Esta semana, aproveitando as energias geradas pela lunação de Sagitário vamos falar de algo que é sempre recorrente nesse período natalino. O Natal é a maior festa religiosa do ocidente, mas por causa do crescente materialismo de nossa sociedade, anda perdendo sua verdadeira função, ou seja, aquela de despertar dentro de cada um de nós uma reflexão a respeito do “milagre da vida”.
O Sol ingressa no signo de Capricórnio, chegando ao máximo de sua inclinação Sul, no dia 21 de Dezembro de 2005 marcando para nós o Solstício de Verão. “Sol-stício” que dizer Sol estacionado: o Sol parece ‘estacionar’ por algum tempo no nosso hemisfério, nos trazendo todo o vigor e a energia do verão.
E no dia 25 de Dezembro, bem próximo do solstício, e por uma escolha feita pela Igreja Católica, estaremos festejando o Santo Natal. Essa data marca o nascimento do menino Jesus, aquele que, filho de Deus, se fez Homem para viver entre nós. Parece que, na realidade, o nascimento de Jesus não ocorreu nesse dia e nem mesmo no ano escolhido, mas sim alguns anos antes, quando aconteceu no céu uma conjunção de astros muito importante, sendo vista pelos magos da antiguidade como um fenômeno raro e singular. Júpiter, regente de Sagitário, estava envolvido na conjunção astral, indicando aos Magos que o fato seria de ordem religiosa, já que essa é uma das analogias ligadas ao signo de Sagitário e principalmente ao planeta Júpiter, seu regente. Assim, a Igreja decidiu fazer coincidir a data do nascimento de Jesus com os ritos pagãos destinados a marcar o Solstício de Inverno no Hemisfério Norte, como forma de incorporar esses ritos antigos aos ritos católicos, convertendo os profanos ao participarem de cerimônias religiosas.
Os povos antigos costumavam marcar os solstícios, equinócios e outros fenômenos celestes importantes, com rituais especiais, destinados a pedir aos céus e aos deuses a renovação da energia, entrando em sintonia com as forças astrais daquele momento. De fato, na primavera ocorriam ritos de fertilização; no verão, ritos de agradecimento pelas colheitas; no outono, ritos de agradecimentos pela fartura obtida naquele ano e no inverno, ritos para pedir que o Sol voltasse logo a esquentar a terra para que a vida pudesse se renovar. Orações eram feitas, bailes, cerimônias xamânicas e de acasalamento, enfim, tudo o que pudesse espantar o medo da dura morte invernal e pudesse fazer ressurgir a vida que parecia adormecida sob os mantos de neve gelada, era feito durante o solstício de inverno, já que a vida parecia se afastar com o longo inverno que se aproximava.
Com as comemorações pelo nascimento de Jesus, a Igreja pedia que as pessoas fizessem uma reflexão sobre a chegada do “Salvador”, que nada mais significava do que a esperança da renovação da vida. Essa é a mensagem que deve estar em nossos lares durante o Natal. Mas é difícil, em nosso hemisfério, fazer recolhimento ou meditação nesse período em que, por aqui, o Sol brilha cada vez mais forte já que ele chega ao máximo de declinação Sul, iniciando, para nós, os belos e ensolarados dias do verão! E, além disso, o Natal, hoje em dia, tornou-se uma corrida desenfreada ao consumo e poucos de nós ainda lembram do seu significado religioso.
No nosso Hemisfério invertemos as cerimônias para usufruir a energia solar que agora nos inunda com todo seu vigor. Estamos com vontade de sair de casa, de viajar, pensamos nas férias e nas belas praias ensolaradas de nosso país. Mas podemos mesmo assim pensar em renovar as nossas energias em sintonia com as energias planetárias, buscando um novo suprimento para recarregar nossas ‘pilhas’. Com o final do ano que se aproxima, devemos tentar espantar de vez as tristezas e dificuldades, apostando na renovação da vida, no nascimento de algo novo que tanto pode ser uma criança como simplesmente um novo Eu, dentro de nós. Podemos fazer renascer a criança que temos dentro de nós, guardando aquela atitude tão magnífica que todas as crianças possuem: a crença nos milagres!
Pois é, as crianças acreditam em milagres, como acreditam em Papai Noel, nos Reis Magos e nas fadas, e nos duendes! Por quê? Porque eles mantêm o coração inocente! Como comentei anteriormente, Júpiter, regente de Sagitário, espalhando sua energia, faz surgir dentro de nós a necessidade de procurar novos horizontes, de buscar desvendar os mistérios da natureza entrando em contato com Deus, ou com aquele Criador no qual nós acreditamos. A religião, as filosofias, as leis éticas e morais, a sabedoria, são todas qualidades ligadas ao signo de Sagitário. Que tal pensarmos nisso nesse momento e nos prepararmos para este grande momento astral?
No momento do Ingresso, o Sol estará formando uma conjunção com Plutão. Isso indica que esse será um momento de transformação energética ímpar, sem precedentes. Plutão, na Cabala, é ligado à energia da Sefiroth de Keter, a mais alta da Arvore, aquela que está mais perto do Criador. Pois ligue-se e não deixe passar esta ocasião.
Podemos agradecer ao Criador por todas as bênçãos que ele nos envia, podemos agradecer pela vida que possuímos e que muitas vezes nem apreciamos, podemos agradecer pelos amigos e familiares que amamos e pela bela natureza que nos circunda. Enfim, mesmo se temos tribulações, podemos, ainda assim, encontrar algo para agradecer, tenho certeza! O Sol é vida, sem ele não poderíamos existir e nosso sistema solar depende dele e gira em torno dele. Ele é nossa Estrela. E, em astrologia médica, o Sol tem relação direta com o nosso coração, nosso plexo solar, nosso chacra cardíaco, de onde emana nosso sentimento de Amor Universal. Ele fica no Centro da Arvore da Vida e irradia sua luz para todos os lados, indistintamente. É ali que reside a chamada Consciência Crística.
O Signo de Capricórnio tem analogia com a Letra Ayn, de valor 70, que nos indica como a projeção da determinação cósmica (Zayn) promove a possibilidade da vida biológica, em nosso planeta, como resultado da ação de Sammekh (60) que é a fertilidade feminina. O Pai e a Mãe que geram o filho, Jesus, o menino Deus que renova a vida. As festas natalinas nos enchem de alegria e bom humor, as comemorações não faltam e todos se sentem contagiados pelo espírito de fraternidade que reina. Para aproveitarmos ao máximo este espírito podemos nos preparar com algumas cerimônias:
A Cerimônia do Perdão, para perdoar a todos e deixar de lado mágoas e raivas passadas; e também perdoar a nós mesmos pelos erros que cometemos.
A Cerimônia do Amor, para compartilhar e espalhar o amor universal, rezando pela Paz Mundial.
A Cerimônia do Agradecimento, para agradecer a Deus todos os bens preciosos que recebemos todos os dias, e o mais valioso de todos: a própria VIDA.
A Cerimônia da Esperança, para abrirmos nosso coração às bênçãos futuras que virão se mantivermos a Fé na Providência Divina.
Não tenho intenção de dar receitas para essas cerimônias, mas quero somente sugerir que cada um busque em seu coração a sintonia que mais necessita. Assim poderemos fazer nossos milagres de cada dia, renovando a esperança e a fé que estão dentro de nós.