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Apaixonado
(Emotivo Ativo Secundário)
Sobre o Símbolo: a parte maior do Tao, o Yin, prevalece sobre
o masculino Yang (Vermelho), que positivamente e firmemente fornece
a energia que sustenta a compaixão, a afeição
altruista, que resulta de Emotividade e Secundariedade;fundidas em
harmonia e predominando sobre o instinto que irá produzir a
energia necessária. Este é o único símbolo
em que todas as energias brilham em suas casas. |
Sobre
o tipo Apaixonado:
Ambiciosos que realizam.
Extrema tensão de toda a personalidade.
Atividade concentrada num fim único.
Dominadores, naturalmente aptos para o comando. Sabem dominar e utilizar
sua violência.
Solícitos, respeitáveis, gostando do convívio social.
Palestram geralmente bem.
Tomam a sério a família, a pátria, a religião.
Têm profundo sentimento da grandeza e sabem dominar as necessidades
orgânicas; vão às vezes até o ascetismo.
Valor dominante: a obra a realizar.
É preciso evitar tomar o termo "apaixonado"
no sentido da linguagem corrente, que qualifica assim um ser que se entrega
descontroladamente ao império de seu temperamento e de seus desejos,
numa corrida desenfreada em busca do prazer. Aqui, ao contrário,
se o "apaixonado", como emotivo que é, sente profundamente
os estímulos exteriores e tem uma vida interior rica, modera e
dirige, graças a sua Secundariedade, seus impulsos instintivos,
chegando inclusive, a sublimá-los canalizando para a ação
a energia que poderia gastar de outra maneira.
Sua emotividade e sua atividade, reforçadas pela permanência
dos objetivos, proporcionam à todos os atos uma extrema tensão.
Dá prosseguimento, com tenacidade infalível, à realização
de uma obra suscetível de marcar-lhe a existência, e suas
decepções momentâneas poucas vezes são por
ele consideradas como fracassos; são, de preferência, uma
razão suplementar para redobrar os esforços na mesma direção.
É conhecido pelo ardor frenético em que se conjugam a necessidade
de agir, a ambição de realizar e os estímulos da
emotividade.
Pouco lhe importa, aliás, ser compreendido ou odiado, desde que
esteja pessoalmente convencido da nobreza de suas aspirações
ou da grandeza de seu empreendimento.
A essa implacável auto-exigência corresponde uma exigência
equivalente para com os outros. O apaixonado não admite ser distraído
ou travado em seus empreendimentos. Quando dá uma ordem é
para ser obedecido; quando alguém merecedor de sua estima lhe dá
uma ordem, está pronto a cumprí-la.
Quando em polaridade desarmônica:
À tão grande tensão de todo o ser, suscetível
de acarretar os maiores sucessos, podem corresponder também grandes
perigos: a megalomania, a obstinação cega, a perseverança
teimosa, a tirania, a dureza, o desprezo, a paranóia.
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Colérico
(Emotivo Ativo Primário)
Sobre o Símbolo: a parte maior
do Tao, o Yang, prevalece sobre o feminino Yin. Aqui temos uma mistura
potencialmente explosiva de instinto e reações rápidas
(A parte mais escura). O lado menor feminino encontra-se na regência
da Emotividade, mas não recebe sustento permanente (não
temos encaixe que segure o lado menor) fazendo com que as pessoas
em fase de desarmonia tenham atitudes às vezes impulsivas
ou destrutivas. É o símbolo dos altos maravilhosos
e dos baixos que podem atrapalhar os relacionamentos.
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Sobre o tipo Colérico: Generosos,
cordiais, cheios de vitalidade e de exuberância. Otimistas, geralmente
de bom humor, têm muitas vezes falta de gosto e de medidas. Sua
atividade é intensa e mutante, porém múltipla. Interessam-se
pela política; crêem no progresso e são, de bom grado,
revolucionários. São dotados geralmente de aptidões
oratórias e cheios de impetuosidade e condutores de homens.
Valor dominante: a ação.
O termo Colérico corre o risco de causar confusão, por evocar
a idéia de cólera. Ora, se os Emotivos
Ativos Primários - E.A.P.-
explodem às vezes em cólera violenta; isso não constitui
de modo algum, um traço permanente, nem mesmo dominante de seu
comportamento. Também podem ser denominados dinâmicos, visto
que a constância de seu ardor pelo trabalho e o extraordinário
consumo de energia à qual se entregam constituem sua maior característica.
Os dinâmicos são feitos para a ação improvisada,
quer se lancem em um empreendimento sob o efeito do entusiasmo devido
a sua emotividade, quer se comprazem com as respostas que se esmeram em
dar diante de situações que exigem respostas imediatas.
Do mesmo modo, desde que uma tarefa esteja concluída, e algumas
vezes, mesmo quando está somente em vias de conclusão, investem
em outro sentido.
Também é muito comum vê-los na liderança das
ações. São homens ou mulheres, que se revelam nas
situações graves e são necessárias grandes
infelicidades para derrubá-los. Ainda carregam o segredo das recuperações
espetaculares.
O repouso e todas as formas de inatividades lhes incomodam; ao invés
de cruzarem os braços, preferem inventar um trabalho. Também
isso não deixa de ter seus inconvenientes: a precipitação,
o espírito de aventura, a temeridade, a dispersão, a permanente
hipertensão, o enfarte os espreitam.
Seus sentimentos sofrem os mesmos excessos e sua constância é
problemática. Seus entusiasmos pelas idéias ou pelas pessoas
resultam às vezes em condenações inapeláveis
que podem ser apenas provisórias.
São inflexíveis com os fracos ou com os hesitantes. Necessitam
de companheiros ardentes e infatigáveis como eles. Gostam de rodear-se
de muita gente, o que confere variedade e fugacidade aos intercâmbios
pessoais por que nutrem verdadeira paixão.
O papel de líder, de político ou de apresentador lhes convém
maravilhosamente. Na polaridade desarmônica podem apresentar estados
maníaco-depressivos.
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Sentimental
(Emotivo N/Ativo Secundário)
Sobre o Símbolo: a parte Yin
- azul claro - feminino, prevalece totalmente sobre o masculino
Yang, a figura no centro. Sendo a energia Yin passiva, teremos uma
pessoa que tende à introversão, a se fechar. Mas o
centro mostra a semente em ação, a presença
da energia viva Yang em movimento interior incessante.
Trabalhar mais para fora e abrir-se para o mundo é missão
para ser encarada com fé e coragem pelos tipos Sentimentais.
A menor atividade sustenta somente e parcialmente Emoção
e Secundariedade. Nunca faça sofrer um sentimental - muito
sensível, amável e carinhoso - estará magoando
profundamente sua alma delicada.
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Sobre o tipo Sentimental:
Ambiciosos, permanecem na fase das aspirações.
Taciturnos, introvertidos, esquizotímicos.
Geralmente melancólicos e descontentes consigo mesmos.
Tímidos, vulneráveis, escrupulosos, alimentam a vida interior
pela ruminação do passado.
Têm dificuldade de entrar em relações com os outros
e caem facilmente na misantropia.
Resignam-se de antemão ao que poderiam, entretanto, evitar.
Individualistas, amam profundamente a natureza.
Valor dominante: a intimidade.
Com a intervenção da Secundariedade,
as emoções vão interiorizar-se nos sentimentos. Mais
uma vez, a denominação não deve ser tomada em sua
acepção comum. A riqueza emocional é discreta e a
inconstância acha-se ausente. A dominante sentimental é a
intimidade. Por sua Secundariedade, a manifestação exterior
das emoções é inibida, e seus efeitos se prolongam
no tempo. O peso do passado e a projeção em um futuro (cujo
aspecto é incerto), provocam sempre a angústia do indivíduo.
A ruminação mental é seu estado quase permanente,
e ele se compraz na auto-acusação: "Se tivesse previsto,
eu teria. . ", ''bem que eu deveria. . . ". Suas aspirações
são elevadas, e o senso da dignidade (e mesmo do valor incomparável
de sua intimidade) lhe faz lastimar amargamente seu fraco rendimento.
Seus fracassos são duramente sentidos, deixam-no um pouco mais
impotente e um pouco mais desencorajado que antes.
Seu rosto exprime freqüentemente o sofrimento interior ou a tristeza
e é somente aos que podem compreendê-lo que se entrega. Caso
contrário, recorre à confissão pelo diário
íntimo.
Essa vulnerabilidade faz temer os contatos humanos habituais. Está
aí a origem da timidez e do complexo de inferioridade do sentimental.
E ele que é fechado e que gostaria, entretanto, de tornar conhecidos
seus tormentos ou alegrias. Acusa aqueles a quem estima ou ama de não
o compreenderem, enquanto faz tudo para ocultar a própria intimidade.
Em compensação, quando dá sua afeição
ou amizade, esta pode sobreviver ao abandono ou à morte do outro.
Antes de agir, mostra-se indeciso: durante a ação, o ritmo
é lento e está pronto a desencorajar-se. Isso não
o impede de ser consciencioso, preocupado que está com causar boa
impressão. Por vezes a mania de perfeição retarda
ainda o término de suas tarefas.
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Nervoso
(Emotivo N/Ativo Primário)
Sobre o Símbolo: a parte maior
do Tao, o Yin - feminino - exercendo seu poder principalmente pela
emoção, que está em sua casa - prevalece sobre
o masculino Yang que se encontra fora da sua regência, (o
lado direito é Yin). Emoção forte e Energia,
nem sempre disponíveis produzem movimento incessante de baixa
intensidade, que podem gerar stress, impaciência e irritação.
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Sobre o tipo Nervoso: De humor variável,
querem chocar os outros e atrair sobre si a atenção alheia.
Indiferentes à objetividade, precisam embelezar a realidade e para
isso vão da mentira à ficção poética.
Têm pronunciada tendência ao bizarro, pelo horrível,
pelo macabro e, de modo geral, pelo "negativo". Trabalham irregularmente
e somente no que lhes agrada. Dependem de excitantes para saírem
da inatividade e do tédio. Inconstantes nas afeições,são
logo seduzidos e logo consolados.
Valor dominante: o divertimento.
Aqui, trata-se de um tipo que corresponde
à combinação emotividade (portanto indivíduo
muito excitável), não-atividade (pouco propenso ao consumo
orgânico) e primariedade (de reação rápida
ou "reagente").
O que impressiona à primeira vista no nervoso é a intensidade
e a sucessão rápida de suas emoções. Ele passa
sem intervalo da euforia à depressão, do entusiasmo ao abatimento,
da alegria à dor. Suas opiniões têm a mesma inconstância
e inclina-se prazerosamente para os extremos mais contraditórios.
Disso resulta uma personagem multifacetada, ao mesmo tempo desconcertante
e encantadora, irritante e agradável.
Suas relações interpessoais são numerosas e agitadas.
Se tem muitos colegas temporários, poucos os amigos verdadeiros.
O reconhecimento e a fidelidade são nele raros, e a "inconstância
afetiva" está sempre espreitando-o em suas ligações,
da mesma forma que a "inconstância profissional" o espreita
em sua carreira (ou carreiras!).
As emoções lhe são tão indispensáveis,
quanto o pão e a água. Quando não as encontra em
sua pessoa, ou no meio em que vive, corre a procurá-las no exterior.
Aprecia particularmente as impressões inéditas e os excitantes
de todas as espécies: filmes de terror, romances policiais, amores
excêntricos, perversões sexuais, fumo, álcool, entorpecentes.
Sente uma atração muito viva pelo que é raro, excepcional,
excitante, inclusive pelo mórbido e pelo macabro. Gosta de forçar
o tom em tudo: vocabulário metafórico e superabundante,
excentricidades no vestir, ideologias chocantes, culto do paradoxo, atitudes
teatrais, inconformismo mais ou menos agressivo.
O nervoso é sacudido por sentimentos tumultuosos, ou que assim
se lhe afiguram em sua atitude narcísica. Por isso os poetas exaltados
e os escritores iluminados se recrutam com freqüência nesse
arquétipo. Até mesmo sua solidão é agitada,
à semelhança de seu estado febril de todos os dias. O nervoso
raramente guarda consigo as impressões que tem. Sua transparência
é total, e ele, por vezes, recai no exibicionismo. Está
constantemente desempenhando papéis, e às vezes parece estar
vivendo em um mundo que imaginou para si mesmo, à margem das monótonas
realidades da vida comum.
Uma tal prodigalidade de energia nervosa não deixa de causar fadiga.
E como as reservas orgânicas são limitadas, o nervoso não
é pessoa nem de trabalhos que exijam força e nem mesmo para
os esforços prolongados.
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Fleumático
(N/Emotivo Ativo Secundário)
Sobre o Símbolo: a parte maior
do Tao, Yang, com a Ação predominando em sua casa,
sustenta com firmeza (a "mão" laranja escuro),
a energia feminina Yin, que, reinando em sua casa e apoiada na masculina,
fornece a energia harmoniosa que gera firmeza, compaixão
e justiça. Uma maior abertura para o feminino é desejada
e necessária.
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Homens de hábitos, tem respeito pelos
princípios, pontuais, objetivos, merecedores de confiança,
ponderados. De humor igual, geralmente impassíveis, são
também pacientes, tenazes, desprovidos de toda afetação.
Seu civismo é profundo, sua religião tem caráter
sobretudo moral. Em geral, possuem senso de humor muito aguçado.
Gostam dos sistemas abstratos.
Valor dominante: a lei.
Aqui o termo Fleumático ajusta-se
perfeitamente aos que, pouco influenciados pelas emoções,
são eficientes e constantes; geralmente encontramos pensadores
e cientistas.
Pouco emotivos e além disso secundários, o que diminui os
efeitos dos estímulos exteriores, amortecendo-os e diluindo-os
no tempo; os fleumáticos pouco sofrem a influência do momento.
Eles projetam-se de preferência para um futuro - muitas vezes bastante
longínquo - que consideram uma conseqüência dos fenômenos
passados e presentes, segundo um determinismo quase mecânico. Disso
resultam uma grande lucidez e um sentido aprofundado da análise,
que não estão isentos de certa abstração mais
ou menos minuciosa. Como os parâmetros humanos arriscam perturbar-lhes
a construção intelectual, eles tendem a ignorá-los,
conscientemente ou não, ou pelo menos a minimizar a sua importância
e a afastá-los por princípio. Isso não os impede
de ter algumas vezes visões proféticas quanto à evolução
dos acontecimentos.
A existência dos fleumáticos desenrola-se de maneira mais
ou menos uniforme e são necessários acontecimentos verdadeiramente
excepcionais para chegarem ao ponto de romper com seus hábitos
e com sua tranqüilidade interior.
Quando refere-se à ordem e ao método de sua existência,
esses correspondem ao respeito à regra ou à lei no plano
moral. Nada mais significativo a esse respeito do que esta fórmula
de Kant: "O céu estrelado acima de minha cabeça, a
lei moral no meu coração."
Suas ações desenrolam-se num ritmo contínuo, mesmo
nos momentos difíceis. Se seus gestos são de preferência
lentos, são também seguros e contidos, e ele termina sua
obra em um prazo que não deixa supor essa aparente lentidão.
Fleuma significa ausência de emoções, e não
preguiça. Esse temperamento significa que o indivíduo é
colocado em movimento, nem com rapidez nem com facilidade mas de maneira
persistente...
Age segundo princípios, não por instinto.
Quando a não-emotividade e a secundariedade
são muito pronunciadas, o fleumático cai na mecanização
da vida ou até sucumbe na insensibilidade total.
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Sangüíneo
(N/Emotivo Ativo Primário)
Sobre o Símbolo: a parte maior
do Tao, a Yang, prevalece completamente sobre a feminina Yin, que
somente passivamente e a partir do centro, fornece a energia que
sustenta a compaixão, o amor incondicional, o universalismo.
Pouco ou nenhum sofrimento, pois o mundo ainda é predominantemente
masculino, como esse simbolo. Mas, como os opostos se atraem sempre,
é preciso também olhar para dentro, para a belissima
profundeza do mundo interior...
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Extrovertidos, sabem fazer observações
exatas e revelam notável espírito prático. Gostam
da sociedade e aí se mostram polidos, espirituosos, irônicos,
cépticos. Sabem lidar com os homens e são hábeis
diplomatas. Liberais e tolerantes em política, manifestam pouco
respeito pelos grandes métodos e dão mais valor à
experiência. Demonstram iniciativa e grande maleabilidade de espirito.
Oportunistas.
Valor dominante: o êxito social
Também chamados de REALISTAS
Além de Sangüíneos, podemos
também denominá-los "realistas", o que traduz
melhor o aspecto mais importante de seu caráter.
É na ação quotidiana que o Sangüíneo
melhor se revela. Seus objetivos são claros, adequados a seus meios.
O que o tenta são sobretudo os resultados tangíveis e próximos.
O Sangüíneo é hábil em utilizar as circunstâncias
e as pessoas. O imprevisto não o desconcerta e ele possui a arte
de encontrar os melhores meios para tirar proveito das situações.
À essa diplomacia básica e à essa habilidade de manobras,
o realista acrescenta um otimismo constante e um raro senso de oportunidade.
Suas emoções são pouco profundas e ele atravessa
com bom humor as vicissitudes da existência, como se pode ver nesta
fórmula de Montesquieu:
"Desperto de manhã com uma alegria
secreta, vejo a claridade com urna espécie de arrebatamento. Durante
todo o decorrer do dia estou contente".
Em compensação, suas afeições
são geralmente pouco profundas e ele tem dificuldade em recusar
as oportunidades que a vida lhe oferece. O amor à vida com seus
prazeres é mais forte. Provavelmente os realiatas estão
entre as pessoas que menos sofrem pelo caminho da vida.
Extrovertidos e alegres por natureza, precisarão algum dia, buscar
em seu interior, as respostas para o sentido da vida, isto é, quando
o entusiasmo pela vida o permitir...
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Apático
(N/Emotivo N/Ativo Secundário)
Sobre o Símbolo: a parte maior
do Tao, o roxo Yin, prevalece sobre o masculino Yang, que por sua
vez se encontra enfraquecido no exílio. A secundariedade
feminina está em sua casa, mesclada e prevalecendo sobre
ação e instinto, que estão em polaridade oposta
sobre o lado de base. Mansidão e harmonia interior prevalecem,
gerando insegurança e incerteza quando os seres deste tipo
são forçados a assumir papéis de grande responsabilidade
ou destaque. A parte roxa não forma a "mão que
sustenta" com firmeza o lado esquerdo amarelo.
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Sobre o tipo Apático:
Fechados, secretos, auto-concentrados, sem vida interior vibrante. Tristes
e taciturnos, raramente riem. Escravizados aos próprios hábitos,
mostram-se conservadores. Obstinados em suas inimizades, têm dificuldade
em se reconciliarem. Calados por natureza, amam a solidão. Indiferentes
à vida social, são, entretanto, geralmente honestos, verazes,
dignos.
Valor dominante: a tranqüilidade.
Os Apáticos (ou Plácidos).
A presença da Secundariedade vai ainda
atenuar a baixa energia geral dessas pessoas. É, pois, da "hipovitalidade"
que vamos tratar aqui; daí as denominações de apáticos
ou de calmos atribuídas a esses indivíduos. Sendo mais exatos,
poderiamos falar de plácidos ou mesmo de indiferentes.
O traço dominante desse tipo poderia perfeitamente ser o desinteresse
geral. Pouco atraído pela ação, tampouco o é
pela vida interior e ainda menos pelos empreendimentos dos outros. Tranqüilidade
e solidão são suas maiores aspirações. Entretanto,
tem necessidades como todo o mundo e se estas não são satisfeitas,
experimenta um sentimento de inveja em relação àqueles
que são mais favorecidos do que ele.
Sabe, quando é preciso, tirar proveito de seu aspecto um pouco
sofredor para comover os outros e conseguir deles o que lhes custaria
muito obter pelos próprios meios.
Sabendo poupar forças, observa com atenção as menores
falhas de seu organismo e cuida-se zelosamente, tanto e tão bem
que sobrevive muitas vezes àqueles que o cercam e que tiveram uma
vida menos cuidadosa.
Suas ambições são limitadas ou inexistentes. No plano
profissional, contenta-se com funções modestas, e a monotonia
das tarefas lhe convém perfeitamente.
É homem de hábitos, pois o hábito é um meio
econômico de viver.
O medo de passar privações e o temor de não bastar
à sua subsistência, levam-no à economia ou até
mesmo à avareza. Em compensação, é pouco afetado
nas grandes infelicidades e consegue atravessa-las sem grande prejuízo,
e isso é o que mais lhe importa.
Pouco sensível ao sofrimento, em decorrência de sua frieza,
o "calmo" pode, ao ultrapassar seu egoísmo básico,
descambar para a crueldade e até para o sadismo.
Mas, em condições comuns, causa poucos transtornos e a regularidade
tranqüila de sua existência - se não é abalada
- basta para contê-lo. O essencial para ele é, aliás,
que o deixem em paz.
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Amorfo
(N/Emotivo N/Ativo Primário)
Também Hipotônicos (Abaixo do tom)
Sobre o Símbolo: a parte maior
do Tao, o Yang - verde claro - prevalece sobre a feminina Yin, como
que esmagando-a. Todos aqui estão no exílio. A Atividade
sozinha conflita-se com seu oposto e sustenta assim com pouca firmeza
e energia os outros dois exilados. Como é duro carregar dois
pesos em desequilíbrio!
Melhor preservar as energias para as verdadeiras provações
e deixar tudo do jeito que está. Que tal somente aproveitar
as coisas?
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Sobre o tipo Amorfo: Disponíveis,
conciliadores, tolerantes por indiferença, mostram muitas vezes
uma obstinação passiva muito persistente. No conjunto, são
aqueles de quem se diz que têm "bom gênio". Negligentes,
inclinados à preguiça, são inimigos da pontualidade.
São Indiferentes ao passado mais ainda que ao futuro. Têm
quase sempre aptidão para a música (execução)
e para o teatro.
Valor dominante: o prazer.
Tradicionalmente, são chamados de
amorfos por causa da inconsistência de sua estrutura psicológica.
Mas esse termo desagradável encerra um julgamento de valor negativo.
Melhor usar o termo "hipotônico".
O que logo de início surpreende é que os indivíduos
desse tipo são geralmente volumosos e, quando adultos, com freqüência
obesos. Entretanto, seu peso não corresponde à sua opulência,
pois são dotados de tecidos adiposos, menos pesados do que propriamente
músculo. Essas reservas são pouco utilizadas.
Freqüentemente voltam-se para outros prazeres: beber, comer, divertir-se.
O que não conseguem obter pelo esforço pessoal procuram
conseguir, às vezes, às custas dos outros.
A "boa vida" dos amorfos é patente e de nenhum modo se
envergonham disso.
Se o meio em que vivem os incomoda e alguém tenta obrigá-los
a cuidar do futuro, fingem concordar e podem mesmo dar algumas provas
de boa vontade. Mas como poderiam se submeter à pressão
sobre si próprios e perseverar numa "postura" imposta
do exterior ao qual não aderiram realmente? Se, na melhor das hipóteses,
conseguem algum progresso, essa vitória parcial corre o risco de
ser freqüentemente questionada, e será preciso ter a paciência
de recomeçar do zero, ou quase.
Compreende-se assim que os mais hipotônicos desses indivíduos
sejam espreitados por duas características:
o prazer de nada fazer (de fugir a qualquer responsabilidade) e também
temos aqui a vocação para o prazer sensual e a vida fácil.
Mas fora desses limites extremos e felizmente raros, os não-emotivos,
não-ativos primários são companheiros agradáveis,
que gostam de aproveitar as alegrias da existência e que sabem também
distrair os outros. Suportam com galhardia, e são mesmo os primeiros
a se divertir com as brincadeiras de que são vítimas. Sua
Primariedade lhes dá por vezes, um sentido da réplica que
interfere em sua moleza orgânica.
Ë preciso, pois, circunstâncias excepcionais para que esses
seres progridam e, com mais forte razão, para chegarem a ocupar
postos de comando.
Foi a hereditariedade que levou o amorfo Luís XV ao trono. Foi
um concurso de circunstâncias e uma bravura anterior (os amorfos,
por inconsciência do perigo, são muitas vezes corajosos)
que introduziram Goering na órbita hitleriana. Mas mesmo nessas
circunstâncias excepcionais, os representantes desse caráter
mostram-se com todas as inclinações inerentes a sua fórmula.
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