Um dia eu sonhei que estava tecendo num tear laranja, entre outras coisas no sonho... mas quando estava contando a uma amiga no telefone sobre essa parte do sonho... uma linda borboleta laranja veio e entrou pela grade da janela do meu quarto e saiu novamente...
No dia seguinte, ela fez a mesma coisa e assim fez por mais dois dias... e depois alternadamente... só nos dois primeiros chegou a ultrapassar a grade... talvez me convidando para um vôo além de onde me encontro... e também indicando um caminho para a vivência que aconteceu em seguida e onde realmente ela mostrou caminhos de cura...
No entanto, a seguir, ela continuou rondando e trazendo sinais para mim e outras pessoas próximas... e cada qual em sua história pode perceber o que essa linda borboleta estava sinalizando... ou melhor... pôde mergulhar nessa viagem com a Fé e a certeza de que somos guiados e que não adianta tentar entender com a razão, que só consegue perceber somente uma pequena parte de um plano maior que é muito mais vasto.
Podemos, pelo ciclo em andamento... perceber o momento pelo qual estamos passando e colaborar... mas sem tentar dissecar e limitar o que nos chega, porque sempre tem muito mais história envolvida do que a nossa visão limitada pode perceber.
Por isso, a Fé e a certeza de que, se nossa intenção é pura e se estamos na busca pelo autoconhecimento, teremos toda ajuda necessária... visível e invisível...
E assim tem sido... quanto menos interferimos utilizando a razão, querendo esclarecer e tirar explicações, mais o plano se revela e se mostra no tempo certo, naquilo que é para ser entendido... e aquilo que é para ser mistério, devemos aceitá-lo como tal... entendendo que somos uma parte de algo muito, muito maior...
Sonhos com remédio e farmácia vieram indicando a possibilidade de cura... e a borboleta laranja continuava voando... pelos meus dias... pelo meu quintal... até que uma manhã fui buscar a imagem da borboleta laranja que desenhei e que tinha levado para colocar no tecido... no exato momento em que peguei as imagens, ouvi no rádio a propaganda de uma farmácia... fazendo uma campanha para essa estação, que me chamou a atenção porque parece que só ouvi aquilo e nada mais no rádio... mas de repente o som ficou alto e ouvi...
À tarde, o telefone toca e uma amiga que tem acompanhado a borboleta laranja em suas incursões na minha história, me conta que ela -a borboleta laranja- é o símbolo da campanha de uma farmácia... a mesma da qual eu havia escutado a propaganda no rádio, exatamente na hora em que fui pegar as imagens da borboleta no tecido.
Enquanto isso acontece ao meu redor... dentro de mim, sonhos e mergulhos profundos me faziam sentir que estava passando pela parte mais apertada do casulo... se é que existe essa parte...
Sentia-me nas cavernas mais escuras em busca de “quem sou”, deixando ir o que pensava “que era” até então.
Esse tempo pode não ser dos mais fáceis... mas é um tempo extremamente rico em descobertas e em encontros com partes nossas... que estavam esperando no mundo das sombras para serem liberadas de memórias equivocadas que as impediam de vir à Luz...
E assim como a borboleta um dia sai do casulo... naquela noite eu tive um sonho onde me via segurando uma criança... e sentia tanto amor e intimidade com aquela menina que entendi que ela era eu. Isso se confirmou quando vi no bracinho dela uma picada de um inseto no mesmo lugar onde no dia anterior havia descoberto uma no meu braço direito... E das mãos e dos pés dessa menina saiam lírios cor de rosa dobrados...
Acordei como quem acaba de sair do casulo e descobre que pode ir muito além... assim como a borboleta que sai do casulo... e descobre que tem asas para voar...