Este capitulo na realidade quer proporcionar um amplo entendimento do nosso conteúdo mental inconsciente, que podemos chamar de sombra pessoal, por parte do nosso consciente, buscando fazer aflorar pela técnica de meditação, os traumas, as emoções destrutivas, negativas e fora de sintonia com a Unidade que devem ser compreendidas e avaliadas corretamente, levando nossa Alma como um todo ao verdadeiro autoconhecimento e verificando que também a origem destas emoções danosas nunca se encontrava (ou se encontra) fora de nós.
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Meditação a três vozes: ego, eu inferior, eu superior.
Ler o capítulo quatorze do Guia, me levou a pensar quando foi que comecei a meditar. As primeiras tentativas aconteceram nos anos setenta. No começo, sem saber muito bem como é que era o negócio, eu me satisfazia em ficar quieta, de olhos bem fechados. Depois, descobri que ficar quieta de olhos abertos também funcionava. E funcionar, significava, para mim, na época, sentir-me relaxada e feliz.
Eu não sabia ainda que os maiores benefícios da meditação vêm de sua freqüência diária.
Só fiquei sabendo que a meditação deve se tornar um hábito diário, quando conheci Sara Marriot, uma das pioneiras de Findhorn, que viveu em Nazaré Paulista, num centro de meditação criado por iniciativa de Trigueirinho.
Num de seus livros, ela conta como aconteceu o seu despertar para a espiritualidade. Ela dizia que quem quer obter resultados deve reservar alguns minutos, pela manhã e à noite, para entrar em contato com o seu eu superior.
Eu já estava na Fraternidade Branca. Então, foi fácil para mim reunir aos apelos matinais, uns minutinhos para ficar em silêncio, prestando atenção na minha respiração.
Os melhores momentos de comunhão com a divindade acontecem para mim à noite, antes de dormir.
Deus tem sido, há muitos anos, a última pessoa com quem converso, todos os dias. Por mais cansada que eu esteja, meu último pensamento é sempre para ele, pedindo forças para continuar lutando, ou agradecendo pelas coisas boas que me aconteceram durante o dia.
Com a freqüência diária, a meditação começou a se aprofundar e a durar mais tempo. Pude então perceber que enquanto eu ficava tranqüila, atenta à minha respiração, podia ver os pensamentos que passavam pela minha cabeça, como se eu não estivesse lá, dentro dela, mas fora, me observando pensar.
Foi nessa altura que eu comecei a colher os primeiros benefícios da meditação. Ser espectadora de mim mesma, olhar a parte de mim que pensa, e tentar compreender porque pensa do jeito que pensa, é uma experiência enriquecedora.
A primeira conseqüência desse processo é perceber que a gente não é o que pensa. E que, não somos só pensamento. A parte de nós que se separa do ato de pensar e que observa os pensamentos é muito mais simples, ingênua, tranqüila, generosa, compreensiva do que o ser pensante que existe em nós. Ela não está preocupada em julgar, mas em conhecer profundamente os motivos que nos levam a pensar do jeito que pensamos.
Outra conseqüência imediata da meditação diária é o silêncio que se faz dentro de nós.
Eu me lembro bem que antes havia sempre dentro de minha cabeça uma torrente de palavras, um murmúrio incessante, uma espécie de lamentação com comentários. Como se dentro de mim, eu falasse sozinha o tempo todo.
Com a meditação, essa falação interior cessou. Em seu lugar há um silêncio tranqüilo. Como se meu ser racional permanecesse sentado diante de um lago, aguardando para ser chamado à ação. A "pensamentação", aquele louco monólogo em murmúrio desapareceu.
Mas, o mais curioso foi o que veio depois. Nesse silêncio da mente, uma outra voz começou a se manifestar, com sugestões muito precisas, aconselhando a tomar atitudes benéficas, me propondo atividades, me solicitando atenção para alguns pontos da minha vida que precisavam mudar.
No começo, quando eu não levava esses toques em consideração, via que as coisas não corriam tão bem quanto quando eu atendia e era dócil.
As sugestões iam desde me lembrar de pegar um casaco antes de sair, até telefonar para um amigo e verificar que naquele momento ele precisava de ajuda.
Demorou um pouco para que eu percebesse que essa voz interior, sempre doce e calma, era uma manifestação da divindade em mim. Era meu eu superior me conduzindo, através de suaves sugestões em minha mente.
E isso ainda não era tudo. Demorei a ficar pronta para entrar em contato com o pequeno eu, a parte mais escondida e mais difícil de mim.
Esse contato começou recentemente, com a descoberta do Guia. Agora, que percebo a criança mimada, teimosa e prepotente dentro de mim, e busco harmonizar meu relacionamento com ela, percebo nitidamente quantas vezes ela se manifestou em minha vida, fazendo-se passar por mim, ou assumindo o comando, sem que eu percebesse.Sempre que isso acontecia, eu tinha medo de mim.
Agora que a conheço e procuro integrá-la, desenvolvendo suas qualidades e compreendendo sua natural selvageria, percebo que não seria capaz de lidar com ela, sem o auxílio do meu eu superior.
Refletindo sobre a seqüência em que cada passo do despertar espiritual acontece comigo, sinto que não poderia ser de outra forma.
Onde eu conseguiria a coragem, o equilíbrio e o discernimento para me relacionar com essa parte de mim, tão caprichosa e carente, não fosse a doce voz do eu superior, me orientando e motivando a aceitar, compreender, respeitar, integrar.
Sempre ouvi dizer que o desenvolvimento espiritual de um ser humano é um processo acompanhado de perto por muitos mentores.
Agora sei que o trabalho dos mentores é nos conduzir até o momento em que me encontro agora.
Quando, na meditação deixamos de ser um espectador passivo, para ser um interlocutor atento em um diálogo com o eu superior, um passo muito importante foi dado.
Quando ela inclui também o acesso ao reconhecimento das características, fraquezas e necessidades do pequeno eu, todo um mundo novo se abre diante de nós.
O confronto do ego com o pequeno eu, orientado e mediado pela infinita compreensão e compaixão do eu superior, amplia nossa consciência, nos torna mais humanos, mais inteiros, e paradoxalmente, muito mais aptos a permitir que a divindade se expresse através de nós.
Particularmente creio que, a exemplo de Jesus Cristo, só o um ser inteiramente humano é capaz de expressar as qualidades divinas. Acredito mesmo, que tornar-se humano é o caminho mais simples para a iluminação. E que talvez, não haja outra finalidade para nós, a não ser a de nos tornarmos canais para que o Incriado Ser Supremo se manifeste sobre a Terra.
- A meditação sugerida por Rúbia Americano Dantés para o Cap. 14:
"Atravesse as fronteiras que o impedem de viver a sua integridade. Acesse o grande potencial de crescimento que está escondido nas sombras e se banhe na luz de ser quem você é". Para Meditar sobre essa frase, clique aqui
- Exercício de Imagens Mentais do Cap. 14:
É fundamental que você esteja sentado num ambiente calmo e tranqüilo. Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim. Antes é preciso respirar até conseguir um estado de tranqüilidade e depois desta tranqüilização devemos fixar nossa meta colocando a atenção na intenção do exercício. Ou seja, responder mentalmente: porque estamos fazendo este exercício e o que queremos com ele.
Meditação em relação a três vozes: ego, eu inferior, eu superior
Imagine-se olhando para um rio tranqüilo que separa dois territórios: o território da Luz e o território da Sombra.
O território da Luz é onde habita o seu ser superior, que tudo sabe, tudo vê e que só quer sua felicidade.
O território da Sombra é habitado por seu ser inferior, que pensa que sabe, que pensa que pode tudo, que pensa que é Deus.
Sabendo que a Luz precisa passar no território das sombras trazendo a verdade, crie uma ponte que conecte estes dois territórios. E sendo agora um verdadeiro sábio, entre no território das sombras, guiado pela Luz que você permitiu irradiar da ponte, e agora sim veja a verdade!