As experiências ditas "místicas" deveriam ser lugar-comum na nossa sociedade, porque acontecem diariamente, com várias pessoas, de qualquer classe social. Isso porque o "misticismo" ou "esoterismo" é um nome estranho que damos para uma parcela das nossas vidas à qual não temos um acesso, digamos, consciente. Não é como a física ou a química, onde sempre jogamos um objeto pra cima e ele cai, ou sempre que botamos açúcar teremos um sabor adocicado. Mas, quando o "misticismo" acontece, ele deixa marcas profundas, ao contrário da aparente banalidade com que lidamos com as outras ciências. Então, por que raios não vemos depoimentos de experiências místicas de personalidades famosas, de formadores de opinião, enfim, de pessoas que levamos a sério e que passam credibilidade nas artes, na ciência, nos esportes?
A resposta é bem simples: a "seriedade" delas é proporcional ao quanto elas ficarão de boca fechada em relação a esses assuntos. Todas as que tentam sofrem algum tipo de repressão (quase sempre violenta) da sociedade. Até mesmo em relação a qualquer religião que não seja a nossa oficial Católica Apostólica Romana. Ou seja, algo nada animador e que serve de lição pra qualquer outra pessoa com imagem pública NÃO fazer.
Ainda assim, várias pessoas o fizeram, e muito provavelmente pagaram por sua coragem com risinhos, descrença e deboches. Maitê Proença comentou suas experiências transcendentais. Caetano Veloso, (Ainda guardo na memória a observação de dois UFOs fazendo piruetas no imenso céu de Copacabana, numa longínqua noite de junho dos anos 70´, declara o cantor, que atualmente evita o assunto. A cantora Maria Bethânia confirma: `Quando eu e ele nos encontramos, sempre aparece disco voador´, conta, com a maior naturalidade, à jornalista Regina Zappa, no livro Chico Buarque para todos.) Chico Buarque(*) e Elba Ramalho (entre outros) já falaram abertamente sobre seus avistamentos de OVNIs. Para não mais.
Mesmo com os (poucos) depoimentos de gente "famosa", o assunto não é ventilado, não é levado a sério, fica sempre restrito a um nicho, um gueto, ou é convenientemente esquecido. Aconteceu isso com Ayrton Senna. Em 1990 ele deu uma entrevista à Mônica Bergamo, para a revista Playboy, onde contou uma experiência fantástica de expansão de consciência:
"No treinamento de sábado me dei conta de que o carro estava desequilibrado, sem possibilidade real de vitória. O McLaren de Berger teve os mesmos problemas. Ganhar em Montecarlo era muito importante, e eu expliquei a Deus. Ele sabe tudo o que acontece em nosso coração. Mas é necessário entregar-se através da oração. E foi o que fiz. Quando o domingo chegou, já no warm-up, eu tive um sensação e uma visão. Eu podia ver-me fora do carro. Em torno da máquina e de meu corpo havia uma linha branca, uma espécie do auréola, que me proporcionava força e proteção.
Entrei em uma outra dimensão. Tive uma paz incrível e certeza de que estava equilibrado, no corpo e na alma. Geralmente, antes de sair eu me concentro, muito sério. Desta vez eu saí sorrindo, mesmo. Eu deixei os boxes com o mesmo carro que um dia antes havia apresentado problemas, e os defeitos… tinham desaparecido! Estavam lá, mas não os sentia, não me incomodavam. Após a corrida, Berger veio falar comigo e disse-me que seu carro tinha estado desequilibrado. Eu apenas sorri, mas não entrei em detalhes. Mas em meu carro não havia acontecido nada.
Esta foi sua terceira vitória em Mônaco.
O mais incrível é que em toda a internet brasileira esse texto NÃO EXISTE. Ninguém se deu ao trabalho de transcrever isso no Brasil, apenas achei o texto em espanhol, imaginem! Enfim, como tornar assuntos assim coisa "normal"? Uma idéia é comentar assuntos assim em casa, com os filhos pequenos, da forma mais natural possível, pra que se crie uma cultura de base que possa gerar um real interesse da sociedade por esses assuntos (e não uma curiosidade motivada pelo aspecto excêntrico da coisa).
por Acid
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Sobre o autor
Acid é uma pessoa legal e escreve o Blog www.saindodamatrix.com.br "Não sou tão careta quanto pareço. Nem tão culto. Não acredite em nada do que eu escrever. Acredite em você mesmo e no seu coração." Email: Visite o Site do Autor