Beleza
por Saul Brandalise Jr. em AutoconhecimentoAtualizado em 05/11/2020 17:02:14
Nossa sociedade nos ensina alguns valores que aplicamos em nosso dia a dia, de forma equivocada. Só é belo o que se vê e se percebe como tal. O padrão de beleza está sempre vinculado com a maneira de se vestir, de aparentar, de ostentar e, invariavelmente, de se mostrar.
Pouco ou quase nada se argumenta sobre a beleza de se sentir. Aquela que vive em nosso interior. Aquela que "toma conta" de nossas decisões corretas. O ponto cinza que todos temos, muitas vezes adormecido e, que precisa ser enaltecido e bem explorado.
Claro, o primeiro conceito, a beleza externa, é mais fácil de ser avaliado, afinal, está aparente e, qualquer um de nós o percebe. Não precisamos de conteúdo, de bons valores éticos e morais para fazermos e produzirmos esta avaliação. Tão pouco de termos equilíbrio emocional e muito menos de sabedoria de essência.
Estou vendo, é bonito e assim é belo. Todos percebem. Não há questionamento.
No segundo conceito, a beleza da profundidade de um ser é preciso, para perceber-la, que se preste mais atenção. Temos que efetivamente "sentir" a pessoa.
O que se toca, se vê, se escuta, tem um sentido material, mas, o que se sente tem relação com a essência da vida. É com ela. Com o profundo do nosso ser, que construímos nossa avenida de futuro, de nossa evolução.
Descobrir a beleza que agrega, que cada um tem dentro de si, é o mesmo que buscar uma agulha em um palheiro. Precisasse ter habilidade, paciência, perseverança e determinação, bem aguçados e super desenvolvidos.
Esta é a beleza do sentido, a soma de tudo isso. O profundo de nosso interior.
A razão desta diferença é a total ausência de valor a esta beleza dada pela sociedade em que vivemos.
Poderíamos até criar outro paralelo, para melhor definirmos a beleza interior entre uma pessoa ambiciosa e uma outra, cobiçosa.
Cobiçar é sempre se aproveitar ou tirar dos outros. O ambicioso, ao contrário, é querer ficar cada dia melhor.
Ambos são facilmente confundidos quando nossos valores estão equivocados e buscamos crescer há qualquer preço e há qualquer custo.
Estes crescimentos cobiçosos, como a beleza efêmera nada servem porque carecem de base sólida. Nada que se construa, com sofrimento de outros será desfrutado. Até e principalmente, uma idéia, precisa ser respeitada. Não posso me apossar da criatividade de outra pessoa porque esta atitude cria débito Cósmico, ou karma, não importa como queiramos definir.
O que não é nosso, pertence ao outro. Mesmo que seja uma ideia.
Parece uma frase fraca, ridícula, mas, na Lei de Causa e Efeito ela é forte e soberana.
Não é meu, portanto, não tenho o direito de usar. Não importa o fim e o propósito. Assim preciso valorizar muito mais a beleza que vem de dentro. Uma ideia sempre vem, de dentro...
O que não conseguimos admirar... Não possui valor aos nossos sentimentos. A beleza sem conteúdo logo cansa. A pessoa tende a ser fútil e rapidamente se torna uma gangorra... Quando senta a gente levanta. Imagine então quando se casa só por ostentação e beleza efêmera... Casamento temporário...
Isso posto, precisamos aprender a sentir e valorizar a verdadeira beleza. Olhar o que é materialmente belo, fica fácil. Sentir a beleza de um ser equilibrado faz toda a diferença em nosso caminho evolutivo. A beleza brotada do interior jamais cansa. Na realidade cativa.
Evitar, também, confundir nossa ambição de sermos fortes, lúcidos e melhores, com a cobiça de crescermos há qualquer custo.
Beleza exterior e cobiça são parentes...
Beleza interior e ambição andam juntas.
Sei que nos veremos.
Cuide-se.