As sete leis da sabedoria - Parte 5
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 02/07/2004 11:44:12
Essa semana abordaremos a Quinta Lei Hermética, a Lei do Ritmo. Ela nos ensina que:
“Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação” - O Caibalion
Este princípio nos revela uma grande verdade: um movimento num sentido terá um outro movimento proporcional no outro sentido. O principio do Ritmo está em relação direta com o princípio da Polaridade, explicado na Quarta Lei Hermética. O ritmo se manifesta entre os dois pólos, de um lado para outro e seu movimento oscilatório é sempre proporcional. Vocês já ouviram falar do Pendulo de Foucault? Esse enorme pêndulo (uma esfera de cobre dependurada num fio, na experiência do físico francês Foucault e descrita no romance homônimo do italiano Umberto Eco) foi dependurado na voluta de uma igreja e sua ponta inferior desenhava um movimento oscilatório sobre uma base de areia: isso demonstrava claramente o movimento rítmico do nosso globo terrestre. O Pêndulo Universal sempre está em movimento; ele vibra dia após dia, para frente e para trás, num sentido do outono e inverno e no sentido inverso na primavera e verão.
E o principio do Ritmo é também compreendido e explicado pela ciência considerando-se essa lei universal aplicada às coisas materiais.
Os hermetistas porém levam o princípio muito além, e conhecem as manifestações dessa Lei, não somente nas coisas físicas, mas também nos estados emocionais e mentais do Homem. Isso explica a sucessão de contínuas mudanças nas condições, estados e emoções que podemos observar em nós mesmos. Se hoje nos encontramos num enorme estado de euforia, podemos esperar uma grande depressão amanhã. Se um dia cometemos um exagero, qualquer que ele seja, no dia seguinte estaremos sentindo o “resultado” desse exagero! Um enorme esforço, causa um enorme cansaço, etc. etc.
Analisando este princípio podemos compreender que ele se manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e queda de regimes políticos, no poder e destruição de ditadores e de nações poderosas. Tudo tem fluxo e refluxo, seja no Macrocosmo que no Microcosmo. Na manifestação do Espírito Puro que chamamos O TODO, existem a Efusão e a Infusão, ou a “Expiração e a Inspiração de Brahma” como dizem os hindus. Os Universos são criados, se expandem até chegar no seu ponto máximo, e depois que atingem sua maior força, se tornam massa inerte, esperando outro impulso para começar novamente um novo ciclo, dessa vez no sentido inverso. Da mesma forma faz o ser humano que ao nascer enche os pulmões de ar começando o eterno fluxo e refluxo da respiração. Este é um reflexo instintivo, não comandado pelo cérebro, porque ele é submetido à Lei Natural do Ritmo.
Na nossa vida experimentamos períodos de “vacas gordas e de vacas magras”, de grandes alegrias e grandes tristezas, de expansão e retração. Isso acontece em todos os campos físicos. Mas como escapar dessa Lei implacável?
Os hermetistas conhecem a Lei do Ritmo e a neutralizam “no plano mental” para poder escapar à vibração constante desse Pêndulo rítmico que se manifesta nos planos inferiores. Eles usam a Lei da Neutralização para conseguir chegar a um estado de “não vibração”, de neutralidade. Esse é um estado mental que é conseguido através de exercícios de meditação e harmonização, controle da respiração e outras técnicas. A Ioga, por exemplo, nos oferece uma ótima ferramenta para alcançar essa harmonia, não realmente neutralizando o ritmo, mas compreendendo seu fluxo e refluxo e controlando os estados alterados mais importantes para procurar alcançar a harmonia. Mantendo a mente “acima” da vibração inferior (a vibração mais grosseira), podemos neutralizar as forças negativas que nos influenciam. Para que isso ocorra é necessário o uso da Vontade, do Equilíbrio e da Firmeza, e isso não se consegue num só dia! A compreensão deste controle dará à pessoa uma ferramenta magnífica para poder neutralizar os efeitos negativos dos ritmos emocionais extremos, levando ao domínio das emoções e a um conseqüente equilíbrio interior. Desta forma alcançamos a tranqüilidade, a harmonia e a saúde, física e mental.
Sabemos que “a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda: o ritmo é a compensação”. Vemos isso no movimento das marés, na mudança das estações, e em outros fenômenos da natureza: um inverno rigoroso anuncia um verão ardente, uma árvore que dá muitos frutos num ano, no ano seguinte não dará nenhum! A Lei do Ritmo é sempre seguida pela Lei da Compensação.
Podemos também continuar nossa reflexão falando da cadeia das encarnações. Os hermetistas consideram que uma encarnação de sofrimento é seguida de uma encarnação de felicidades, ou seja, o grau de sofrimento precedentemente experimentado será “compensado” pelo grau de alegrias da encarnação subseqüente. E vice-versa. Podemos assim compreender melhor muitos acontecimentos que seriam de outra forma difíceis de explicar e aceitar. Mas ao nos elevar espiritualmente no Plano Superior, compreendendo espiritualmente os efeitos da Lei, podemos nós mesmos neutralizar sua ação, com a Lei da Compensação. A Lei da Compensação está sempre em ação, esforçando-se para balançar e contra-balançar o efeito do Ritmo e sempre virá no tempo certo, mesmo sendo necessárias várias vidas para acionar o movimento de volta do Pêndulo.
O astrólogo hermetista pode aplicar a Lei do Ritmo para explicar os ciclos planetários (por exemplo, o ciclo de sete anos do planeta Saturno) e também pode orientar o seu cliente a utilizar a Lei da Compensação assimilando os princípios correspondentes ao signo oposto ao seu, de forma a neutralizar os aspectos mais difíceis de seu próprio signo. Alcançar o TAO, ou a energia do Caminho do Meio é a meta principal.
Observe como essa Lei age em seu dia a dia, e envie seu comentário.