Publicado dia 10/28/2005 11:40:05 AM em Astrologia
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O artigo dessa semana tomou forma em minha mente num hospital, onde acompanhei o sofrimento de uma pessoa querida. Assim como ela, tantos outros seres humanos, mesmo sendo por mim desconhecidos, padeciam de um sofrimento que não me deixou indiferente. Uma pergunta me vinha continuamente ao espírito. “Se Deus é bom, amoroso e misericordioso, e justo também, porque tanto sofrimento? Porque muitos milhões de pessoas inocentes sofrem enquanto outras - às vezes más e violentas - prosperam e vivem num mar de rosas?” Que sentido tem em tudo isso, meu Deus? Esta questão é quase tão velha quanto a própria humanidade e a resposta também! Mas ela pode ser compreendida somente através de metáforas.
Muitas religiões ou crenças (ou filosofias) reencarnacionistas respondem de maneira quase satisfatória a essa pergunta. Na Cabala, a Roda da Reencarnação, é chamada de Gilgul Neshamot, o que significa, literalmente, A RODA DAS ALMAS. Se quisermos ver além da aparência de um inocente punido e/ou um maldoso recompensado, precisamos examinar essa roda de forma metafórica. Eu a imagino como uma enorme roda, nas bordas de nossa galáxia, com todas as almas encravadas ao seu redor, como estrelas. Gilgul Neshamot seria então uma roda em movimento constante e acompanhando o seu movimento as almas vêm até a Terra e vão de volta até ela, num ciclo eterno de nascimento, morte e renascimento. Até que o processo termine e a reencarnação não seja mais necessária, pois creio firmemente que um dia todos poderemos sair dessa Cruz onde a matéria nos crucifica a cada nova existência.
O mesmo processo ocorre no interior de um corpo humano ao longo de sua vida. Nascimento, crescimento, reprodução e morte, e novamente renascimento, o ciclo do novo produzido pelo velho, dando continuidade à forma física. As células se renovam continuamente até o momento em que a alma deixa nosso corpo, se dissolve, iniciando assim a degeneração da matéria. Compreender esse processo no nível físico nos ajuda a compreender o incrível movimento contínuo da vida do espírito. Parece simples, mas, ainda assim, a maioria daqueles que consideram realmente esse processo, ficaria surpresa ao perceber quanto consideramos como verdadeira essa teoria, sem ao menos - realmente e profundamente - meditar sobre ela.
O direcionamento inteiro da evolução física se desenvolve do simples ao complexo. De um lado existem as series orgânicas de uma única célula. Do outro está o complexo extraordinário representado pelo corpo humano, com suas incontáveis células organizadas em órgãos, ossos, redes nervosas, pele, tecido cerebral, etc. Nosso corpo está constantemente desempenhando suas funções de forma progressiva. O cérebro de uma criança possui pouca capacidade para o estado de consciência, mas, à medida que cresce, a mente torna-se mais formidável, não tanto porque cresce em peso e tamanho, mas em virtude da compreensão do mundo ao seu redor e do desenvolvimento de sua própria consciência. O homem sabe que pertence à humanidade. Mais tarde, na velhice, o poder de consciência regride novamente, até que, na morte, esse instrumento da consciência é destruído. A medicina hoje em dia considera a “morte” como morte cerebral. Mas a destruição não se estende à alma e muito menos ao espírito. Esses não são destruídos. Somente o instrumento da consciência cessou de existir. O processo de evolução continua e continuará com nossa alma e nosso espírito intactos; compreender isso é essencial para perceber o conceito de reencarnação.
Através da natureza, as formas minerais são quebradas para fornecer alimento às plantas. As plantas, por sua vez, são sacrificadas para servir de alimento aos animais, e estes, por fim, são sacrificados por outros animais maiores e pelo homem. Do ponto de vista da perspectiva física, a natureza não é nada mais do que um enorme matadouro! Conseqüentemente, já que a natureza, aparentemente, cuida tão pouco dos corpos físicos, é fácil se perguntar se tudo isso tem um propósito. Ainda, algo em nosso universo mantém o movimento continuo em propulsão. O processo de desenvolvimento, como a roda, não tem começo nem fim, portanto, ver a vida somente como um começo e um fim é similar a observarmos uma árvore da floresta e acreditar que existe somente essa árvore e que é ela que determina a existência da própria floresta. Na armadilha do movimento contínuo do tempo, podemos facilmente perder o propósito do TODO. Tudo na vida, sem nenhuma exceção, funciona como uma roda. Ainda assim, muitas pessoas acham impossível olhar além do momento presente. É para eles impossível compreender que vindo para a Terra, muitas vezes nós acumulamos experiências e passamos de um grau para outro, assim como fizemos desde nosso nascimento, ao crescer.
As sociedades primitivas evoluíram desde as primeiras civilizações até chegar a uma civilização mais consciente, mais solidária, por assim dizer. Então, o que nós arrebatamos, pelo bem ou pelo mal, é uma progressão contínua de experiências que podem ser vistas como reencarnações após reencarnações das raças e povos da Terra. Crescemos continuamente, desde as sociedades agrárias até as sociedades urbanas, passamos da guerra para a paz - e para a guerra novamente - e não percebemos, nunca, (ou quase) que estamos vivendo sempre no movimento da roda. E aceitamos cegamente o movimento da roda que constitui nossas vidas sem nunca questionar a qual escopo ela serve. Mas na nova era que está surgindo tudo isso precisa mudar. E irá mudar. Como a Era de Aquário está se sobrepondo à Era de Peixes (a sobreposição já começou, e a esse propósito ler no site o artigo sobre a Era de Aquário no final do texto) é imperioso que tomemos conhecimento de nosso escopo individual. Mesmo os mais cépticos terão a possibilidade de receber as informações necessárias, que nos são veiculadas pelos sábios do passado, por aqueles que vivem entre nós, e pelos mestres que enviam suas mensagens através das pessoas iluminadas. A Luz está fluindo com maior rapidez e bem rapidamente nos movemos de uma Era para outra, desenvolvendo assim a capacidade de compreender que o nosso escopo individual é aquele de participar do movimento próprio da roda, fazendo parte dela, como nossas células fazem parte de nosso corpo. Fazemos parte de Corpo do Todo e nossa experiência passada nos servirá de instrumento de evolução. Na Era de Aquário poderemos nos comunicar através da telepatia (sem precisar de celulares!) e poderemos nos transportar de um lugar para o outro com o poder da mente, poderemos criar nosso futuro segundo nossas imagens mentais. A Era de Aquário é a verdadeira Era da Luz, e somente aqueles que serão capazes de ‘suportar’ o conhecimento é que poderão continuar na roda da evolução. Não importa com qual corpo físico estaremos encarnados, nosso espírito será sempre o mesmo, já que foi gerado na Mente do Todo e cravado, como uma estrela, na Roda das Almas. Mas vamos voltar, finalmente, àquela sensação de frustração da desigualdade e da injustiça gerada pelo sofrimento humano. Pensei que, apesar de toda a evolução científica, não chegamos nem mesmo a arranhar a superfície da compreensão de nossos maiores adversários, que são o sofrimento e a própria morte. O sofrimento (ler o artigo sobre a dor e o sofrimento no final do texto), a velhice e a morte fazem parte de nossos ‘monstros interiores’ e tentamos nos livrar deles de todas as maneiras. Raramente pensamos, ao olhar alguém que sofre, que aquilo faz parte de seu “instrumento de evolução”! Não conseguimos resolver o problema dos desastres naturais, aliás, estamos bem longe disso, devido à nossa conduta inconsciente e egoísta! Intimamente, lutamos contra o egoísmo, a estupidez, a frivolidade, a hipocrisia, e a ganância e todas as fontes de dor e sofrimento. Mas fazemos algo a respeito? Os momentos de desespero se intercalam com momentos de alegria e júbilo. E, por essa razão, continuamos a esperar que a dor acabe, que tudo retorne ‘como era antes’ sem nos perguntar, realmente, qual é o propósito disso tudo? Como a dor pode nos ensinar algo, como nosso sofrimento pode servir de alimento à alma em seu caminho de evolução? Aproveitar os ensinamentos provenientes do sofrimento deveria ser o propósito natural. Mas não é isso que fazemos. Do mesmo modo que o médico que ataca a febre e procura eliminar os sintomas da doença, sem se importar com o organismo “doente”, tentamos eliminar a dor e o sofrimento sem compreender que é ela, sim, a dor, que ensina algo à nossa alma e servirá de alimento para a evolução de nosso espírito.
Continuarei esse exercício de reflexão na próxima semana quando falarei da “Alma Gêmea”. Será que ela existe realmente?
Uma boa semana a todos.