A experiência da verdade
por Elisabeth Cavalcante em AutoconhecimentoAtualizado em 08/04/2020 11:35:13
A verdade é a expressão máxima da existência, seja qual for a forma que ela decida assumir. Todos os seres vivos constituem uma manifestação da verdade, que se expressa ininterruptamente em todo o Universo.
Quanto mais distantes estivermos do estado natural, espontâneo e puro com que fomos gerados pela força vital, maior a dificuldade que encontraremos em vivenciar o estado conhecido como felicidade.
E não há como fugir deste desafio, uma vez que tenhamos iniciado a jornada da vida. Se conseguirmos sair relativamente ilesos, das tentativas de aprisionamento da nossa consciência pelos condicionamentos sociais, poderemos então, iniciar o caminho de volta e experimentar uma nova condição existencial.
Felizes daqueles que, ao longo de sua caminhada, são premiados pela vida com a oportunidade de despertar desse estado de letargia e adormecimento, em que a maior parte da humanidade ainda vive mergulhada.
Se forem capazes de aproveitar a oportunidade, poderão contatar a energia divina que os habita e, deste modo, direcionar sua vida pela inocência, a coragem e a autenticidade, ao invés de guiar-se pela mentira e o medo, instrumentos que o falso eu utiliza para mascarar a verdade.
"...Cristo foi torturado porque os homens queriam aniquilar seu modo de viver autenticamente divino... que lhes parecia estranho e perigoso.
Eles zombaram e riram dele, eles o insultaram porque não podiam suportar que ele os fizesse pensar na vida divina que havia dentro deles.
A agonia de Cristo é a vossa agonia, tanto no plano ativo quanto no passivo.
Vós carregais Cristo em vós e sabeis disto. Talvez consigais escondê-lo, matá-lo em vós, em vossos filhos durante algum tempo ainda. Mas acabareis por falar a linguagem do Cristo e estremecereis aprendendo a viver seu modo de Vida.
Vossa crença na ressurreição de Cristo é verdadeira: a Vida Viva permaneceu inabalada andando pela Terra, pura, sem pecados, sem que sua alma tenha sofrido a mínima humilhação durante trinta e três anos, até que morreu na cruz. Mas como ela era a Vida, não morreu realmente.
A Vida não pode ser morta, nunca. Ela pendeu na cruz, sangrando por muitas chagas, mas é verdadeiramente invencível. Tendo expirado em um corpo, reviverá em outro corpo. Verterá muitas vezes o seu sangue, através dos tempos, maltratada pela vida contrariada, dura, encouraçada, que não sente a doçura dos membros e que não suporta o olhar de um cervo, numa pradaria ensolarada, sem atirar, sem sangrar, sem arrebentar até a morte a quem a relembrar de seu paraíso perdido".
Wilhelm Reich em O assassinato de Cristo.