O que devo consultar para conhecer o meu futuro?
por Graziella Marraccini em AstrologiaAtualizado em 08/04/2020 11:35:13
Muitos são os métodos advinhatórios à nossa disposição. Runas, Borra de Café ou de folhas de Chá, Numerologia, Tarot, Leitura das mãos, I Ching e sobretudo as Previsões Astrológicas nos oferecem meios para perscrutar nosso futuro.
Pessoalmente, em minhas consultas (que podem ser presenciais ou à distância) faço uso do Tarot para uma consulta mais pontual, e da Astrologia (Previsões Anuais) como método mais científico e de orientação de longo prazo. Muitas vezes, esses dois métodos podem ser usados em conjunto.
O Tarot tradicional é constituído por setenta e oito cartas que se intitulam Arcanos Maiores e Arcanos Menores. Nas cartas dos Arcanos Maiores, que são 22, são representadas principalmente figuras que são símbolos arquetípicos. Nos Arcanos Menores, que são 56, são representados os números, de 1 a 10 mais as três cartas da corte, como num baralho comum. Os Arcanos Menores são ainda distribuídos em 4 naipes que representam os quatro elementos da natureza: FOGO, AR, TERRA E ÁGUA. Essa arrumação não é arbitrária e tem um sentido muito preciso. O Tarot representa os arquétipos do inconsciente coletivo. O Arquétipo (grego ἀρχή - arché: principal ou princípio e τύπος - tipós: impressão, marca) é o primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, ou seja, as antigas impressões sobre algo. É geralmente figurativo mas pode ser numeral ou simbólico. Esse conceito é explorado em diversos campos de estudo, como a Filosofia, Psicologia e a Narratologia e, no nosso caso, no Tarot e na Astrologia). Compreendendo o arquétipo podemos conhecer a estrutura do Universo, em particular do nosso sistema solar, com a mesma simbologia que encontra simbolizada na Cabala.
Na descrição da Árvore da Vida ensinada pela Cabala, encontramos a definição da construção do Universo, ou pelo menos de tudo o que é manifestado. O arquétipo do Cosmo é constituído de dez estados e energia puros, representados pelas Esferas que correspondem aos planetas do nosso sistema solar, e de 22 caminhos que unem as esferas. Por causa disso no Tarot cabalístico que eu uso para a leitura, encontramos esses símbolos nos 22 Arcanos Maiores e nos 10 Arcanos menores representando as Esferas (Sephirot) os caminhos e os quatro elementos. É a soma de todos esses símbolos que enriquece a interpretação desse Tarot.
A origem do Tarot é obscura mas alguns dizem que se encontra no antigo Egito. Na Idade Media se espalharam no ocidente cartas figuradas principalmente pelo uso feito pelos ciganos que os usavam como oráculos, mantendo o segredo de sua interpretação. O Tarot dos Boêmios, o baralho Cigano, e finalmente o Tarot de Marseille são bastante conhecidos mas, mais recentemente muitos outros Tarots surgiram inclusive no oriente. Segundo o estudioso italiano Giordano Berti, o Tarot (com Arcanos Maiores e Menores) começou realmente a ser desenvolvido na corte dos Duques Visconti que eram os nobres reinantes na cidade de Milão, e foram posteriormente desenvolvidos pelos Duques Sforza, que os sucederam, reinando na mesma cidade. Outros estudiosos afirmam que os ciganos, por serem um povo nômade poderiam ter aprendido esse oráculo em suas andanças pelo mundo, inclusive na India e Oriente Médio. Porém, apesar de ambos serem oráculos, o Baralho cigano não é idêntico ao Tarot atualmente usado no mundo inteiro.
Podemos mudar nosso futuro? Os oráculos indicam determinismo ou inclinação? Destino ou Livre-Arbítrio? A esse propósito, lembro-me de uma passagem do segundo ato da Opera Carmen de George Bizet, quando a cigana, que já não está apaixonada pelo soldado Don José, mas está desejando o Toureiro Escamillo, consulta as cartas para saber qual será o desfecho dessa nova paixão. O baralho lhe responde "A morte" sempre " A morte"! De fato, ela não escapará ao seu destino ao enfrentar o ciúme de Don José que a matará no final da ópera. Teria ela Livre-Arbítrio? Poderia Carmen escapar da morte? A meu ver, ela poderia escapar ao seu destino se mudasse o seu comportamento libertino e desafiador, pois defendia o amor livre usando o seu poder de sedução e abandonando os amantes quando a paixão por eles terminava. Do mesmo modo que as estrelas (numa Previsão Anual Astrológica) indicam tendências e não determinam desfechos, o Tarot ou ou baralho não determinam o futuro da pessoa. Temos escolhas. Devemos fazer nossas escolhas. Exercer nosso Livre-Arbítrio.
Pessoalmente, iniciei os estudos nos anos 80 com o Tarot de Marselha, que possui uma simbologia forte e tradicional. Ao longo dos anos passei por diferentes Tarots e atualmente uso o Tarot Cabalístico de Aleister Crowley (conhecido esotérico e ocultista fundador da a Sociedade Secreta da Aurora Dourada) numa leitura da mandala astrológica. Outras leituras são possíveis, dependendo da escola e método seguida pelo tarólogo. É muito importante que haja empatia, ou seja, conexão, entre o consulente e o consultado para se obter um melhor resultado da leitura.
O Tarot deve ser usado como um oráculo, apesar dele não ter essa finalidade na sua origem provavelmente, sendo usado para diversão nos jogos de corte, especialmente por volta de 1500. Por ser um oráculo, o Tarot deve ser consultado de tempos em tempos, ou seja, ele não pode ter um significado de longo prazo. O ideal seria que a consulta acontecesse de três em três meses, mas pode ser mais amiúde se necessário. Para uma leitura anual, eu aconselho a Previsão Astrológica que inclui a Revolução Solar (análise astrológica feita para o aniversário da pessoa).