros. Em que circulo vicioso e doloroso nos envolvemos pela simples inconsciência de nós mesmos.
A insegurança interna, que aflora porque desconsideramos os valores essenciais que trazemos e nutrimos e devemos desenvolver, é um dos termômetros desses medos que buscam a freqüência violeta e causam em nós as sensações ilógicas de não sermos capazes ou suficientes para cumprir o que nos é exigido...
Com tanto potencial, tantos valores, tantas qualidades e capacidades... Como Filhos Divinos que somos, por quantas vezes não duvidamos de nós mesmos! E, pior, em quantas destas vezes não nos fixamos em outras pessoas de nossos relacionamentos sofrendo por enxergar nelas alguns valores já aflorados... E, nesses casos, ao invés de em salutar reflexão nos colocarmos perante elas como a espelhos que nos sirvam de exemplo, passamos a não só querer impedir, reter, aprisionar... Vamos nos deixando tomar por sentimentos ruins e nos colocamos contra elas, querendo destruí-las por senti-las mais ou melhores! Quantos preconceitos! E como eles destroem a nossa capacidade de nos relacionarmos com o verdadeiro Amor! E como criam teias que justificam a nós mesmos e a nossos atos insanos.
Tudo é tão simples... Mas, como complicamos! Como dificultamos as coisas! Como nos colocamos fora e nos perdemos de nós mesmos! Como nos impedimos de exercitar a nossa RAZÃO MAIOR!
Vale, aqui, citar um exemplo real. A narrativa é uma síntese de algumas sessões da Terapia de Harmonização Pessoal.
Eram atendimentos prestados a um senhor que havia perdido a esperança em melhorar sua vida e voltar a sentir-se bem algum dia. Dizia, sem qualquer restrição, que estava cansado, que nada mais valia a pena, e acreditava que sua morte seria um motivo de alívio e libertação não somente para ele, mas para todos que com ele conviviam.
Seus cabelos, fruto de uma queda vertiginosa, já não encobriam o couro cabeludo. Em muito pouco tempo passou a vivenciar dores de cabeça contínuas, perda de memória, dificuldade de concentração e raciocínio, sentia-se um peso morto na vida de seus familiares, já que havia perdido o gosto pela vida e pelo trabalho e, fugindo para se “proteger”, a partir da diagnosticada e há tempos medicada síndrome do pânico, abandonou suas funções profissionais, perdeu-se em suas ações, comprometeu alguns negócios de sua empresa e viu-se numa vertiginosa queda financeira. Manias compulsivas não lhe faltavam... Reações incontroláveis a diferentes e injustificados estímulos. Há muito, desde que tudo havia começado, já não sentia prazer sexual algum. Com mais nada e ninguém, já que sua vida, nesse sentido, contava com uma certa liberdade de expressão combinada e adquirida pela concordância de sua esposa que, alguns poucos anos após seu casamento, confessou-lhe rejeitar o sexo e, conseqüentemente, a ele como parceiro sexual. E, por tudo isso, sentia-se morto em vida...
Em nenhum momento ele demonstrava uma “luzinha” sequer de esperança, para se permitir dar a volta por cima e se resgatar. Estava totalmente perdido de si mesmo. Havia deixado ir bastante longe toda aquela história. Havia perdido todas as razões para continuar... Já não era mais senhor de si, de sua vida de seus negócios, de seu prazer... Não havia mais qualquer razão para viver...
E essas, eram palavras rotineiras em sua boca.
Os medos violetas afloram após um abalo em nossa insegurança interior, na medida em que se torna um fato a impossibilidade da expressão de nosso EU e de nossos valores mais essenciais, verdadeiros e profundos. Medo de perder valores, de nos perdermos de nós mesmos e de não sermos capazes ou capazes o suficiente é o que o provoca! Com tal medo, esquecemos nossa condição essencial! Com ele desestruturamos nossos objetivos. Na continuidade do tempo, não mais conseguimos nutrir objetivos antigos nem criar novos e, finalmente, perdemos nossas razões. Com os medos violetas e a ausência de razões é inevitável: perdemos o sentido da vida. Torna-se impossível controlar a perda de vitalidade. O desânimo chega. Marca. A lógica se vai. A ilógica sensação maior é: ”por que” ou “para que” viver?
Quando por mais tempo eles são nutridos, pela perda das razões, facilmente principiam os quadros depressivos que clamam a morte! Tudo fica ilógico... A perda da razão ao ocorrer torna cansativo o viver! Já não se sabe quem se é! E, objetivos, então, muito difícil reconhecer e estruturar. As escolhas ficam comprometidas. Parece, em alguns momentos, que se está tão longe de si que nem dá pra lembrar que se têm, ou que existem valores internos. Até isso cansa! Tudo! Ou, quase tudo perde importância quando o quadro já vem existindo há mais tempo!
No caso citado como exemplo, os sintomas físicos são inevitáveis e comuns aos casos que repetem o quadro dos medos de cor violeta. Creio não ser necessário lembrar que toda somatização, em qualquer processo sintomático, tem por trás um padrão inadequado de consciência que vem sendo alimentado e é a primeira causa de qualquer desequilíbrio ou doença que se possa vivenciar. Os medos de cor violeta afetam a saúde dos cabelos e do couro cabeludo. Se permanecerem e se intensificarem, podem provocar desacertos nas funções cerebrais, dificultar a expressão mental, provocar desânimo e cansaço físico e mental. Quando mais sérios e por mais tempo alimentados, trazem o fim ou a morte como a única solução ou como a maior defesa que se mantém na vida. Nesse caso, o mais interessante é que as mentes, a princípio, desenrolam o roteiro da morte avaliando as reações de cada pessoa que “seria castigada” e se sentiria culpada com tal fato. Isso traz até um certo e mórbido prazer. Mas, com o tempo, a expectativa do fim é tão grande, que já nem importa punir aos outros, nem faz diferença quem vai sofrer ou não. A morte passa a significar sinônimo de libertação da própria pessoa. Culpas ilógicas intensificam o processo. Dores – autopunitivas – tornam-se comuns. O sistema nervoso, atingido pelos padrões daquele nível de consciência, fragiliza as ramificações nervosas e as dores se espalham pelas costas e pelo corpo como se caminhassem. Em outra possibilidade, a síndrome do pânico aflora. Traz, por trás, a “disputa de poder” com o meio que causa o próprio medo e, com o passar do tempo vai se tornando incontrolável. Como se a pessoa fosse ser atingida por perigos projetados de seu próprio medo no mundo externo. E, ainda, como se forças ocultas fossem invencíveis e passassem a ter o controle de sua vida nas mãos. E, quanto ao sexo, podem se surpreender. Na realidade, todo o processo que se desencadeou na vida daquele homem teve seu início naquele momento em que ele se viu rejeitado por sua esposa tendo que se obrigar a uma conduta sexual aparentemente libertadora, mas que, no fundo ele mesmo desaprovava. Mesmo tentando fazer tudo parecer normal e legal, no fundo ele não se conformava com aquela rejeição e este foi o seu “start”. A rejeição e o desamor pressentidos naquele ato sintetizaram o princípio de toda a seqüência de desequilíbrios e desarmonia que assolaram a vida daquele homem.
Como ele está hoje? Após a tomada de consciência e seu trabalho pessoal, bem mais em paz. Ainda se exercitando para dar novos rumos e resgatar o sentido de sua vida em si mesmo. Aplicando, em seu dia-a-dia, os conceitos práticos e as técnicas assimiladas no curso que ensina como desenvolver o equilíbrio essencial. Já, agora, aqueles que lhe são importantes, sua netinha e outras pessoas, bastante queridas, já lhe “re”significam uma importante razão para viver e o estão ajudando a estruturar novos objetivos! Acredito que, em breve, seu sentido interior e razão de viver já estarão centrados nele próprio em paralelo à estrutura e resgate de amor que ele viveu. Afinal, logo no início de sua terapia, sua mulher, parceira no curso e nos exercícios, também percebeu em si a necessidade de mudanças e trabalhou em paralelo seus conflitos e medos amarelos e laranjas. É, ainda emocionante assistir o renascer naquela senhora do desejo e do prazer sexual. Eles reiniciaram, em dois, uma vida mais normal, com vivências de troca e expressão de carinho, compreensão e respeito. Isso permitiu o resgate do amor, acima de tudo, por eles próprios.
Você tem um medo violeta? Como se defender? Pode ser bastante simples! Isso vai depender unicamente de sua vontade e capacidade em se resgatar, em reencontrar seus valores mais essenciais, definir objetivos que possam trazer realização interior, reencontrar e alimentar as razões para que o alcance desses objetivos seja possível. Lembrando-se, acima de tudo, de respeitar a Razão Maior da vida. No momento em que, conscientemente, lhe for possível AMAR verdadeiramente, expandindo a AMOR em Si isso será natural. É uma simples questão de escolhas lúcidas, conscientes e realmente amorosas. É preciso fazer a opção de dentro para fora. Enfrentando os próprios bloqueios e dificuldades sem defesas que atrasem seu processo. Encarar e não fugir das decisões. Sem punições ilógicas a si e aos outros. O que está por trás de tudo, o maior segredo para controle e domínio dos medos violetas, é o domínio da prepotente sensação de ser deus! Aquele que ordena e decide a vida ou a morte, própria e alheia. O que escolhe libertar ou aprisionar. Isso tem que ser controlado. Pode até passar despercebido. Mas, tem que ser encontrado lá no fundo e eliminado. Principalmente para o resgate da vida afetiva. Basta que se tenha vontade e razões essenciais! E, ainda, que se tenha a coragem de encarar o fato e os valores que se tem! Aceitar que é necessário fazer e mudar! Querer transcender e transformar tudo isso! Deixar nascer, lá do fundo, o Filho confiante que sabe transformar o que for preciso e tem motivos essenciais para isso, movendo-se, acima de tudo, pela força e Poder do Amor!
Isabel Romanello é Co-fundadora da Equilíbrio Essencial com J. Ervolino Neto, que atuam como coordenadores de cursos, eventos
e como Terapeutas em atendimentos individuais e na área empresarial.
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