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Mulher

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Publicado dia 4/21/2006 12:40:44 PM em Espiritualidade

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Há algumas décadas um movimento feminino tomou conta do mundo na luta pelos direitos e pela liberdade da Mulher. Naquela época éramos educadas, sobretudo, para sermos submissas, adornos do lar, o máximo que se poderia pretender além de casar e de ter filhos era, em se querendo estudar, cursar o magistério.
Mulheres, que viveram antes do movimento feminista e, que sonharam fazer diferente, eram raridade. Hoje vemos mulheres ocupando inumeros lugares na sociedade, no mundo empresarial, político, científico.
Mas se pretendíamos sair da submissão através do trabalho e da busca pelo respeito à nossa condição, antes de tudo, de seres humanos, encontramos ao longo do caminho outras formas de sujeição. Entramos no universo masculino, obedecendo às regras do jogo anteriormente definidas e se antes éramos educadas para sermos muito pouco, hoje somos educadas para negarmos nossa feminilidade.

Desta forma, de modo geral, nossa auto-estima como mulher ainda é baixa, especialmente nas áreas que se referem à maternidade, sexualidade, relações afetivas e familiares. As novas gerações de mulheres, a partir do movimento feminista no ocidente, começaram a ser razoavelmente bem preparadas para assumir posições na sociedade, para estudar e trabalhar, mas, na maioria das vezes, sofrendo condicionamentos para raciocinar e agir no mundo de forma mais masculina. Acabou-se, muitas vezes, apenas copiando o jeito masculino de ser, perdendo-se de vista, anulando-se ou usando em menor medida as características marcantes da feminilidade.
Não se vê hoje em dia meninas sendo preparadas para a maternidade; algumas o são para a sexualidade, mas definitivamente não é a mesma coisa. Também não se vê o preparo para o uso do raciocino intuitivo, ou da mediunidade, nem para cuidar e proteger o que é tradicionalmente frágil, carente, delicado, seja em nós mesmas ou nos outros.
E o feminino assim negado faz falta à nossa humanidade.

Fome, abandono e maus-tratos à infância, são alguns sintomas característicos do enfraquecimento de alguns arquétipos femininos em ação na Terra, especialmente o arquétipo materno. É responsabilidade só das mulheres? Não, eu com certeza não afirmaria isso. Nem sugiro um retorno ao passado, mas a darmos um passo adiante, usando a liberdade com respeito às nossas necessidades essenciais, resgatando a nossa auto-estima, ganhando consciência sobre da importância de nosso papel na sociedade, fortalecendo de novo o feminino.

Podemos para isso lançar mão das essências florais, na medida em que ajudam a estabelecer entre nossa Alma e a Alma da Natureza um diálogo nutridor, revivificando nossa Alma Feminina, nos auxiliando a fazer as pazes com nossos corpos, destinos e missões. Mas essa não é uma meta para ser atingida em um mês de tratamento, ou com um vidro de essências florais, nem há uma fórmula mágica que resgate em nós o prazer e a delícia de se sentir mulher; falo de um projeto de vida que implica em se responsabilizar, primeiramente, pelas mudanças necessárias, e depois, apoiada pela terapia floral, através de um terapeuta floral e das essências florais, trilhar uma jornada de cura por um período de tempo, mais longo para umas, menos longo para outras, numa rota de resgate de si mesma e do sentido maior de sua própria existência.

Algumas breves reflexões sobre o feminino:
Ser feminina não se define pelo uso da cor rosa ou por deixar os cabelos compridos, ou por ser vaidosa, pintar os olhos e os lábios, ou por usar salto alto e saia.

O feminino em essência é nutridor
Nutre, a mulher, com seu leite ao seu filho, a si mesma e à vida com sua intuição, com seus gestos, com sua capacidade de ouvir e de receber em si o outro, com sua fala que aquece e envolve. A nutrição é um ato de amor. Quando assim nutrimos a vida (filhos, carreira, companheiros de existência, e a nós mesmas) ela revivifica, ganha novo significado e se robustece. A competitividade exagerada que empregamos no trabalho e no cotidiano dificulta estarmos em paz com esse atributo que irá requerer de nós disponibilidade para ouvir, para ser receptivo ao outro, para dar de nós nutrição afetiva.

Ser feminina
Requer de nós estarmos em paz e aceitando os aspectos tipicamente femininos do nosso corpo, cuidando bem dele, com alimentação adequada, exercícios físicos apropriados, higienização necessária e levando em consideração os períodos do ciclo hormonal, que às vezes requerem de nós pequenas mudanças nos hábitos. E estar em paz com nosso corpo nos ajuda a desenvolvermos uma sensualidade e uma sexualidade mais vibrante e saudável. O corpo feminino que a mídia adora e que é vendido como perfeito, ou é anoréxico (ou quase), sem formas femininas naturalmente arredondadas, ou é “turbinado” com silicone - peitos, coxas, nádegas, bochechas, lábios, para ficar mais, muito mais arredondado e farto a fim de vender mais revistas, novelas, pornografia, produtos e negócios.
As mulheres que ficam fora desse padrão conseguido à base de cirurgia plástica ou com uma alimentação a base de muita água e alface, muitas vezes, passam a detestar o corpo que carregam, negando-o ou castigando-o com cirurgias desnecessárias, tratamentos estéticos caríssimos, com dietas sem propósito, ou com malhação exagerada.
O tipo de vida que a mulher do ocidente leva faz com que ela vez ou outra sinta que a menstruação a atrapalha. Existem também mulheres que chegam a se sentir doentes quando menstruadas. É também comum encontrar uma mulher que odeie menstruar, ou que sofra de TPM, desenvolva endometriose, tenha dificuldades para engravidar. Muitas retardam ao máximo a gravidez, privilegiando a carreira; a sociedade atual inclusive prega que isso é o melhor para nós. Será?O ciclo menstrual, as marés, os ciclos lunares, as estações do ano, os ciclos de vida (gestar, nascer, crescer, amadurecer, morrer, renascer) estão todos de certa forma intrinsecamente relacionados ao feminino. Faz parte assim do sagrado da vida na Terra. Menstruar é nossa dádiva (porque é associado ao dom de criar e recriar a vida).
A mídia também vende uma outra imagem de mulher que tentamos copiar a qualquer preço, ainda que seja à base de antidepressivos, pois ela é forte, feliz, trabalha fora, tem sucesso, faz carreira, tem dinheiro, é jovem, tem filhos pequenos sadios e felizes, marido ou namorado satisfeitíssimo, amigas igualmente bem sucedidas, família, casa bonita e florida, tudo lindo, equilibrado e perfeito... (ainda que fora dos padrões da realidade viável).
Digo não viável porque não se consegue colocar o mesmo empenho necessário em coisas que nos puxam para lados opostos, como fazer carreira bem sucedida e criar filhos pequenos, de forma que cresçam saudáveis emocional, física, mental e espiritualmente. Algo não será bem resolvido, seja a carreira ou os filhos.
A mulher que hoje assume tanta responsabilidade vive cansada, às vezes mal-humorada, outras vezes sente que a vida exige demais dela, quando não é ela mesma quem se exige muito. Fica ressentida.
É essa mulher que se deprime, que sofre de ansiedade, de estresse.
Descobrir que não somos perfeitas e que precisamos de ajuda ou de abrir mão de algum encargo, digo encargo e não dever, poderá começar a nos ajudar.

Ser feminina
É ser intuitiva e usar essa intuição na vida comum.
Apesar de este atributo ser muito badalado, vejo que de uma forma geral usamos menos a intuição do que deveríamos, desabituadas que estamos a ela.
A intuição não é “achismo” (eu acho que), nem é julgamento ou preconceito. A intuição é uma percepção muito real e completa, não requer análise criteriosa do assunto, é um saber. Ela deve ser trabalhada, observada, para podermos usá-la com confiança em parceria com nossa capacidade de raciocinar, passando a ser benção na vida de cada um.

Ser feminina
E ser acolhedora. Hoje milhares de crianças pequeninas são educadas por atendentes de creches, professores, babás, enfermeiras ou empregadas domésticas (tanto faz a classe econômica). A pior parte fica para a classe mais pobre, pois, aí as crianças se criam sozinhas. Faltam-nos tempo e disponibilidade para acolher nossos filhos com a quantidade e qualidade que precisam e merecem.
Repassamos nosso dom para funcionários pagos para “ocupar” nosso espaço, já que “temos que“ ocupar outros lugares na vida.
Acolher é receber o outro e o envolver, pode ser através dos abraços e afagos, mas também da atitude de ouvir e de enxergar verdadeiramente o outro, sem pressa, entregue ao deleite do momento, pode ser também através da fala amorosa que aquece e enternece, fazendo com que o outro se sinta vivo e importante.

Ser feminina
É ser por natureza criativa. Criatividade que pode ser direcionada para criar filhos; criar beleza na vida; para pintar quadros; escrever poesia; costurar; bordar; conceber prédios, escrever livros, trabalhos sociais; encontrar a cura para doenças; inventar comidas deliciosas; cultivar jardins.
Através de nossa criatividade podemos acolher nossa alma e aos que estão ao nosso redor de uma forma mais bela e menos tediosa.

Feminino e masculino, atributos complementares da alma humana, um não é melhor ou pior que o outro, ambos são importantes para nosso pleno desenvolvimento como individualidades e como humanidade. Negar um atributo para robustecer outro tem sido a escolha nossa como coletividade, ao longo de séculos, mas pela gravidade das mazelas que afligem hoje a humanidade, podemos perceber a necessidade premente do resgate do feminino, primeiramente através da figura arquetípica da mãe, e por meio dela, de todas as demais. As gerações futuras agradecerão.


por Thais Accioly

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Sobre o autor
thais
Thais Accioly é especialista em Terapia Floral pela Escola de Enfermagem da USP.
Professora da Pós Graduação em Terapia Floral na Escola de Enfermagem da USP.
Professora da Flower Essence Society/CA EUA no Brasil.
Professora da Bush Flower Essences/AU no Brasil.
Consultora em Cultura de Paz.
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