Publicado dia 10/28/2005 11:48:01 AM em Corpo e Mente
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Enquanto tomava banho, senti enorme vontade de escrever sobre o filme Matrix, pois percebi algo novo e diferente: Como ele imita a vida.
Sempre pensei na maravilhosa complexidade desta obra, querendo a princípio Sair da Matrix e, às vezes, voltar para ela... E mesmo depois de ter assistido tantas vezes todos os filmes e até jogado o jogo sobre a série, ainda acabo descobrindo algo novo e belo.
Desta vez, tracei mentalmente uma analogia com a minha vida, meu cotidiano e consegui ver algo realmente novo e interessante, ao menos para mim, pois comecei a interpretar o filme como fazia com um livro na escola e acabei indo bem além... Vou tentar explicar:
Comecei pensando em Neo, o personagem principal e me imaginei como sendo ele, podendo assistir e ao mesmo tempo atuar, aprender e ensinar, amar e ser amado e viver ou “voltar pra casa”.
Pensei, então, em Trinity, que considero a musa inspiradora, o romance, minha esposa, a namorada, a amante.
Lembrei do sempre presente Morpheus, o pai, o protetor - aquele que ensina o respeito e inspira sabedoria e proteção.
O não menos importante Oráculo, nosso guia espiritual, nossa parte “realmente inteligente” que está em contato com Deus, mas com certeza que lembra o que viemos fazer aqui, pois eu não me lembro, mas bem que gostaria.
Estamos indo bem? V. está me acompanhando?
Pensei no arquiteto, que nada mais é que um político tomando decisões de grande porte... Se a Matrix fosse uma cidade, o arquiteto seria o prefeito. A gente pede pra consertar um buraco e ele constrói uma ponte por cima, que demora anos e é superfaturada!
Interessante mesmo foi o personagem do primeiro filme, Cypher, que muitos fizeram analogia a Judas, aquele que traiu a todos. Mas não consigo ver ele apenas assim, sempre penso nele como nosso biorritmo, nossos altos e baixos, naqueles momentos em que queremos desistir de tudo e mudar, ou quando mudamos e nos arrependemos e desejamos voltar ao que éramos... Este personagem é muito importante para mim.
Isso me fez pensar nos desafios do dia-a-dia e por tabela no Agente Smith, que acabou se revelando no último filme da série como o ‘lado sombra’ de Neo.
Imediatamente todos os personagens fizeram sentido na história, pois é por causa dele que toda ela se molda. Do início ao fim, Neo luta contra ele mesmo, de várias maneiras e momentos diferentes e, no final do filme, ao invés de lutar contra a Matrix, Neo se junta a ela para derrotar a ele mesmo, ou melhor, seu lado sombra Smith.
Pensei, então, em nossa vida e nos milhares de contos antigos e novos em que podemos ver o mesmo enredo de situações pelas quais passamos todos os dias, quando pensamos que estamos enfrentando o desconhecido e na verdade somos apenas nós mesmos, ou nossos irmãos - alguns gêmeos, outros mais parecidos com Smith, mas que sabemos que de alguma forma fazem parte de nós e a gente deles.
Tudo isso acontecendo no palco da Matrix, na Terra e no Maia (ilusão)... O único lugar que poderia propiciar tão interessantes experiências diárias de alegrias e tristezas, desafios e sincronicidades, para nos testar e ao mesmo tempo nos ensinar com nossos próprios erros e acertos o tempo todo, seja agindo durante o dia, ou quando estamos dormindo e viajando em nossos sonhos, limpando e reciclando nossas mentes para uma nova experiência que vai acontecer... AGORA!
PS.: Momento Nerd...
Aqui podemos ver os principais opositores devidamente reintegrados à Matrix, felizes e até fazendo pose para foto, pois agora viraram artistas famosos. (Morreram no último filme para salvar Zion (a cidade dos exilados).) Neo e Trinity estão vivos e serão pais(*), assim como o (Ele também é Eliminado no último filme.) agente Smith(*) que está dando um abraço em Trinity e deixando Neo levemente enciumado. ;-)