Como prometido no texto anterior, vou contar minha aventura ufológica em São Bento, praia de Alagoas, no ano passado. Tudo começou quando resolvi, num momento de desespero, comprar um UFO Detector. Isso mesmo. Um aparelho que se propõe a (Quando ele se aproxima do campo magnético, dependendo da sensibilidade para o qual está ajustado, ele toca um bip intermitente e acende uma luz vermelha (ou apenas a luz. Você controla).) detectar(*) campos magnéticos, com ajuste de sensibilidade. Isso considerando-se, claro, a hipótese de que os UFOs modifiquem o campo eletromagnético à sua volta o suficiente pra que um aparelhinho feito em casa, sem direcionador ou equipamentos caros, possa captar. Mas, como eu já estava cansado de ficar só olhando e pensando "será que foi um satélite ou foi um UFO?", resolvi comprá-lo.
A experiência do aparelho no Janga foi frustrante. Como não sou louco de ir pra dentro das matas fazer vigília, tenho de fazê-lo no quintal, portanto, perto de campos magnéticos da iluminação pública. Ou seja, não posso aumentar a sensibilidade do aparelho. As luzinhas passavam no céu e nada dele tocar. Um avião do exército passou dando um (Eu já havia perguntado ao criador do aparelho se ele captava aviões, e ele disse que não, por conta da altitude. Esse avião passou na altura de um helicóptero e ele não tocou. Mas tudo bem: minha teoria era a de que OVNIs produzem um FORTE campo magnético, então devia funcionar com `eles´) rasante(*) e nada do aparelho tocar. Numa noite o aparelho começou a tocar sozinho, com o céu meio nublado, mas como ele não parou mais de tocar achei por bem pensar que poderia ter sido o vento que balançou o dial que faz a regulagem da sensibilidade (eu a havia deixado no limite). Assim, nos próximos 6 meses o aparelho só serviu pra captar campos magnéticos no trabalho e em casa, pra saber o quão prejudicialmente envolvido estou nesses campos. O monitor do meu computador, aqueles de tubo, era o campeão, pois irradiava um campo para meio metro além da tela, obviamente envolvendo o usuário num campo eletromagnético que, acredito eu, não deva ser muito bom pra ninguém a longo prazo. Os LCDs, por outro lado, não irradiavam quase nada (e isso foi uma boa motivação pra eu trocar meu monitor, já que não quero ter câncer).
Mas vamos deixar de enrolação e partir pra aventura. Quando fui pra São Bento, aproveitei o local isolado e com incidências de UFOs (segundo relatado por um colega) e levei meu UFO Detector. Passei algumas madrugadas em claro observando o céu, sem muito sucesso. Às vezes passava uma luzinha que poderia muito bem ser um satélite, sem que o aparelho registrasse nada. Certa vez aconteceu do aparelho tocar sozinho, e permanecer tocando sem que nada estivesse no céu. Como ele estava em pé na areia da praia, achei que teria sido o vento, novamente. Coloquei-o então dentro de um saco plástico pra evitar futuras decepções. Algumas horas depois fui vigiar de novo o céu, em companhia da minha namorada, e desta vez vimos uma luz que piscava com uma cadência lenta e rítmica, vindo exatamente em nossa direção. Parecia promissor, já que satélites normalmente se apresentam como uma luz constante, ou do tipo Iridium Flare, que se ilumina todo e depois vai se apagando lentamente (assim ou mais rápido). Mas, como ainda poderia ser um (Do tipo que fica girando rápido no espaço e tenha alguma superfície reflexiva num dos lados. Ele vai aparecer como algo que se ilumina num padrão cíclico. (satélite(*), falei pra minha namorada: "se for mesmo um UFO, vai ter de tocar. Não é possível! Vai passar bem em cima da gente!" Mas eis que o objeto parou de piscar (o que me deixou ainda mais animado, pois um satélite deveria seguir o padrão), só que, como eu já tinha uma estimativa da velocidade dele, aguardei e falei: "se for mesmo, ele vai ter de tocar daqui a alguns segundos" (quando supostamente estaria passando por cima de nós).
Tensão. Suspense. Terror. O aparelho tocou! Alegria. O aparelho funciona! Desespero. Vamos ser abduzidos! Coragem. Vamos ficar, em nome da ciência! Confusão. O aparelho não parava de tocar, mesmo depois de vários minutos. Frustração. Saímos do local e ele continuava tocando.
Bah!
Esse "defeito" invalidou completamente nossa experiência, e ficamos sem saber se era ou não um UFO que tinha passado por cima da gente. Ou pelo menos foi o que pensei.
Após muitos meses em que não quis chegar nem perto do tal UFO Detector, resolvi testá-lo novamente, em casa. Queria saber se o dial se movia com o vento, ou sozinho. Fiz alguns testes em casa, e não consegui fazer o treco apitar sozinho, longe de alguma fonte de emissão (geladeira, TV, computador). MAS (e aí entra o motivo de estar escrevendo!!) descobri que, quando o aparelho está no limite da sensibilidade "padrão", ao encostar num forte campo eletromagnético (no caso, meu no-break do computador) ele apita, e CONTINUA apitando, mesmo que eu me afaste!! SIM! É um "defeito" do projeto (ou sobrecarga, sei lá, não sou engenheiro) que faz o aparelho pirar, o que me fez acreditar que SIM, um objeto voador não-identificado, com um (Lembrem-se que nem um avião baixo conseguiu disparar o aparelho. ) forte campo eletromagnético(*), passou exatamente por cima de nós (muito alto, é verdade, mas passou) na praia de São Bento.
por Acid
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