A Páscoa em nosso lar
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 29/03/2007 19:22:19
Essa semana termina com o domingo em que os cristãos festejam a Páscoa. Coincidentemente esta semana iniciam-se também os festejos da Pessach, que é um equivalente judaico da Páscoa. Ambas as festas tem a mesma origem pagã, ou seja, marcam de alguma forma o início da primavera no hemisfério norte. As religiões simplesmente encontraram uma forma de incorporar o aspecto religioso nas cerimônias pagãs já existentes.
O Ano Novo Judaico, como qualquer outra data religiosa judaica, não muda a cada ano como o fazem as datas da religião cristã que precisam se ajustar ao calendário Gregoriano. O Calendário Judaico é baseado em três fenômenos astronômicos: a rotação da terra sobre seu próprio eixo (um dia, ou seja, 24 horas), a revolução da Lua em volta da Terra (um mês, ou seja 29 dias e meio) e a revolução da Terra em volta do Sol (um Ano, ou seja 365 dias e um quarto). Esses três fenômenos são independentes um do outro, e por essa razão não existe uma correlação direta entre eles.
O calendário judaico coordena todos os três fenômenos astronômicos. Os meses são de 29 ou 30 dias, correspondendo aos 29½ dias do ciclo lunar. Os anos são de 12 ou 13 meses, correspondendo ao ciclo solar de 12,4 meses. O mês lunar inicia quando a primeira fatia de Lua se torna visível após o pôr do Sol, após a Lua Nova. O ano lunar perde aproximadamente 11 dias a cada ano e, portanto, um mês lunar a mais é acrescentado a cada 19 anos. O ano de 13 meses é chamado de ano “grávido” e normalmente é considerado um ano de sorte. O primeiro mês do calendário judaico ocorre na primavera (do hemisfério norte), no mês de março/abril quando acontece a Páscoa (ou Pessach). Essa festa também lembra a chegada dos judeus à terra prometida após a longa travessia do deserto onde passaram fome e sede e é, portanto, uma festa que celebra a vida.
Bem, após essas explicações que são um tanto complicadas, mas que servem para demonstrar de que forma as religiões procuram não se afastar da sincronicidade astronômica, podemos começar a nos sintonizar com os fluidos astrais desta semana. Eu citei as duas principais religiões ocidentais, mas as orientais também se ajustam a calendários astronômicos, às vezes solares, outras vezes lunares, outras vezes combinando os dois.
Lembremos que Jesus foi festejar a Páscoa em Jerusalém, como bom judeu que era, pois se sentia em comunhão com Deus Pai e queria participar dos festejos religiosos na sinagoga. Dar Graças ao Pai pela fertilidade da Terra que nos dá o alimento é uma obrigação que devemos manter, para podermos desfrutar desta sincronicidade e fazermos, também nós, o plantio de nossas sementes. Mesmo que em nosso hemisfério as energias estejam agora diminuindo, vivemos num país tropical e não sentimos com tanta intensidade a mudança das estações durante o ano. Nossos invernos não são rigorosos e a chegada da primavera é pouco sentida pela natureza, acostumada a dar frutos o ano inteiro! Do mesmo modo, o início do outono não nos induz ao recolhimento. Porém ele pode ser útil para que possamos pensar em guardar um pouco do que colhemos no verão para podermos ‘ter’ no inverno.
A astrologia surgiu no hemisfério norte e é baseada em arquétipos e estes são imutáveis. Portanto o conhecimento astrológico serve de instrumento para que entremos em sintonia com o universo em qualquer momento. O ‘rigoroso inverno’ é lembrado no jejum da quaresma, quase esquecido hoje em dia. O povo judeu ainda guarda a lembrança do sofrimento da travessia do deserto consumindo alguns alimentos típicos, uns amargos outros salgados, que despertam a lembrança do sofrimento ocasionado pelas privações do deserto. Os ciclos de privações e fartura são naturais e não devem nos assustar. Eles são claramente explicados na V Lei Hermética, a Lei do Ritmo (vejam no site na seção de Cabala). Essas Leis Universais, quando bem sintonizadas, podem ser úteis para nos fazer crescer espiritualmente, para nortear nossas escolhas. Sabendo o momento certo para plantar e regar, teremos uma melhor colheita! Conhecendo o momento ideal para o recolhimento, aproveitaremos melhor o período de fartura. Porém, de nada adiantará toda essa sabedoria se a usarmos de forma egoísta. Vamos então pensar em semear algo de bom essa semana? Que tal semear boas palavras? Que tal fazermos um elogio sincero a alguém? Palavras são como sementes e também podem gerar frutos suculentos.
Quando eu era mais jovem tinha muita dificuldade para elogiar alguém, talvez por educação ou por timidez! (Quem me conhece hoje em dia não diria que já fui tímida!). E quando recebia um elogio ficava sem graça, sem saber o que dizer. O agradecimento nem parecia sincero. Eu aprendi, no entanto, que uma palavra de elogio sincero pode fazer milagres em alguém que está deprimido, preocupado ou doente. Sei que muitas vezes pensamos em algo bom para dizer e não ousamos dizê-lo. As palavras até podem chegar à sua boca, mas de alguma forma elas ficam bloqueadas por algum tipo de pudor inconsciente. E sabem por quê? Porque todos nós tememos o julgamento e acreditamos que se fizermos um elogio a outra pessoa irá pensar que estamos ‘jogando confete’ somente para tirar proveito. A que ponto chegamos! Não ousamos abrir nosso coração! Eu recebo muitos e-mails que elogiam meus artigos e sempre agradeço de coração. O agradecimento é como um compartilhar de pão, pois satisfaz a ambos. O elogio funciona da mesma forma: é um alimento para a alma e satisfaz às duas partes.
Vamos então pensar em fazer pelo menos um elogio por dia durante esta semana da Páscoa? Sei que as palavras virão facilmente, mas elas precisam ser sinceras para fazer efeito. A sinceridade é a água que rega a semente. O esforço que fizermos para sermos sinceros será como um adubo para as sementes/palavras. Se todos os dias agradarmos alguém com um elogio, chegaremos ao domingo com o coração tão preenchido de alegria que nem precisaremos tanto assim dos ovos de chocolate para adoçarmos nosso dia. O chocolate será um símbolo a mais para a felicidade proporcionada pelo ato cumprido. Poucas palavras sinceras farão milagres!
Sintonizem o Gênio Cabalístico de n° 40, IEIAZEL. As letras correspondentes são: IUD IUD ZAIN. Seu Salmo é o de n° 87. Sua leitura os ajudará a escolher as palavras certas, silenciando o Ego e ouvindo somente a voz do coração.
Uma Boa semana cheia de Luz e de Inspiração.