Se você quiser mesmo viver um grande amor, feliz e minimamente duradouro, pode guardar a frase e todas as similares na gavetinha das “coisas para JAMAIS dizer”... Sim, conversar nem sempre (ou quase nunca) é o melhor jeito de fazer as coisas funcionarem bem, dentro de uma relação entre uma mulher e um homem, bem entendido.
Esse é o resultado de anos de estudos e pesquisas de uma das maiores especialistas vivas em lingüística, a Dra. Deborah Tannen, autora de mais de 120 livros sobre o assunto, incluindo o best seller, (Tradução livre: V. realmente não entende) You Just Don’t Understand(*), que foi traduzido para 29 idiomas e deve ter provocado muita discussão por aí...
A Dra. Tannen, que também é professora honorária em uma dúzia de universidades pelo planeta afora, comprovou o que a gente suspeitava. A comunicação entre os humanos é um jogo sofisticadíssimo, mas o diálogo entre homens e mulheres é algo verdadeiramente espantoso, para dizer o mínimo!
“Palavras diferentes, mundos diferentes” é o título do primeiro capítulo do livro. Nele a gente aprende a regra “zero”: homens quando entram em contato com outros seres buscam “afirmar seu status e evitar o fracasso”, mulheres, ao contrário, interagem para evitar a solidão e, por isso, estão sempre atrás de envolvimento e intimidade. Viu que simples? Ponha uns e outras juntos e cada um vai caminhar numa direção; pior, assumindo que o outro está indo na MESMA direção...
A lingüista famosa não está sozinha. E os terapeutas já estão atrás desses padrões para tentar ajudar homens e mulheres a se relacionarem melhor. É o caso da dupla Patrícia Love e Steven Stosny, autores do livro divertidíssimo e altamente esclarecedor que acabei de ler: (Não Discuta a Relação. Como melhorar o seu relacionamento sem ter de falar sobre isso. Editora Nova Fronteira) How to Improve your Marriage Without Talking about It(*)
E no subtítulo a chave para a convivência harmoniosa entre feminino e masculino: como achar o amor, para além das palavras...
Do livro, pincei alguns conselhos, que compartilho com vocês...
Para ela
Acredite nele.
Ajude-o a ser um bom amante, deixe que ele saiba o que agrada a você.
Ajude-o a fazer você feliz. O macho enraivecido, controlador e ‘cala a boca’ está tentando não se sentir um fracasso por não ser capaz de fazer uma mulher feliz. Diga a ele quão infeliz você se sente e você corre o risco de perdê-lo. Diga a ele o que faz você feliz e suas chances aumentam vertiginosamente.
Aceite que ele tem todo interesse no bem-estar das crianças, mesmo que para você o jeito dele lidar com a paternidade chegue no limite do absurdo. Depois, converse com calma sobre assuntos BEM ESPECÍFICOS relacionados aos filhos.
Deixe que ele saiba exatamente que atitudes dele fazem você se sentir segura e acolhida.
Faça com que ele saiba que você aprecia o trabalho dele.
Respeite-o.
Receba suas tentativas - ainda que desastrosas - de fazer as pazes com sabedoria. Para os homens, muitas vezes pedir desculpas beira a submissão mais abjeta (coisa que os estudiosos acima garantem que faz com que eles se sintam vira-latas molhados e acuados). É mais provável que em vez de pedir desculpas, como sua melhor amiga com certeza faria, ele tente “consertar” as coisas concretamente. Mudando algum comportamento ou fazendo algo para você. Aceite, amiga, não é eloqüente, mas é sincero...
Para ele
Respeite-a.
Ouça o que ela diz.
Expresse confiança no julgamento dela.
Ajude-a tanto quanto você puder.
Toque nela, mas na seguinte proporção: oito toques não-sexuais - apenas manifestações de afeto ou de carinho - para cada dois que expressem desejo sexual.
Respeite os laços dela com a família e as amigas.
Peça desculpas toda vez que você não conseguir seguir os conselhos acima.
Acolha com ternura as tentativas dela de pedir desculpas.
E, sobretudo, esteja lá, por perto, quando ela precisar.
E se os pesquisadores estiverem certos e tudo isso funcionar, a gente pode voltar a dormir, tranqüilos, sem precisar nunca mais ficar até de madrugada “discutindo a relação”...
por Adília Belotti
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Sobre o autor
Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos e também é colunista do Somos Todos UM. Sou apaixonada por livros, pelas idéias, pelas pessoas, não necessariamente nesta ordem...
Em 2006 lançou seu primeiro livro Toques da Alma. Email: [email protected] Visite o Site do Autor