Todos nós queremos ser livres e ter nossas decisões e atitudes respeitadas, aprovadas e, se possível, aplaudidas pelos que nos cercam.
Todos queremos ser amados e aceitos, até mesmo por aqueles que não estão diretamente relacionados conosco.
Queremos ser felizes, e não podemos conceber que essa felicidade não seja resultado daquilo que nos acontece todos os dias.
E, se realmente é assim que sentimos e pensamos, temos que admitir que muitas decisões e atitudes daqueles que convivem conosco, nos afetam profundamente, e têm conseqüências imediatas em nossa vida.
A simples afirmação de que somos todos um reafirma essa verdade universal, lembrando-nos de nossa integração e interdependência. Quando nos sentimos integrados ao todo, percebemos claramente que ela demanda uma grande responsabilidade e uma profunda compreensão. Responsabilidade em considerar o interesse no todo em todas as nossas escolhas, e compreensão, para respeitar e aceitar as escolhas que as demais partes do todo fazem a cada momento.
Tudo isso parece muito lindo, quando as escolhas empreendidas por nossos semelhantes não resultem em frustração de algum desejo nosso, ou a não realização de nenhum de nossos planos.
Quando algum de nossos conhecidos, vizinhos, amigos, companheiros de trabalho ou familiares nos nega aquilo que julgamos imprescindível à nossa felicidade, a tese da liberdade irrestrita cai por terra, e o outro, que até então era um ser tão livre e soberano quanto nós, passa a ser responsabilizado pelo nosso sofrimento e desdita.
O guia nos diz que culpar os outros pela nossa infelicidade é, em última análise, negar-lhes o bem mais precioso da existência, ou seja, a liberdade.
O guia nos mostra claramente que a parte de nós que quer ver satisfeitos todos os seus desejos, e aprovadas todas as suas atitudes, é aquela parte que não se tornou adulta, porque continua colocando nas mãos dos outros não apenas a satisfação de suas necessidades, mas a sua própria felicidade.
Segundo o guia, o ser humano verdadeiramente adulto, assume a responsabilidade pela satisfação de suas reais necessidades, buscando-a na interação com os semelhantes, compreendendo que nem sempre elas serão totalmente satisfeitas, e que raramente as atitudes que tomamos para satisfazê-las contarão com a colaboração, aceitação e aplauso de todos.
Segundo o guia, deixar os outros livres para escolher o que desejam fazer, respeitar suas escolhas, livrar-se da necessidade de vencer a qualquer custo, aceitar perder disputas e habituar o ego a abrir mão de seus desejos, em nome de relações mais justas, são atitudes que despertam nossa verdadeira força e nos torna vencedores.
Aceitar que aqueles que amamos não nos amem com a mesma intensidade, ou simplesmente não gostem de nós, compreender que nossos colegas de trabalho podem decidir se empenhar em projetos diferentes dos nossos, entender que nossos filhos podem ter e defender idéias até mesmo opostas às nossas.
Respeitar posicionamentos, hábitos e costumes de nossos vizinhos estrangeiros, são exemplos simples de atitudes onde o ego deve ser vencido para que o ser humano e transcendente em nós seja o vencedor.
O Guia afirma que a verdadeira vitória acontece quando nosso ego desiste de vencer. E ela acontece porque quando neutralizamos o ego, entramos em contato com nosso centro de poder e o colocamos á serviço da totalidade.
Quando reconhecemos nos outros o direito de ser, seja esse ser favorável a nossos anseios ou não, reconhecemos nosso próprio direito ao prazer e à felicidade.
Como conseqüências imediatas desse reconhecimento da liberdade do outro, seremos mais diretos e assertivos em nossas escolhas, mais espontâneos em nossos relacionamentos e mais verdadeiros em nossas atitudes, porque não precisaremos mais comprar aceitação e aprovação de ninguém.
Só em contato com nossa própria essência, podemos ser, ao mesmo tempo, fiéis a nós mesmos, e a todos os seres do universo.
- A meditação sugerida por Rúbia Americano Dantés para o Cap. 10:
"Além das dependências vislumbro infinitas possibilidades de Ser". Para Meditar sobre essa frase, clique aqui
- Exercício de Imagens Mentais do Cap. 10:
Sente num ambiente calmo e tranqüilo. Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim.
Veja-se num campo tendo à sua frente tudo aquilo que você deseja.
Corra na direção do que mais deseja e perceba que você não está conseguindo chegar lá por ter presa à sua cintura uma corda que está amarrada numa pedra.
Esta pedra representa suas dependências emocionais: suas desculpas, suas crenças, sua falta de fé, a sua tendência a acreditar mais nos outros...
Respire uma vez e usando toda sua força de imaginar pegue um machado de ouro, vire seu corpo para trás, rompa esta corda e saia correndo alcançando o que mais você quer.