Senhora das Possibilidades
por Rubia A. Dantés em AutoconhecimentoAtualizado em 08/04/2020 11:35:12
Outro dia, em uma linda meditação que fizemos para as chuvas, enquanto tocava o tambor, vi-me em uma floresta antiga caminhando com os pés no chão e sentindo a chuva que caía. Andei por baixo de árvores muito altas e lindas até que vejo uma caverna. Aproximo-me da entrada e, ao olhar para dentro, vejo uma anciã, com cabelos brancos, longos e soltos que me fala: "Entre e feche a porta"... entro, mas isso é uma caverna, não tem porta, eu falo... mas, de alguma forma ao entrar sinto como se uma porta se fechasse.
Meu sentimento por aquela mulher tão doce na minha frente era de puro Amor. Seus cabelos voavam leves como se ali não tivesse gravidade ou se algum tipo de energia os movimentasse. Foi o final da jornada e logo parei o tambor... mas gostaria de poder ficar ali para sempre, de tão boa a sensação. Fui para casa pensando pesarosa porque ela só me apareceu no finalzinho...
Mas para minha surpresa, à noite, quando deitei e já ia entrando em um estado de sonolência, vi-me de novo na caverna com aquela anciã... e o sentimento de estar em casa e de ser acolhida era tão nítido que comecei a perceber no físico... minha cabeça, lá dentro, emanou um calor e uma vibração que não me lembro de ter sentido nessa forma... mas era algo muito bom de sentir e foi aquecendo meu coração também...
E ela me disse... "Senta".
Como não tinha porta, também não tinha cadeira...
Fiz o movimento para me sentar no chão, quando me vejo sentada em algo macio e acolhedor, como se fosse uma poltrona, dessas superconfortáveis...
Quem é você que me parece tão familiar e amada? Pergunto curiosa.
Senhora das Possibilidades...
Fico ali só desfrutando daquela presença, mas... com a sensação de que algo se ampliava para mim.
Adormeci profundamente e só acordei no dia seguinte bem tarde... Dormi muito e tive um sono tão reparador que me senti renovada...
A partir dessa noite, Ela tem me aparecido quando me deito e me ensinado algumas coisas... umas que não consigo entender muito bem, mas que uma parte minha entende... outras que percebo com mais clareza, mas é um ensinamento bem leve e divertido...
Aquela caverna tão pequena e onde não tem aparentemente nada, nem uma porta... tem tudo que você precisa... isso eu percebi, mesmo sem ver nada além das paredes de pedra. Sabia que se quisesse água, ela apareceria, se tivesse fome, ela seria satisfeita.... e isso me deu uma Paz tão profunda que, ao me lembrar do tanto de coisas que guardo sem usar nos armários... nas memórias... me deu um incômodo como se quase tudo fosse inútil, ali uma parte minha "que sabe", me fez entender que não precisamos fazer isso. Ao acumular o que não usamos, estamos dando ao Universo a mensagem de que não confiamos que Ele nos proverá de tudo...
Na verdade, entendi muito mais...
Entre outras coisas, ela me mostrou a imagem simbólica das possibilidades como se fossem infinitos pontos de energia/ luz em movimento em um espaço ilimitado... infinito. Depois me mostrou uma bola transparente que limitava uma parte pequena dessa energia/luz.
Muito pequena mesmo se comparada com todo o resto que estava fora bola... imaginem uma pequena bola diante de todo o Universo...
E nem precisou falar nada para que eu percebesse como limitamos nosso acesso às infinitas possibilidades, ao limitar nossos caminhos ao que cabe dentro do que acreditamos ser possível.
Entendi que quando guardo coisas para usar no futuro, também estou limitando...
Quando acredito que só tenho aquelas possibilidades para usar... com isso abro mão de todas as outras. Sejam conhecimentos, ideias, coisas físicas.
Minha cabeça esquentou mais um pouquinho porque eu entendia muito mais do que conseguia colocar em palavras... não é bem esquentar, é um tipo de fervilhar, que não sei descrever. Mas Ela me disse para não me preocupar com isso que tudo viria de forma natural... Parece que estar diante dela ativava algo em mim que tenho que decodificar aos poucos...
E me mostrou outras coisas, mas esse encontro com Ela... tocou-me profundamente, não só porque me mostrou que temos muito mais possibilidades disponíveis do que as que cabem dentro do campo do conhecido... e das nossa crenças, mas pela possibilidade de poder estar na presença de algo que você reconhece e faz com que sinta em casa... um Amor tão simples que faz tudo o mais parecer supérfluo...