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A Astrologia funciona?

por Graziella Marraccini em Astrologia
Atualizado em 08/04/2020 11:35:24


Essa é uma pergunta que me deixa indignada! E sabe por quê? Porque não é uma questão de "funcionar" como não é uma questão de "acreditar"! A astrologia pertence àquele conhecimento milenar que não precisa ser comprovado "cientificamente". Porém, compreendo porque alguns me fazem essa pergunta pois eu também me questionava sobre sua credibilidade antes de começar a estudá-la seriamente.

A minha "crença" na astrologia vem de minha experiência pessoal, vem de minha comprovação de que ela é uma ciência, porque como ciência, ela se baseia-se em observações, analisa dados, estuda estatísticas e os seus resultados são confiáveis e comprovados.

Por essa razão quando alguém me pergunta "A Astrologia funciona?", me permito de salientar que existem pelo menos cinco perguntas embutidas nessa frase:

1. Existe uma relação comprovável entre os movimentos dos planetas e os fenômenos e acontecimentos da vida terrestre?

2. Se essa relação existe, ela pode afetar também a conduta humana? Eu posso tirar proveito de seu conhecimento?

3. Supondo-se que a resposta à pergunta anterior seja "sim", é possível que exista uma ciência capaz de identificar e catalogar os efeitos dos movimentos dos vários astros sobre diferentes tipos de pessoas e suas respectivas condutas em situações diversas?

4. Caso seja possível, essa ciência já existe?

5. Supondo-se que essa ciência exista e seja a "Astrologia", existe uma só ciência astrológica unificada ou várias ciências ou pseudociência que disputam esse nome, embora sejam incapazes de tornarem-se coerentes umas com as outras?

Como vemos a pergunta parece simples, mas a resposta (as respostas) pode ser complexa. O número assombroso de pessoas que, antes de ter percebido sequer a complexidade da pergunta, acredita ter uma resposta definitiva, mostra somente que os hábitos de pensamento científico ainda estão longe de conseguir se impregnar na mentalidade das classes ditas eruditas, as quais continuam a pensar por meio de compactados semânticos "espessos e obscuros".

Consequentemente, uma resposta clara requer pelo menos cinco respostas separadas e articuladas:

1. Algumas relações entre os movimentos terrestres e celestes existem efetivamente. Muitas delas foram observadas desde a antiguidade, especialmente na época do desenvolvimento agrícola da humanidade e ainda na relação da influência da Lua nas marés, no crescimento das plantas ou mesmo na fertilização e no nascimento de bebês, na menstruação feminina etc. Outras relações, mais científicas, foram descobertas recentemente, como a estranha paridade entre o tempo das conjunções planetárias e aquele de certas reações químicas com os metais em estado coloidal (gelatinoso), notada por Rudolf Steiner (fundador da Antroposofia) e confirmada pelo químico N. Kollerstrom. E nesse propósito os convido a ler o meu artigo "Vivemos ao ritmo da Lua" já publicado há alguns meses no STUM e onde explico a experiência de cientistas que trabalham no CERN de Genebra.

2. Já no século 13, São Tomás de Aquino considerava necessário o estudo dos fenômenos celestes passíveis de afetar o organismo e que consequentemente poderiam modificar a conduta dos seres humanos. Ele considerava que os sentimentos e as reações das pessoas não são originados no puro espírito, mas dependem de fatores bio-tipológicos e fisiológicos que são afetados pelas mudanças do ambiente terrestre e cósmico.

3. Consequentemente, podemos dizer que não existe um obstáculo teórico ou absoluto que impeça o estudo científico das relações entre os movimentos dos astros e a vida psicofísica dos seres humanos. O cientista W. Helpach estudou profundamente os efeitos psicológicos de fenômenos geofísicos e uma extensão de suas investigações poderia desembocar em descobertas que lembram a análise de um astrológico. Lembremos que, antigamente, a astronomia e a astrologia eram uma coisa só, e que Galileu Galilei, como muitos gênios da antiguidade, fazia Mapas Natais e Horóscopos pessoais. Lembremos também que chefes de estado, reis e imperadores sempre tiveram astrólogos como conselheiros. Parece que Hitler mandou matar seu astrólogo de confiança porque previu para ele um fim funesto junto com a queda do Terceiro Reich!

4. Devemos, no entanto, considerar que, se uma ciência como a astrologia é possível, seria temerário afirmar que tudo aquilo que se conhece como astrologia já possa ser considerada essa ciência e que ela já possua conhecimentos satisfatórios sobre seu campo de estudo ao ponto de ser aceita como disciplina confiável. Existe muita contaminação e superficialidade naquilo que chamamos de astrologia, mas seria um erro brutal rejeitar como charlatanismo ou pseudociência um repertório de conhecimentos tradicionais que pode conter muitas verdades que fazem parte do conhecimento universal. Com a Era de Aquário cada vez mais atuante em nossas vidas não podemos limitar a astrologia a uma pesquisa científica (porque de pesquisa a astrologia é feita) e nem mesmo podemos descartar as suas possibilidades de oferecer uma vida melhor, mais completa e mais integrada para o ser humano que a ela recorre.

5. O que hoje denominamos astrologia não nasceu como ciência, no sentido moderno do termo, mas como expressão mitopoética - simbólica - de uma impressão de conjunto que algumas civilizações antigas tiveram sobre o cosmos e sobre sua própria existência dentro dele. A "cosmovisão" astrológica é sem dúvida uma das intuições fundamentais que a espécie humana já teve, e como tal é perfeitamente respeitável, útil e necessária em si mesma, independentemente de seu valor ou da falta de valor "científico". As cristalizações imaginárias dessa intuição formam um sistema simbólico cuja presença em todas as culturas e em todas as áreas da criatividade humana - da arquitetura à farmacologia, da culinária às leis e instituições - faz dele um conhecimento indispensável para qualquer pessoa que pretenda se aventurar no estudo das ciências humanas. Esse sistema simbólico foi muito utilizado por Carl Jung, que o estudava juntamente com todos os arquétipos da mitologia grega, e com esse estudo formulava as suas teorias psicológicas. Nos tempos atuais, a psicologia e a astrologia se dão as mãos e se completam.

Concluo, portanto, afirmando que a astrologia não é uma ciência nem uma pseudociência: ela é um problema científico - e a melhor maneira de não conseguir resolvê-lo nunca mais é considerá-lo resolvido, passando a emitir a seu respeito opiniões tão infundadas quanto arrogantes especialmente formulados por aqueles que nunca estudaram os seus fundamentos. O mesmo desrespeito aconteceu com a psicologia, e ainda acontece com as terapias alternativas, chamadas atualmente de terapias integrativas. Porém, os olhos da ciência estão se abrindo graças a Era de Aquário!

Peço desculpas se eu fui muito imperativa nesse meu artigo: deve ser consequência da conjunção do Sol a Urano, planeta que rege a Astrologia! Espero que você, que costuma ler meus artigos, compreenda que uma consulta astrológica (ou mais do que uma) pode fazer a diferença em sua vida, ajudando-o a se conhecer melhor e a desvendar o que está escondido no propósito de sua própria existência no nosso planeta.

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São Paulo, 16 de abril de 2018


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Graziella Marraccini é astróloga, taróloga, cabalista e estudiosa de ciências ocultas e dirige a Sirius Astrology. Conheça meus serviços on-line
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