Se o amor não vai bem, concentre-se em você!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 03/02/2003 11:40:26
Na semana passada, escrevi sobre dar um tempo para o amor. Ou seja, se a relação não vai bem, muitas vezes precisamos baixar a ansiedade e esperar, até que a situação melhore; pois ela sempre melhora, de uma forma ou de outra! Fiquei impressionada com a quantidade de mensagens que recebi.
Percebi que a “dúvida” não está em “dar um tempo”, mas em como conseguir fazer isso, em como suportar a espera. Realmente, é sempre muito difícil esperar. A paciência é o exercício da espera... um grande e penoso aprendizado para nós, seres humanos.
Mas, sabe, a verdade é que só há uma maneira de dar um tempo para o amor.
É tirar o foco do outro e colocá-lo em você! Isto é, existem momentos na vida em que, mais do que nunca, precisamos olhar para nós mesmos, nos concentrarmos em nossos próprios sentimentos, lançarmos mão de nossa coragem e perguntar ao nosso coração o que realmente queremos, do que realmente gostamos e o que realmente estamos fazendo com nossas vidas...
Geralmente, quando estamos num relacionamento, costumamos nos concentrar no outro quase que totalmente, seja nas características boas, seja nas ruins. Por conta disso, passamos a responsabilizar o outro tanto por nossa felicidade (quando tudo vai bem), como por nossa dor, por nossos medos, inseguranças e tristezas (quando tudo vai mal)...
Se tudo vai bem, nem percebemos. Mas quando a desilusão chega (e ela sempre chega, porque é uma grande mestra: nos tira da ilusão em que estávamos vivendo), fica muito doloroso admitir que também somos responsáveis, que também contribuímos para que certas ilusões fossem criadas e mantidas... E, assim, recusando a dor, negando nossa participação, nada conseguimos fazer, nada podemos mudar e não sabemos como sair desse “jogo”.
Certamente, escrever é bem mais fácil do que viver, mas eu lhe garanto: sei o quanto é difícil, mas sei o quanto é possível! Então, sugiro que diante da desilusão, diante da crise que vai se instalando dia-a-dia numa relação de amor, você se concentre em si mesmo.
Todos nós, algum dia em nossas vidas, já quisemos mudar a pessoa amada. Já desejamos que ela fosse diferente, que agisse de outra maneira, que nos dissesse outras palavras e talvez até sentisse outros sentimentos. Mas nos deparamos com a impossibilidade de mudar o outro.
É assim: descobrimos a “duras penas” que não podemos “melhorar” o outro porque já temos dificuldade e trabalho o suficiente para melhorarmos a nós mesmos. Mas nem sempre nos damos conta de que a melhora pede conhecimento, dedicação e coragem.
Só poderemos sair da dor quando soubermos exatamente onde está nossa ferida. Sim, porque o outro não tem o poder de nos fazer sofrer se, antes, nós mesmos não tivermos criado uma ferida para que, ao ser tocada, sintamos dor... Ou seja, o outro não nos machuca, apenas toca em nossos machucados (feitos por nós mesmos) para nos lembrar de que eles ainda estão ali, precisando de cuidados, de atenção, de tratamento.
Faça um check-up interno. Descubra quais são as feridas que você foi lhe fazendo ao longo da vida. Lembre-se das vezes em que os acontecimentos não foram exatamente como você esperava, como você gostaria e que, por isso, você se feriu, se culpou, não foi capaz de aceitar o ritmo do Universo.
Esteja certo de que, uma vez detectadas as suas feridas, você saberá como curá-las. Saberá ainda que é exatamente esse o tempo que a gente dá para a relação. Um tempo para nós mesmos, para nossas dores, para nossa cura... Para nossa evolução!
E de tempo em tempo, de dor em dor, estaremos cada vez mais prontos para viver o amor...