A ansiedade pode afastar um grande amor! - Parte 2
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 30/12/2002 11:51:39
Quantas vezes fomos incapazes de enxergar os pontos positivos e favoráveis de uma situação e, cegos por causa de uma ânsia excessiva, a consideramos perdida? Quantas vezes nos deixamos invadir por esse sentimento de urgência e de impaciência e sufocamos as pessoas, fazemos cobranças demasiadas e nos tornamos chatos?
A partir de agora, quando você sentir que a ansiedade está tomando conta de você, pare! Pense no que realmente está por trás dessa pressa e trabalhe a causa real de seu sofrimento. Dê tempo ao tempo, respeite o fluxo natural dos acontecimentos.
Geralmente, homens e mulheres que terminam desistindo – pelo menos por um tempo – de tentar um novo relacionamento, justificam essa decisão queixando-se das cobranças excessivas, do quanto se sentem presos e pressionados a se comportar de uma maneira que não é a sua e a viver num mundo que não é o seu.
Na maioria das vezes, temos condições de perceber quando uma situação realmente não é favorável a nós. Quando isso acontecer com você, em vez de insistir, de fazer mais e mais cobranças e de sufocar a pessoa, tente se observar, analisar detalhadamente e com critérios inteligentes o que está tornando a situação desfavorável. Observando com clareza e atentamente a situação por diversos ângulos, é mais fácil consertá-la ou desistir dela sem causar maiores aborrecimentos, tanto a si mesmo quanto ao outro. Obviamente, a tristeza e a sensação de derrota ainda farão parte do processo, mas agora de forma mais consciente, mais madura.
Exercício para controlar a ansiedade e avaliar as situações com mais inteligência
Quando algo o incomodar, fazendo com que sua ansiedade o invada, impulsionando suas atitudes, espere um instante! Encare a situação como um problema seu e que deve ser resolvido por você, pois o que o deixa ansioso é algo que está dentro de você e não do outro. Não coloque a responsabilidade na atitude do outro, senão você nada poderá fazer para ajudar-se. Assuma que a fragilidade é sua e que você pode resolvê-la a partir do momento em que se der conta do que realmente o está deixando tão ansioso.
Lembre-se de que é a maneira como você enxerga as situações que faz com que você sinta ansiedade. Outra pessoa poderia interpretar a mesma situação de forma totalmente diferente da sua. Portanto, quando você sentir que a ansiedade está se tornando mais forte que sua capacidade de raciocinar, antes de tomar qualquer decisão, pegue um papel e uma caneta e faça, conscientemente, o seguinte exercício:
1) Divida o espaço do papel em três colunas.
2) Na coluna da esquerda, descreva o fato que está lhe causando ansiedade. Por exemplo: você ficou esperando uma ligação o dia todo, mas a pessoa amada não ligou. No final da tarde, você tenta falar pelo celular, mas descobre que o aparelho está desligado. A partir deste momento, faz uma nova tentativa a cada quinze minutos, ficando cada vez mais ansioso com a situação. Começa a imaginar milhares de motivos (todos desfavoráveis a você) para que o telefone esteja desligado. Reflita racionalmente sobre esse fato. Analise friamente a situação e livre-se dos delírios que a ansiedade lhe causa. Pense no fato em si e não nas conclusões que você tira dele por estar inseguro e ansioso.
3) Agora, com condições de enxergar os acontecimentos por um novo ângulo, escreva na coluna do meio os motivos que justificam (ou justificariam, caso ainda não tenha conversado com a pessoa) essa situação. Por exemplo: acabou a bateria, esqueceu o aparelho em casa, está numa reunião, esqueceu de religá-lo após a reunião, etc.
4) E, por fim, estando consciente de seu sentimento e da situação, conclua qual é a melhor atitude a tomar. Resumidamente, você poderá chegar a duas conclusões básicas: ou você espera um pouco mais até que o próprio tempo ou o próprio amadurecimento da relação trate de fazer com que você não se sinta mais dessa maneira; ou você vai conversar com a pessoa e expor o que está sentindo, a fim de tentarem, juntos, chegar a uma justificativa ou a um senso comum.
(Esta coluna é continuação da publicada na semana anterior. Os textos foram retirados do livro “10 passos para um grande amor”).