De repente, a gente se pega acreditando que é onipotente!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 15/09/2006 15:02:07
Não sei em que momento de nossa vida começamos a acreditar que todas as coisas que nos acontecem são meros reflexos de nossas escolhas. Não me lembro de onde tiramos esta idéia, mas suponho que tenha sido deste novo conceito sob o qual o mundo tem sido regido.
Talvez tenham nos feito crer que tudo depende somente de nós para que cada um se julgasse grande e forte o bastante para mudar o mundo. Sim, continuo acreditando que somos genuinamente fortes e grandes, mas agora – mais do que nunca – me questiono sobre tamanha arrogância em acreditarmos que somos onipotentes.
É... eu também já achei que fosse e nem percebi que achava isso. Diversas vezes alimentei a crença de que se deu certo, é porque fiz por merecer... e se deu errado, é porque falhei em algum ponto. Pois muito bem! Até faz sentido esse pensamento, mas ele é absolutamente parcial e só agora me dou conta do quanto isso significa prepotência em relação à sabedoria do Universo.
Existe uma Verdade muito maior do que todos nós juntos. Existe um complexo e inteligente sistema de engrenagens que faz a vida acontecer. Nós somos uma pequena parte deste sistema. Nossas escolhas e especialmente nossas atitudes contam muito, sim! Mas não são determinantes por um simples motivo: somos aprendizes, não conseguimos enxergar o todo, não conhecemos o contexto por inteiro, não somos capazes de avaliar as circunstâncias de forma justa e íntegra.
No final do terceiro capítulo do meu livro “FAÇA O AMOR VALER A PENA”, escrevi:
Sei que pode lhe parecer muita falta de autonomia, mas acredite: se esta for uma atitude consciente, funciona! Continuar acelerando quando não se sabe sequer para que sentido, é arrogância, é prepotência, é negar o fato de que você não tem todos os mapas e não conhece todos os caminhos.
E mais do que isso, é ignorar o fato de que existe um Deus que sabe, que conhece seu destino e para onde você deve seguir agora, especialmente quando você perde completamente a noção disso.
Entregar-Lhe a direção de sua vida pode ser a melhor maneira de chegar ao lugar certo. E isso é o mesmo que dizer: pare de tentar – o tempo todo – mudar o que não está de acordo com o que você quer, fazer com que o outro aja conforme a sua vontade.
É disso que tenho me dado conta de fato! Há outras forças influenciando nosso destino além de nós mesmos. Outras razões que não somos capazes de compreender racionalmente estão interagindo em nossas vidas o tempo todo. Portanto, em alguns momentos, o melhor é se entregar e simplesmente deixar acontecer...
Por fim, a grande lição talvez seja a de compreender a sutil diferença entre ‘fazer a vida acontecer do jeito que nós queremos’ e ‘olhar para o que está acontecendo do que jeito que nós queremos’. Ou seja, eu não posso decidir como tudo vai acontecer porque não tenho essa onipotência, mas posso decidir de que forma vou olhar para o que acontece e quem me tornarei a partir daí.
E assim, entre perdas e ganhos, saberemos que há um sentido para a dor e um sentido para o amor... e que, no final das contas, como numa sinfonia, tudo serve para compor o ritmo com que o Universo rege cada coração deste Planeta em evolução...
