Como ouvir a voz do coração?!
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 08/09/2003 10:55:20
No artigo da semana passada, escrevi sobre a linguagem do amor, ou seja, a voz do coração. No entanto, por experiência própria, sei o quanto é difícil distinguir essa voz da voz da vaidade, do orgulho e dos tantos conceitos limitantes que teimam em gritar dentro de nossa mente, mesmo quando o sentimento em questão seja o amor...
Por isso mesmo, já me propus, desde o princípio, a traduzir melhor esse dialeto sobre o qual tão pouco nos foi ensinado e o qual tão pouco usaram para falar conosco... Acreditem: não fizeram isso por mal, mas porque a voz do coração é realmente rara e a vaidade – inteligente e perspicaz – sempre tenta nos boicotar com suas regrinhas, artimanhas e justificativas tão convincentes que dificilmente conseguimos não ouvi-la!
Creio que o princípio básico da linguagem do amor seja: o coração não tem regras absolutas nem respostas prontas. Não tem conceitos rígidos nem funciona a partir de um “dever”. Essas são as “leis” da vaidade! O coração age a partir da vontade, da mais genuína e nua essência. Ou seja, está além de qualquer máscara, qualquer tentativa de fingimento, disfarce ou truque para conseguir resultados específicos...
Isso não significa, de forma alguma, que o coração seja burro! Muito pelo contrário: ele é sábio e reconhece os sentimentos mais verdadeiros que existem dentro de nós. Portanto, consegue perceber os nossos limites e não permite que nos exponhamos ao “controle” do outro, como escravos do que sentimos!
Por outro lado, a vaidade segue obstinada e persistente, tentando nos convencer de que não podemos “ficar por baixo”, “não podemos demonstrar amor sem termos a certeza de que somos correspondidos”, “não podemos perdoar o erro do outro sem antes termos dado o troco”... Enfim, esses e outros conceitos limitantes que vão nos confundindo num labirinto que nos distancia cada vez mais de quem verdadeiramente somos!
Sei que ainda assim pode parecer muito difícil conseguir acertar entre uma voz e outra. Mas quero compartilhar com vocês uma “técnica” muito simples que ajuda muito nesse belíssimo exercício de ouvir o coração.
Quando você estiver diante de uma situação, questão ou sentimento e não souber qual a melhor atitude a tomar, em vez de se fazer aquela perguntinha quase que automaticamente “o que eu DEVO fazer?”, faça-se essa poderosa pergunta: “o que eu realmente QUERO fazer?”
Deveres são baseados em leis e leis são formuladas para a sociedade. Seu coração é órgão particular, absolutamente pessoal! Não existem leis prontas para o coração. Cada um, em cada momento da vida, tem sabedoria suficiente para criar sua própria lei... e ainda assim, poder mudar de idéia e voltar atrás quantas vezes quiser!
Sentimentos são pérolas da alma e a alma está em constante evolução. O que somos hoje, não é o que fomos ontem e nem o que seremos amanhã... A cada dia, podemos perceber uma infinidade de nuances em nossos sentimentos e as regras são rígidas demais para nos permitir voltar atrás com tranqüilidade. Até podemos voltar, mas nos sentimos mal, fracos, incapazes de manter nossa palavra...
No entanto, quando conseguimos compreender que o coração evolui, damos a nós mesmos a oportunidade de rever decisões, amadurecer sentimentos e sermos fortes o bastante para bancar nossas novas escolhas... E quando conseguimos agir com o coração, fazendo o que realmente queremos, nos respeitando e nos permitindo crescer, sentimos como se a luz dentro do túnel magicamente ascendesse... e podemos ver, finalmente, o brilho do amor!