Semana passada estava tranquilamente no meu quarto... depois de escrever algumas coisas, quando fui acometida por uma sensação horrível e uma angústia sem explicação... comecei a chorar e um aperto no meu coração me fazia sentir uma coisa muito ruim... Tudo sem motivo aparente porque até então me sentia muito bem...
Me deitei e fiz Ho’oponopono para limpar o que poderia estar causando aquele desconforto tão inesperado.
Enquanto repetia as frases... Sinto muito... Me perdoa.... Te Amo.... Sou grata... me vi sentada em um chão de terra com uma ferramenta nas mãos... um tipo de enxada pontuda com a qual tentava derrubar um muro de pedra para encontrar uma passagem para o outro lado. Me vi no momento em que acreditava que as próximas pedras que retirasse eram as que faltavam para abrir a passagem... já havia cavado muito e, finalmente, parece que ia encontrar a saída... Mas ao retirar essas pedras me dou conta que não é ainda a saída... e que muitas outras pedras ainda precisam ser retiradas...
Nesse momento, entendo que a angústia que senti espelhava aquela situação... Alguém que depois de muito esforço para se ver livre... e que pensa que já vai conseguir, constata que não... Um cansaço enorme e uma falta de esperança, misturados com um desânimo de continuar, porque... já sem forças para cavar, acreditava que aquela era a minha única saída....
Nesse ponto, chorei muito enquanto repetia mentalmente Eu te Amo... Eu Te Amo... mesmo que a angústia parecesse aumentar, persisti com o Ho’oponopono... até que... depois do que me pareceu uma eternidade, aquela dor foi se suavizando... suavizando... e, de repente, me vejo levantando do chão e percebendo atônita que aquele muro que eu cavava gastando tanta energia, era baixo e que eu poderia atravessá-lo sem nenhum esforço para alcançar o outro lado. Para isso bastava me sentar sobre ele e jogar as pernas para o outro lado...
Enquanto percebia isso, meus olhos pararam na grama verdinha que estava do outro lado a perder de vista... Tanta liberdade e amplidão se chocaram com a limitação que o muro representava até então.
Por um momento fiquei ali parada... esperando o alívio que viria diante da possibilidade da liberdade....
Mas, para minha surpresa a angústia voltou e ficou ainda maior...
Eu não sabia se queria atravessar o muro para a liberdade que tanto busquei... eu não sabia o que fazer diante da liberdade...
Sei que pode parecer louco, mas diante da possibilidade de ser livre sem esforço... minha angústia aumentou... O que tanto busquei... agora, não sabia o que fazer com ela.
Uma força parece que me chamava para continuar ali cavando porque era o que eu sabia fazer... ao mesmo tempo, eu não podia mais fazer isso porque a porta estava aberta e não tinha nenhum sentido ficar presa ao que já passou...
Continuei com o Ho’oponopono e uma luta enorme me revolvia por dentro me fazendo chorar um choro que parecia muito antigo.
Estava tão cansada que não tinha nem forças nem vontade de passar para outro lado do muro...
Depois de um bom tempo de ho’oponopono... a sensação ruim foi se dissolvendo... até que resolvi e encontrei forças para atravessar o muro... me sentando na beirada. E não precisei fazer nenhum esforço para colocar os pés do outro lado, naquela grama verdinha e muito viva... Na verdade, não precisava abaixar nem ficar nas pontas dos pés uma vez que minha altura permanecia a mesma. Isso me chamou atenção.. de alguma forma, eu me via atravessando o muro sem nenhum esforço...
Caminhei devagar pela grama verdinha não tendo mais nenhuma sensação... Ali era algo novo e não sabia o que iria encontrar... e nenhuma emoção boa ou ruim... só um vazio de sentimentos...
Vi que lá na frente um lindo leão branco me esperava... e eu vou em direção a ele... sem medo... sem pressa... sem expectativa... com calma... com Alma...
Encontrar aquele leão branco me fez um grande bem... Ele me passava força e simplicidade... e algo que não sei nem descrever, porque vai além do que já senti... mas era simples.... muito simples ser feliz...
Aqueles dois momentos quando percebo que... por mais que eu tente cavar naquele muro nunca consigo chegar, junto com um enorme cansaço... e depois a angústia diante da possibilidade da liberdade -o medo diante do novo- quando vejo que posso passar facilmente para o outro lado... retratavam partes minhas das quais eu não tinha consciência... mas, que com certeza me limitavam.
Entendi que isso ter vindo à tona foi um presente inestimável, uma oportunidade...
Mesmo que conscientemente não percebesse em mim essas duas situações, em princípio... depois pude perceber que em alguns pontos eu me sentia exatamente assim...
Agradeci e estou me dedicando a purificar essas memórias em pura Luz.
Muitas vezes nem percebemos como essas memórias nos limitam porque nos acostumamos a “ser” de determinada maneira sem sequer cogitar a possibilidade de que esse modo de “ser” é determinado por elas.
Acreditamos que gostamos ou não de coisas, quando na verdade só estamos reagindo guiados por memórias...
Ho’oponopono nos traz a possibilidade de sermos guiados pela Inspiração Divina... e nos acena com a possibilidade de que é muito simples ser Feliz...