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“Tenho muito medo de envelhecer, de ficar velha e ficar doente. Tenho um namorado, sinto muita falta dele, sinto um abandono, me sinto sozinha, tenho pânico de ficar sozinha! É uma necessidade de ter alguém, de não estar sozinha. Quando estou sozinha em casa, começo a pensar, me vem um medo que meus pais morram, que minha irmã não volte, entro em pânico, choro desesperada! E se demoram, não telefonam, fico imaginando assalto, acidente... Um medo que aconteça alguma coisa, fico me imaginando sozinha...
Sessão de regressão
MK – Larga o teu corpo completamente aí no colchão, te solta, e vai te sentindo leve, tranqüila... E vai entrando na música, vai indo pela música, ficando leve... E relaxa bem o teu rosto, a boca, solta o queixo, descontrai a testa, amolece a testa, os olhos, as sobrancelhas... E vai te sentindo leve, tranqüila... E vai indo pela música, entrando na música, como se tu fosse desaparecendo no ar, te diluindo no ar... E vai ficando tão leve que tu podes até flutuar e subir, levitar, pela música... E vai subindo, subindo, pela música... E te sente crescendo, crescendo, como um balão que vai enchendo, que vai inflando... E vai ocupando este quarto todo, subindo, subindo... Para encontrarmos o teu passado, uma outra vida, uma outra época, um lugar antigo, uma época antiga, diferente da de hoje, em que tu és uma outra pessoa... E qualquer coisa que vier à tua mente tu me diz... o que tu vê... o que tu sente... como tu te sente aí... o que acontece...
P - Eu não sei onde eu tô... Eu só consigo sentir o meu corpo enrijecido, todo o meu corpo duro, as pernas, os braços, tudo duro, assim, tudo... Eu não sei onde é que eu tô. Eu não consigo descrever, eu não vejo nada. Parece que eu tô há muito tempo nessa mesma posição, não vejo nada em volta de mim, como se eu estivesse há muito tempo deitada nessa mesma posição, assim...
MK – Como é esse lugar?
P – Um quarto... numa casa... parece que tem uma floresta, como se eu estivesse sozinha... talvez numa cabana... muito mato, uma floresta, e tenho a impressão de estar sozinha... parece que eu sinto esse enrijecimento das minhas pernas, dos meus braços, eu tô sempre sentada... sempre num canto desse quarto...
MK – Sim, continua. O que acontece, então?
P – Não sei, eu tô nessa casa, nessa cabana, parece que me abandonaram ali, e ali eu fiquei... como se tivessem me isolado... Eu tenho a sensação de ter sido um peso... alguma coisa assim pra alguém... por eu estar nessa situação, assim, de não conseguir me movimentar... eu tô ali... tô deitada, não consigo me mexer... Não vejo ninguém ao meu redor.
MK – Vamos ver, então... o que vai acontecer? Depois que passa o tempo... vamos lembrar o que foi que aconteceu, então...
P – Tenho a impressão que é como se fosse um... caçador, assim... uma pessoa que entra nessa cabana e eu... eu tô lá... tô deitada... Tem uma espingarda, usa chapéu... quando eu vejo essa pessoa, fico feliz, alegre, mas ao mesmo tempo tenho a impressão que é uma pessoa que vem e que vai, não é todos os dias que aparece... vai, fica um tempo fora, depois volta... não sei, me parece que ele tá meio... que ele bebeu... meio cambaleante, meio sujo, mas mesmo assim, nesse estado que essa pessoa tá, eu fico feliz de ela estar ali, de ter voltado pra... pra me ajudar...
MK – Sim. O que acontece, então? Continua.
P – Eu tenho a sensação que eu espero dessa pessoa... que eu imploro alguma coisa... e tenho a impressão que essa pessoa não pode me dar isso que eu quero. Ela se aproxima de onde eu tô deitada... Parece uma cama. Mas, ao mesmo tempo, eu tenho a impressão que essa pessoa não pode me dar o que eu quero, ela me faz carinho, mas eu não consigo sentir isso como verdadeiro, como do coração dessa pessoa, não sei... Parece uma coisa muito fingida.
MK – E quando a vida vai passando... os dias vão passando... Tu vais ficando mais velha... O tempo vai passando... O que acontece? Como é que tu ficas?
P – Não sei, eu continuo na mesma posição... continuo... na mesma cabana, no mesmo lugar onde eu tô deitada... Eu sinto a presença daquela pessoa, mas eu não vejo... Não consigo saber se ela tá na cabana, ainda ali...
MK – Vamos ver quando a tua vida vai passando... os dias vão passando... Vamos adiante, então, quando tu vais ficando mais velha, mais velha... a vida vai terminando... o que vai acontecer contigo... quando vais ficando velha, velha...
P – Eu vejo aquela pessoa que tava comigo, bem mais velha, de cabelo branco... eu vejo ele na cozinha, lidando com comida... só que daqui a pouco ele cai... como se tivesse tido uma... sei lá eu... ele cai, vai escorregando, ele se apóia na mesa... vai escorregando e fica caído no chão. E eu vejo aquilo e não consigo fazer nada! E por mais que eu chame, por mais que eu grite, ele não me ouve, ninguém consegue me ouvir. Eu tenho a sensação que, também, não vai demorar pra eu... pra eu morrer também; não aparece ninguém. Eu fico vendo aquele homem caído no chão... não sei... a sensação que eu tenho é que eu vou morrer também, mas pra mim tanto faz... porque eu já não consigo me mexer, não saio da cama, eu não consigo me movimentar, eu não consigo fazer nada... Eu tenho a sensação de que a qualquer momento alguém vem me buscar... pra morrer, alguém vai me libertar de alguma maneira dessa vida... desse sofrimento... que essas dores que eu sinto no corpo me criam, dessa... dessa impossibilidade de me movimentar... Eu não sei como é que eu consigo ficar tanto tempo sem me alimentar, sem tomar um copo de água...
MK – Vamos ver... mais tarde... a vida vai passando... terminando... se alguém vem te buscar, uma Luz, um Ser de Luz, para tu saíres, subir para a Luz, para o Mundo Espiritual... te libertar... Vamos ver como é que acontece isso...
P – Ah, me sinto cada vez mais fraca, cada vez mais... sonolenta... Parece que tem uma pessoa, toda de branco, assim, parada ao meu lado, me olhando, sorrindo... Que paz que essa pessoa me passa... Ela não fala nada pra mim, ela simplesmente me olha, me estende a mão... Não tenho medo de pegar a mão dessa pessoa, mas se eu não me mexo como é que eu vou estender a mão pra ela? Ela encosta a mão dela na minha, estica o meu braço e me levanta da cama. A gente sai, eu saio caminhando pela porta daquela casinha... Vou caminhando com ela pelo meio daquela floresta... que coisa boa poder caminhar, poder ver aquele verde, aqueles passarinhos cantando... e aí a gente vai... caminhando... eu já tô toda de branco, essa pessoa do meu lado... e é como se a gente virasse um pontinho e subisse, subisse pra Luz, subindo, subindo, até desaparecer... tô me sentindo muito bem... poder caminhar, poder ver o dia, ver o sol...
MK – Então relaxa, aproveita, pode permanecer em silêncio, sentindo essa paz, essa serenidade... essa presença espiritual... Num outro dia, poderemos ver mais coisas do teu passado, se for necessário... Descansa, relaxa, aproveita...
Comentário
O medo de ficar sozinha, abandonada, de ficar velha, doente, que sente na vida atual, vem dessa encarnação em que era uma mulher que por alguma doença ou dificuldade física não conseguia mover-se, ficava só em casa, esperando que aquele homem que lhe cuidava chegasse. Imaginem o medo que sentia que ele não viesse... É o mesmo medo que sente hoje quando seus pais ou sua irmã demoram a chegar e ela entra em pânico, começa a imaginar que vai ficar sozinha, como realmente aconteceu naquela vida!
A maior parte das idéias conflitantes, crenças estranhas, dificuldades existenciais, bloqueios na vida profissional, sexual, etc., medos, ansiedades, angústias, fobias, pânico, tristeza, etc., vêm das nossas vidas passadas. E esse material, como nos ensinou o Dr. Freud, está dentro do nosso Inconsciente, como uma panela de pressão fechada, que pode ser aberta pelo acesso à(s) situação(ões) do passado. Pela técnica utilizada na nossa Associação Brasileira de Psicoterapia Reencarnacionista (www.abpr.org), o Guia Espiritual da pessoa é quem comanda o processo, faz com que o paciente acesse a situação, recorde até seu final, até a sua morte naquela vida, o seu desencarne e sua subida para o Plano Astral, até estar se sentindo muito bem! Isso é uma regressão completa e cosmoética, em que o terapeuta só atua na 1ª fase (relaxamento e expansão da Consciência do paciente) e o Mundo Espiritual realiza o trabalho.
Depois dessa regressão, em que essa paciente desligou-se daquela encarnação, ela está muito melhor da ansiedade, do medo de abandono, da sensação de solidão. Mas é recomendável realizar mais uma ou duas sessões para verificar se ainda não está sintonizada em outras vidas passadas. Existe um padrão de repetição kármico, secular, baseado na Lei do Retorno, que tende a mimetizar-se na vida atual.
por Mauro Kwitko
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Sobre o autor Mauro Kwitko é médico auto-licenciado do Conselho de Medicina para poder dedicar-se livremente ao seu trabalho como psicoterapeuta reencarnacionista. Em 1996, começou a elaborar e divulgar a Psicoterapia Reencarnacionista. É fundador e presidente da ABPR. Ministra Cursos de Formação em Psicoterapia Reencarnacionista e Regressão Terapêutica há muitos anos, tendo formado centenas de psicoterapeutas reencarnacionistas. Email: [email protected] Visite o Site do Autor