Tenho refletido muito ultimamente sobre alguns fatos que mais me chamam atenção, não somente aqui no Brasil, mas também no mundo. Costumo ouvir a BBC, a CNN e também a RAI (TV italiana) para me manter informada sobre os vários assuntos que rolam pelo mundo afora e que não são noticiados pela nossa mídia. Venho notando uma mudança no mundo, uma mudança que está levando nosso planeta a uma divisão entre “pretos e brancos”. Na Europa, a maioria dos países começou a criar barreiras contra a invasão dos muçulmanos e das outras minorias étnicas provenientes dos paises do leste ou da Índia e Paquistão (no caso da Inglaterra), da África do Norte (no caso da França e Espanha), contra todos (no caso da Suíça!). As pessoas, de maneira geral, estão se tornando cada vez mais intolerantes contra aqueles que são ‘diferentes’, seja por professar uma outra religião, seja pela cor da pele, seja pelos costumes que praticam. Vários países da Europa restringiram as leis de imigração por estarem enxergando somente o seu próprio lado da questão. Nos EUA as novas leis de migração contra os chicanos, os latinos, os cucarachas, erguem muros da vergonha para impedir que as pessoas atravessem as fronteiras na busca de um futuro melhor, coisa que seu país não lhes proporciona. Aqui no Brasil também estamos experimentando aos poucos uma verdadeira divisão interna: estamos dividindo o país em nortistas e sulistas, em ricos e pobres (esta não é nova!), em brancos e pretos, em elite e povo. Este país que poderia se vangloriar da miscigenação, que ao menos em parte amenizava essa divisão por causa de uma tendência natural do povo a se misturar, a se amalgamar em várias cores, das mais claras às mais escuras, em várias religiões, em várias etnias, está dando um passo para trás.
O Brasil, que poderia dar lições de tolerância, de fraternidade e generosidade, coisas que lhe são tão características, está ‘copiando’ o que de pior existe nos outros países e se torna preconceituoso, intolerante, dentro do próprio território nacional. Vejamos por exemplo a Lei que destina quotas nas universidades aos negros. Não estaria ela escondendo um preconceito? Por que não destinar quotas aos amarelos ou aos índios, por exemplo? E quem determina se alguém é preto, pardo, mestiço etc? O nosso país nunca descriminou a cor! Nossos governantes sempre descriminaram, sim, a classe menos privilegiada de nossa sociedade, a classe dos mais pobres porque não lhe ofereceram educação e oportunidades. Pois é, mas astrologicamente, o que poderia estar indicando esse comportamento mais preconceituoso?
Baseada em minha experiência em astrologia mundial, eu acredito que um dos fatores a ser levado em conta é o fato de que Plutão (sempre ele, o pequeno notável!) está saindo de Sagitário e ingressando em Capricórnio. Na semana passada, falei sobre o fator Plutão que produz a sensação de domínio e de poder e que radicaliza as ações e os sentimentos. Atualmente Plutão está a 24°53 de Sagitário e, portanto, segundo os parâmetros usados em astrologia, já influencia o signo seguinte. Capricórnio é o décimo signo da mandala astrológica, cujo regente é Saturno. Ele rege, mundialmente, o mundo da política, o governo e os postos mais elevados, seja na iniciativa privada que pública, os ministro de Estado e os altos funcionários. E quais são seus atributos? As qualidades relacionadas com o signo: responsabilidade, capacidade de administração, de método e de perseverança, tato e diplomacia, prudência e senso do dever. Todas qualidades indispensáveis a quem quer chegar no topo da escala social. E os defeitos? Bem, esses são principalmente: rancor, frieza, isolamento, caráter frio e reservado, egoísta e rigoroso nos princípios, preconceituoso e discriminador, atribuindo muita importância ao status social.
Pois é, e o que podemos deduzir disso? Podemos deduzir que à medida que Plutão começa a influenciar cada vez mais esse signo, ele trará suas qualidades e defeitos para dentro desta área indicada pelo signo! Ou seja, Plutão agirá como agente mobilizador das qualidades e defeitos que este signo possui. E isso ocorrerá tanto em nível mundial quanto em nível individual. Aliás, são os indivíduos que fazem as nações, e, principalmente, são seus chefes que conduzem as nações para seus destinos!
Pouco sabemos dos efeitos reais que este planeta, Plutão, poderá causar em Capricórnio. Podemos somente deduzi-los já que, em sua revolução total, o planeta leva 247 anos para entrar num signo novamente. Precisamos voltar na história para compreender seu efeito, mas mesmo assim, como os outros planetas não se encontravam nos mesmos lugares em que se encontram hoje em dia, não estaremos examinando o Todo da mesma forma. Então, que eu posso deduzir é que, tanto as qualidades como os defeitos relacionados com o signo de Capricórnio tenderão a se radicalizar, já que Plutão agirá como um ‘divisor de águas’, um “radicalizador”. Vocês já perceberam que o mundo se dividiu por causa da religião? O terrorismo surgiu baseado na crença de que ‘meu Deus é o único Deus justo e seu Deus é o Deus errado’! Ou seja, surgiram atos radicais baseados na crença religiosa que é uma atribuição do signo de Sagitário. Portanto, esta radicalização entrará no âmbito de Capricórnio, dividindo os países e as nações entre si, e dividindo os povos, isolando ainda mais os pobres dos ricos, as elites dos excluídos! Puxa, dirão vocês, que quadro negro ela está pintando! Será que isso tem jeito?
Claro que tem, mas muitos precisarão ficar atentos para que as coisas possam mudar, ou seja, para que sejam salientadas as qualidades do signo e não os defeitos. A ação de muitos, aqueles das “correntes do bem”, que surgem espontaneamente no mundo todo, graças a iniciativas de pessoas iluminadas, podem sim modificar as coisas e balançar os efeitos para o lado positivo da balança.
Neste momento em que o signo de Escorpião nos convida a ‘olhar além’, para poder transformar o lixo e a escória em algo construtivo e útil, podemos começar a fazer um exercício de ‘dignidade humana’, aprendendo a ser tolerantes, e olharmos o outro lado da medalha. Apesar do fato de que a matéria existe somente graças à dualidade (essa é a Quarta Lei Hermética: “Tudo é duplo, tudo tem dois pólos; tudo tem seu oposto; o semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus; os extremos se tocam, todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados” – O Caibalion), podemos reconciliar os opostos: basta querer.
Então, essa semana faremos um exercício para aprender a enxergar além daquilo que vemos com nossos olhos, para transcender nosso limite pessoal e olhar do lado oposto da cerca. Devemos aprender a olhar nosso oponente como semelhante. É uma tarefa difícil, creiam-me!
O Gênio Cabalístico que poderá nos ajudar nesta tarefa é o Lehaiah, o 34° Gênio cabalístico. O salmo para ser rezado é o 13.
Publicado dia 11/3/2006 11:57:48 AM em Astrologia
