O sermão da montanha e o sentido da vida na perspectiva de Tolstói

O sermão da montanha e o sentido da vida na perspectiva de Tolstói

Autor Rodolfo Fonseca

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 25/02/2025 15:49:47


O Sermão da Montanha, um dos ensinamentos mais emblemáticos de Jesus registrado no Evangelho de Mateus, é uma fonte inesgotável de sabedoria que tem inspirado gerações na busca por uma vida plena e moral. Para Liev Tolstói, essa mensagem sagrada não era apenas um conjunto de preceitos religiosos, mas um guia prático para a transformação interior e a realização do verdadeiro sentido da existência.

No Sermão da Montanha, Jesus convida seus seguidores a transcenderem as normas superficiais e a abraçarem um caminho de humildade, compaixão, perdão e amor incondicional. Ele ensina que a verdadeira bem-aventurança não se encontra na riqueza material ou no poder, mas na pureza do coração, na busca pela justiça e na prática da misericórdia.
Esses ensinamentos, repletos de metáforas e desafios, falam diretamente à essência do ser humano, revelando que o caminho para a verdadeira felicidade passa pelo autoconhecimento e pela renúncia ao egoísmo.

Tolstói, após uma profunda crise existencial, encontrou no Sermão da Montanha a resposta para suas inquietações espirituais. Em sua obra O Reino de Deus Está em Vós, o escritor reinterpretou os ensinamentos de Jesus como um convite radical à mudança interna. Para ele, o Sermão não era um conjunto de regras impostas por uma autoridade distante, mas uma mensagem de liberdade e responsabilidade individual.
Ele acreditava também que o verdadeiro sentido da vida só poderia ser alcançado através da transformação do próprio ser, e via na prática dos ensinamentos do Sermão um caminho para superar a vaidade, a ambição desmedida e a violência, valores que, em sua visão, corrompiam a essência humana.
Ao adotar um estilo de vida baseado no amor, na humildade e na não-violência, Tolstói demonstrou que é possível viver de forma autêntica e plena, mesmo em meio às adversidades do mundo.

O Sermão da Montanha, que está no Evangelho de Mateus, ensina sobre amor, reconciliação, pureza, fidelidade, e a importância de viver uma fé verdadeira. Seus princípios são:

Deus se importa com o coração, não apenas com as ações;
É preciso educar os pensamentos, os sentimentos e as atitudes;
É preciso obedecer e ensinar a Lei de Deus;
É preciso evitar inimizades e julgamento alheio;
É preciso ter pureza nos pensamentos e no olhar;
É preciso ser correto com a palavra, cumprindo sempre o que prometemos;
É preciso não retribuir as ofensas alheias, nem desejar o mal ao outro que nos feriu;
É preciso amar até os inimigos e orar por quem nos prejudica;
É preciso agir segundo as palavras de Jesus.

Segundo Tolstói, abraçar os ensinamentos do Sermão da Montanha significa, acima de tudo, viver com simplicidade. Ele defendia que o acúmulo de bens e a busca incessante por status e poder afastam o indivíduo da sua verdadeira natureza. Em vez disso, a felicidade reside na capacidade de perdoar, de amar sem reservas e de encontrar beleza nas pequenas coisas da vida.
Essa visão se torna ainda mais poderosa quando refletimos sobre o nosso cotidiano. Em um mundo dominado pelo consumismo e pela superficialidade, essa mensagem nos convida a repensar nossas prioridades e que o verdadeiro sentido da vida não está em colecionar posses ou status, mas em cultivar relações genuínas, em buscar o autoconhecimento e em praticar a empatia e o altruísmo.

Ao escolher viver de acordo com os preceitos do amor, da compaixão e da humildade, o indivíduo se liberta das amarras do materialismo e do orgulho. Assim, o verdadeiro sentido da vida se revela não em grandes conquistas externas, mas na jornada interna de autoconhecimento e na prática diária de valores que promovem a harmonia e a justiça.

O Sermão da Montanha, na visão do escritor, nos mostra que o caminho para a realização e a felicidade passa pela transformação interior. Em vez de nos prender a dogmas e a expectativas superficiais, ele nos convida a viver com simplicidade, amor e responsabilidade. Ao abraçarmos essa filosofia, percebemos que o sentido da vida não está em acumular bens ou poder, mas em desenvolver uma conexão genuína com nosso eu interior e com o próximo.

Assim, o legado de Tolstói continua vivo, lembrando-nos que, no fim, o verdadeiro reino de Deus reside em cada coração que escolhe a compaixão e a humildade como guias para a existência.



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